A constituição é um assunto sério que me faz rir, a revisão constitucional é uma brincadeira que me faz mal à vesícula! E quando assim é, a bílis solta-se e aí vai ela: - Pois bem, se querem de facto rever a constituição estabeleçam desde logo uma condição prévia - proíbam os ‘pais da constituição’ (o Miranda dos perdigotos, o Vital ex-comunista, etc.) de dar palpites sobre a revisão da criatura. De seguida, limitem a partidocracia, eliminando listas, responsabilizando individualmente os deputados perante os seus eleitores. Os círculos, lembram-se?! Limpem as coligações obrigando, por exemplo, os verdes (ou melancias) a irem a votos. Temos curiosidade em saber qual o respectivo peso eleitoral!
E agora a justiça: - aqui, é tempo de acabar com os tribunais superiores armados em lojas maçónicas. Como?! Se aquilo é secreto?! Não sei, mas façam um esforço em nome da credibilidade das instituições. Muita atenção às nomeações partidárias, ao registo de interesses, às incompatibilidades, ah, já me esquecia, atenção ao tribunal constitucional – mudem-lhe o nome, porque aquilo de tribunal tem pouco. Voltando ao processo judicial, reduzam-no, rasguem folhas ao acaso, especialmente no capítulo dos incidentes, recursos e garantias, no fim, não pode pesar mais do que oitocentas gramas. E já é muito. Dentro do mesmo assunto - a produção legislativa anda a engordar advogados, escritórios e pareceres. Toca a fazer dieta.
Eu sou monárquico, não quero por isso limitações materiais à mudança de regime, não quero uma república transformada em mandamento caído do céu… num país de ateus! Mudem já isso, incluindo as frases obscuras (estilo - forma republicana de governo!) que só a confraria entende.
E não é preciso mexer nos poderes do presidente. Pois se o Sampaio até fez cair um governo que tinha uma maioria a sustentá-lo na assembleia! O problema do chefe de estado não é uma questão de poderes, mas de independência dos poderes.
Pronto, já estou melhor da vesícula.
Saudações monárquicas