sábado, setembro 12, 2020

O nacional benfiquismo sem máscara....

 

E sem vergonha! Batemos no fundo (como país e como sociedade) quando um primeiro ministro em exercício integra a comissão de honra de um candidato às eleições de um clube de futebol! Candidato que é arguido ou suspeito de uma série de crimes graves e no preciso momento em que Rui Pinto, denunciante (e testemunha) de alguns desses crimes, está sentado no banco dos réus!


Da referida comissão fazem parte outros políticos em exercício, desde deputados a presidentes de Câmara, que pelos vistos também não vêem qualquer inconveniente (ou conflito de interesses) entre o desempenho do cargo e o apoio explícito à dita candidatura! Uma república surreal, uma união soviética em ponto pequeno, com a única diferença em que não há necessidade de repressão, tal é a bonomia e a estupidez deste povo!


Saudações monárquicas


domingo, setembro 06, 2020

Ventura, última oportunidade!

 

Rui Pinto é, para o bem e para o mal, a linha que separa a mudança da continuidade'. André Ventura chegou para mudar mas não pode mudar apenas algumas coisas. Tem que mudar tudo. Auto intitula-se paladino contra a corrupção mas o seu desempenho nessa área tem sido selectivo e por isso não consegue descolar de Ana Gomes. O problema, não há que iludi-lo, tem a ver com a proximidade entre Ventura e Luís Filipe Vieira, presidente da actual Direcção do Benfica. Um presidente cujo desempenho, no futebol e noutras áreas, tem levantado demasiadas suspeitas. Suspeitas que são do domínio público. E na política não vale a pena invocar o princípio da inocência, pois como sabemos o que conta é a percepção dos eleitores e essa traduz-se em votos, não em sentenças. O handicap do Ventura é este. Handicap com tendência para se agravar durante o julgamento de Rui Pinto.


Só há uma maneira de sair disto: - uma auto critica, colocar as paixões no seu devido lugar, desvinculando-se publicamente do apoio à actual direcção encarnada ou a qualquer outra. Aliás para ganhar mais seriedade e independência deveria manter uma distãncia higiénica do futebol. Um sacrifício em nome de um bem maior. No fundo seguir o exemplo do Rui Pinto. Se o fizer talvez seja recompensado nas urnas.


Saudações monárquicas


Post scriptum:

Tal como era previsível Ana Gomes anunciou hoje, dia 8 de Setembro, a sua candidatura à presidência da república. E André Ventura ao saber do facto designou-a por 'candidata cigana'! Uma declaração infeliz e um tiro no pé.

Volto ao tema do meu postal - é preciso que alguém avise o Ventura sobre o seguinte: - Ana Gomes ganha votos quando apoia o Rui Pinto e Ventura perde votos quando apoia o Vieira*; sobre a questão dos ciganos Ventura já ganhou tudo o que tinha a ganhar e partir de agora tudo o que diga não acrescenta nada. Mas chamar a Ana Gomes 'rainha dos ciganos' pode custar-lhe mais do que pensa. Deu-lhe um trunfo sem querer.

* O facto de não se pronunciar sobre o caso Rui Pinto também é suspeito. Parece que a direita tem medo do tema e não quer combater a corrupção! Só espero que não diga o mesmo que o Costa - à justiça o que é da justiça! Para ouvir isso não precisamos do Chega. 

sábado, setembro 05, 2020

Afinal quem está a ser julgado?!

 

Um pirata informático?! Um vulgar criminoso que arrisca prisão e reputação por um punhado de dólares?! O chefe de alguma quadrilha internacional?!

A questão é pertinente face ao aparato policial, com snipers nos telhados, colete à prova de bala para o arguido, e uma mediatização nunca vista!

A resposta no entanto parece-me simples:

Quem está a ser julgado não é o Rui Pinto, é a república, somos todos nós que pactuamos com uma justiça que dá tais garantias aos criminosos ao ponto de ter transformado Portugal num oásis para a grande corrupção. Um oásis de tal maneira bem sucedido que atira para o banco dos réus quem se atreva a denunciar tais crimes. Enquanto isto os corruptos continuam em liberdade.

