Votei
em Rui Rio e não me arrependo. Devo fazer parte daqueles 4% que
levaram o PSD dos 24 aos 28% e retiraram a maioria absoluta ao PS. E
por consequência ensombraram os sonhos do Costa e da restante corja.
Mas
há outro objectivo que não foi alcançado pela corja, a saber: -
Rio perdeu as eleições mas não foi humilhado e em cada um dos seus
adversários/inimigos, sentiu-se isso. A partir de agora vão ter que
contar com um adversário político de respeito. Temível no debate,
seja em que matéria for, Rio é alguém que diz a verdade aos
portugueses, que não entra em manobras de Tancos ou operações
Marquês, alguém que não frequenta os camarotes da bola (e da
corrupção), nem mete a família no governo.
É
neste contexto que vamos assistir ao desgaste constante do próximo
governo socialista a cada passo desmascarado por um opositor que não
tem nada a perder. Como sempre frisou, está ali em primeiro lugar
para servir o país e não precisa de tachos porque tem outra vida lá
fora. Aliás e a provar que a estratégia de Rio é correcta veja-se
como o PS na própria noite eleitoral se refugiou na esquerda, que é
o seu lugar, propondo alianças a toda a gente. Sem querer deixou o
centro que mais tarde ou mais cedo vai cair nas mãos de Rio.
E
agora uma palavra sobre a demissão de Assunção Cristas. Chefe de
um partido que nunca soube nem quis ocupar a direita, o CDS não era
alternativa a ninguém, e sem saber já tinha morrido. Foi a enterrar
no cinco de Outubro, um dia antes das eleições. Como curiosidade a
filha de Adriano Moreira, outro antigo líder centrista, dava gritos
de contente a cada passagem do discurso de vitória de António
Costa! Quanto aos deputados centristas que ficaram desempregados
vamos vê-los certamente nalguma televisão a fazer comentários de
futebol. Uma prática que Cristas não soube (ou não quis) proibir.
E devia.
E
falta falar dos pequenos partidos, aqueles que elegeram pela primeira
vez deputados, no caso um deputado cada um:
Iniciativa
Liberal – um partido interessante que no Parlamento vai fazer
oposição ao socialismo e conta nos seus quadros com gente capaz.
Tem o problema de se chamar liberal como já em tempos frisei. Mas se
conseguir ir para além do liberal, ir para além da economia e
finanças, pode ser uma das bases de um futuro grande partido de
direita.
Chega
– André Ventura tem vocação e pode aspirar a uma carreira
política. Mas isso só acontecerá no dia em que se afastar do
futebol em geral e do Benfica em particular. Pode continuar a ser do
Benfica, desde que não diga, e pode gostar do Vieira, desde que os
eleitores não saibam. Incluindo os eleitores benfiquistas. Se
conseguir fazer isso e rápidamente penso que tem futuro. Até
porque já mete medo a alguns comentadores de esquerda.
Livre
– podia dizer que a gaguez compensa mas estaria a ser injusto para
a beleza da agora deputada. Além de outras qualidades menos visíveis
e que não consegui entender num debate a que assisti na televisão. Só percebi que é mais uma deputada de esquerda.
Saudações
monárquicas