Estou
surpreendido comigo mesmo, habituado a ver o movimento sindical
português como correia de ventoinha do PCP (e da esquerda em geral)
nunca dei para aquele peditório. Além do mais, e falando em
privilégios de classe, ou outras fórmulas marxistas, reconheço-me
mais perto dos patrões que dos trabalhadores. Por isso não esperava
chegar a esta idade e sentir alguma simpatia por um sindicato que o
poder político quer abater a qualquer preço! Uma sanha revanchista
que se estende ao Ministério Público com acções que visam
ilegalizar o dito sindicato das matérias perigosas! E a história
repete-se: - a esquerda quando chega ao poder a primeira coisa que
faz é silenciar qualquer fonte de contestação. Também o povo
conhece esta reacção dos pseudo democratas - 'Se queres ver o
vilão, dá-lhe o chicote para a mão'!
É
claro que tudo isto são ilusões e eu às vezes esqueço-me daquilo
que ando a pregar a vida inteira: - em república, sem um poder
moderador não eleito, é ilusório apoiar uma das partes contra a
outra. Pois logo que uma delas vence, transforma-se imediatamente
naquilo que combate. Não gosto de citar Simone Veil, uma republicana
que não percebeu as causas. Mas exprimiu bem as consequências: - 'a
justiça, essa eterna desertora do campo dos vencedores'.
Saudações
monárquicas
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