Alguns tentam justificar-se com a separação de poderes dizendo que os tribunais apenas aplicam a lei! Mas todos sabemos como isto funciona: - a assembleia da república encomenda as leis aos escritórios de advogados e estes depois vão defender os suspeitos de corrupção usando as 'garantias' prescritas nessas mesmas leis. 'Garantias' que não são acessíveis a qualquer bolsa. Uma pescadinha de rabo na boca.

Ciente disto tudo a terceira república, com os holofotes internacionais apontados, e a consciência a pesar-lhe, engendrou uma estratégia para salvar o Rui Pinto salvando ao mesmo tempo a reputação. Soltou-o, deu-lhe um estranho estatuto de arguido e testemunha protegida e tem a esperança que o colectivo de juízes perceba o que está em jogo, e suavize a pena a aplicar ao Rui Pinto pelos crimes que de facto cometeu.

O pior vai ser quando a república tiver que seguir as pistas deixadas pelo Rui Pinto e for forçada a sentar no banco dos réus os verdadeiros corruptos. Um cabo dos trabalhos pois vão ter que se algemar uns aos outros!


Saudações monárquicas


quinta-feira, setembro 03, 2020

Rui Pinto na república da corrupção!

 

Acha que algo mudou na opinião pública em relação a si com Luanda Leaks?


Houve uma mudança na imprensa relativamente a mim: alguns jornalistas que me chamavam sempre pirata ou hacker ou espião informático agora chamam-me whistleblower. Antes todos tratavam o Football Leaks como uma guerra tonta entre clubes de futebol. Mas quando apareceu o Luanda Leaks, todos perceberam que havia muito mais que isso. Até os procuradores acabaram por perceber que isto era maior do que o que esperavam. Este projeto acabou por me ajudar a finalmente sair da prisão.


É mais compensador libertar esta informação [Luanda Leaks] do que atacar o mundo do futebol?


Por vezes fico um pouco triste porque o Football Leaks não atingiu tudo o que esperava no início. Para os denunciantes, o mundo do futebol não é o sítio mais fácil para entrar. Creio que o Football Leaks foi uma das mais perigosas fugas de informação. Os denunciantes do futebol correm muito mais perigo do que os de outros negócios, como os dos Panama Papers ou dos LuxLeaks.


Por que é que pensa isso?


As empresas de fachada e os evasores fiscais têm consideravelmente menos adeptos do que os clubes de futebol. O futebol vive do entusiasmo e das emoções dos adeptos. Se descobrirmos alguma falcatrua nesta área ganhamos logo um monte de inimigos.


Já foi acusado de ter sido o responsável pela divulgação de documentos do Benfica [Mercado de Benfica], que é provavelmente o mais influente clube em Portugal. O Benfica é agora crítico da sua colaboração com as autoridades. O que pensa disso?


A colaboração foi feita de forma totalmente legal. Se não estão contentes com isso é problema deles. Pensam que dominam o país. Mas acabou, porque as pessoas começam a abrir os olhos.


O que quer dizer quando afirma que o Benfica domina o país?


Este clube é como um polvo de influência. Há um pormenor muito importante sobre o qual quero que o público pense. Ao mesmo tempo que as autoridades portuguesas enviavam um pedido às autoridades húngaras para alargar o meu mandado de detenção europeu, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria recebeu dois bilhetes VIP para jogos do Benfica e teve encontros no estádio do Benfica. Isto é o Benfica.


Não terá sido uma mera coincidência?


Na minha opinião não. Depois da publicação de e-mails do Benfica, todos começaram a perceber que o modus operandi dos seus dirigentes era alargar a influência, muitas vezes por cortesia, para alcançar os seus objetivos. O Benfica foi uma das partes mais interessadas no alargamento do mandado de detenção europeu. A Péter Szijjártó [ministro dos Negócios Estrangeiros] faltou o senso comum, e como diz o ditado “à mulher de César não basta ser, é preciso parecer”. Ficará sempre uma nuvem de suspeição sobre o alargamento do mandado europeu de detenção.


