terça-feira, dezembro 31, 2013

Quarenta anos depois…

Não se trata de duplicar o romance de Dumas, cheio de mosqueteiros e espadachins, o que hoje aqui me traz, é um balanço, uma reflexão sobre mais quarenta anos do… mesmo! As semelhanças são fatais! Tal como a república anterior, que já durara mais do que o previsto, por força de uma guerra (subversiva) dirigida do exterior, também esta, a terceira, vai durando graças a um pacto de credores internacionais.
Em ambas a mesma triste coincidência: - sujeição, imobilismo, ausência de horizonte ou de futuro.
Não é que eu seja um adepto do futuro, igual àquelas pessoas que o imaginam sempre belo e risonho, em comparação com um passado sempre triste e atrasado! Não, para mim todas as épocas se equivalem, seja veículo a carroça, o motor a carvão ou a jacto. O que interessa é a consciência da situação, a nobreza do gesto, a soberania da comunidade. Assim haja comunidade.
Por isso, talvez só por isso, estamos pior que ontem, mau grado a solidariedade apregoada, oficial ou oficiosa. O que vemos é fraternidade postiça, desigualdade crescente, e liberdade minguante na cabeça de todos e cada um de nós. Tal como o peru, estamos prontos para a ceia. Há réveillons a duzentos euros por bico! Com direito a variedades. E estão esgotados! Pois que viva a crise! E o tribunal constitucional, que não deixa diminuir a despesa do Estado! Aumentar, sim!


Boas entradas e…saudações monárquicas. 

quarta-feira, dezembro 18, 2013

Pré-natal

- Os professores deste país atrasado ainda não perceberam que reproduzem (em cada ano lectivo) o atraso em que vivemos. Provávelmente já terão recebido essa nefasta herança quando nasceram. Provávelmente. Mas a ideia que fica destes protestos não é brilhante. Parece menos uma manifestação corporativa e mais uma manifestação do funcionalismo público.

- MST ‘disparou’ contra o museu de CR 7 e esse tiro foi certeiro. Tem ainda a vantagem de ter sido o único a disparar e a acertar. De facto, não lembra a ninguém antecipar-se ao juízo da história e oferecer à sua terra um museu sobre si próprio! Enfim, um retrato fiel da nossa época. Bezerros de ouro e aduladores… aos molhos.

- Às vezes ponho-me a adivinhar como acabará a união europeia! Qual será a causa próxima! Que incidente a fará desmoronar mais depressa! E então surge em primeiro plano o jogo perigoso que Alemanha e o resto da união resolveram jogar com a Ucrânia! É que há muitas coisas que podem mudar, mas a geografia (e a geopolítica) não é uma dessas coisas.

- E termino com a originalidade de um penalty marcado a favor do Sporting, contra o Belenenses. A originalidade consiste no seguinte: - no momento do contacto (considerado faltoso) os protagonistas do lance estão fora do terreno de jogo… e a bola também!

Isto abre naturalmente as portas à marcação de penalties fora da grande área, digamos, por todo o estádio, desde que esse estádio se chame (obviamente) José de Alvalade.


Saudações monárquicas

segunda-feira, dezembro 09, 2013

O pensamento único

A democrática terceira república, com a sua revolução de Abril, fracturante, e a sua constituição socialista, sovietizante, será recordada por muito tempo, julgo eu, como a campeã do pensamento único em Portugal. Qual primeira república! Qual estado novo! Esta sim, nesta não se pode pensar, melhor dito, não se consegue pensar de outra maneira que não seja repetir (ad nauseam) a cábula oficial. Espécie de ditado que contamina todos os suportes mediáticos, chamem-se eles, jornais, canais de televisão, ou redes sociais. Uma unanimidade que até dói! Há excepções, honrosas, mas são excepções.

Veja-se o caso de Mandela, onde se chega a questionar, tal como na antiga união soviética, quem se atrasou no elogio, quem não disse exactamente aquilo que todos estão obrigados a dizer! Que nome damos a isto, digam lá?!

Quanto a mim, e cito o ‘Livro do desassossego’ – ‘este culto da Humanidade, com os seus ritos de Liberdade e Igualdade, pareceu-me sempre uma revivescência dos cultos antigos, em que animais eram como deuses, ou os deuses tinham cabeças de animais.’

E de forma mais prosaica acrescento: - será que existe alguém interessado em emigrar (agora) para esse paraíso de fraternidade (e segurança) chamado África do Sul?! Quem estiver interessado pode contactar-me.


Saudações monárquicas



Nota básica: Esta doença do pensamento único não é um problema português, nem sequer europeu, é uma epidemia mundial, embora se reconheça que em Portugal este tipo doenças realça o carácter indigente das suas elites. Porém a raiz do problema vai mais fundo, é uma consequência, como acima sugeri, da tentativa de substituir Deus pelo homem. Homem, que por maior que seja (e ironicamente, quanto maior se julga) não passa disso mesmo, de um homem. Uma caricatura de Deus.