As suas denúncias abalaram a confiança em boa parte dos organismos do futebol e nos maiores clubes. Essa desconfiança será reparável?


Como podemos acreditar que as instituições do futebol vão de facto trabalhar no melhor interesse do desporto? Tenho a sensação de que a UEFA sabotou as investigações contra o Paris Saint-Germain sobre o 
fair play financeiro. Os clubes poderosos podem escapar de tudo se tiverem a forma certa de influenciar. O futebol claramente perde a sua identidade e as suas características se os bilionários injetarem dinheiro em alguns clubes e com isso conseguirem que vençam as competições internacionais. O futebol não devia ser isto.


Não tem nenhuma esperança?


Tenho esperança porque há alguns resultados. Recentemente, o procurador-geral suíço abandonou o cargo por causa dos encontros com Gianni Infantino. Há uns anos ninguém pensava que fosse possível. Mas vejam o comunicado da FIFA: o comité de ética da FIFA declarou que a FIFA não cometeu nenhum crime. É ridículo.


Qual é a sua perspetiva em relação ao julgamento?


Será algo do tipo David contra Golias, porque seremos eu e os meus advogados contra os interesses poderosos e obscuros da sociedade portuguesa. Alguns dos advogados do outro lado representam noutros processos pessoas suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro, pelo que me vêem naturalmente como uma ameaça.


O seu advogado William Bourdon disse que se irá declarar inocente perante a juíza. É verdade?


Espero ser absolvido, porque sou um denunciante e atuei de boa fé. Atuei no interesse público, para mostrar o que estava errado, não apenas no futebol mas noutras áreas também.


Parece ser movido pela vontade de revelar crimes e injustiças. Imagina-se a trabalhar para as autoridades portuguesas depois de o julgamento terminar?


Nunca pensei nisso. Primeiro quero resolver a minha situação legal e ser absolvido. Mas em abstracto posso dizer que quero que o meu trabalho sirva um propósito. Quero uma mudança real.


(Com a devida vénia, excerto da entrevista de Rui Pinto ao Der Spiegel publicada no Expresso)

terça-feira, setembro 01, 2020

Repúblicas – descubra as diferenças!

 DGS era a sigla da 'direcção geral de segurança do estado' entidade que nas horas vagas tratava da saúde a alguns recalcitrantes; a sigla manteve-se nesta terceira república mas está muito mais preocupada com a segurança e a propaganda do estado socialista que com a saúde dos portugueses;


Antigamente a censura era um dado objectivo, existia oficialmente, mas a comunicação social, excepção feita aos jornais do regime, tentava por todos os meios furar aquele bloqueio; actualmente a censura oficial não existe mas é como se existisse! Transformou-se num estado de espírito, numa reacção mental ao sentido crítico, e a comunicação social em peso faz o possível, e o impossível, para não questionar o poder instituído; e se queremos saber alguma coisa do que se passa verdadeiramente no nosso país temos que recorrer à imprensa estrangeira; por ser um problema mental nem as redes sociais escapam à doença.


Finalmente a GNR mantém-se como guarda pretoriana do regime, coisa que não existe em nenhum outro país europeu. Onde por norma as forças policiais pertencem todas a um mesmo corpo e a um mesmo comando. Esta excepção parece não incomodar muito os portugueses que, ou não dão por isso, ou já estão habituados.


Há concerteza muito mais diferenças entre as duas últimas repúblicas desde logo nos quilómetros quadrados que faziam parte do respectivo território, ou na capacidade para o desenvolver, retendo assim as populações que hoje emigram (em massa) para a 'antiga' metrópole.

Mas há uma diferença que não resisto a comentar de tal modo se tornou evidente: - a segunda república defendia a trilogia - Deus, Pátria, Família! Trilogia errada onde faltava o Rei, representante e defensor da família. Na falta do representante a coisa piorou naturalmente. Hoje da velha trilogia resta a 'família'. Mais própriamente a 'família socialista'! Uma vingança da história para os adeptos do cinco de Outubro.


Saudações monárquicas