quarta-feira, julho 27, 2016

Jogos gregos... mas o tempo mudou!

O tempo mudou, mudou na maneira como se escreve, naquilo que se diz, ainda não é a verdade completa, nem podia ser, mas o discurso arrefece, fala-se em grande vitória mas está tudo com cara de enterro, diz-se que foi a vitória de todos, mas isso equivale sempre à derrota de todos! A população ausenta-se do assunto e enquanto houver dinheiro nas caixas de multibanco quer é praia. Nada de dores de cabeça. E tem razão. Mas no fundo, lá no fundo, duvido que haja algum português que acredite que vamos cumprir o acordado com Bruxelas! Não é grande problema porque Bruxelas comunga da mesma dúvida. É aquilo a que eu chamo jogos gregos.
Quando em tempos negámos (com veemência) as  nossas nossas parecenças com a Grécia, compreendia-se, ainda não tínhamos sido campeões europeus de futebol! Mas depois do evento é garantido que Ulisses andou por aqui. Um Ulisses mais sonso, mais mentiroso, mas com os mesmos truques. E já acredito naquilo que li algures - o governo Costa vai aguentar-se até ao fim da legislatura, quem pode não durar tanto é o país!


Saudações monárquicas

domingo, julho 24, 2016

Medalhas para todos!

O regime medalha-se, e quem for campeão europeu ou mundial de qualquer coisa, desde o futebol ao berlinde, já sabe que leva medalha e comenda! Sendo que a comenda pagamos nós. Mas o regime também se celebra num gesto umbilical sem precedentes! Descobre personalidades e datas, afinal tão marcantes, e as celebrações sucedem-se, ocupam o espaço público a um ritmo tal que ficamos sem saber se a homenagem é ao défice estrutural que construímos, ou ao défice mental que nos persegue! De qualquer modo não temos dúvidas em afirmar que a continuarmos assim, a firma Marcelo e Costa vai superar o recorde do ‘Jorge das medalhas’ que julgávamos, na nossa ingenuidade, imbatível. Estarei a exagerar?! Talvez. O assunto não é assim tão importante?! Se calhar não é. Ou talvez seja, mas para aqueles que pensam que um regime, repleto de gente ilustre, vai de vento em popa! Não, não vai, e estas homenagens revelam precisamente o contrário. Quando se começa a olhar muito para o umbigo é mau sinal. É sinal de regime exausto, que não tem mais nada para dar… a não ser medalhas.



Saudações monárquicas

sexta-feira, julho 22, 2016

Marcelo e os eleitores!

O presidente da república sabe que foi eleito por uma vasta maioria de portugueses e sabe também que a eleição para a chefia de estado é a única em que os eleitores decidem sem a intermediação obrigatória dos partidos. Intermediação excessiva, abusiva, práticamente impossível de alterar porque não se espera que os partidos abdiquem do seu (excessivo e abusivo) poder representativo. Marcelo sabe tudo isso e portanto não lhe fica bem negar aos mesmos eleitores que o elegeram a possibilidade de se pronunciarem sobre a permanência de Portugal na União Europeia! Se não foram estas as palavras a ideia com que fiquei ao ouvi-lo foi esta, e isso incomodou-me. E a pergunta sacramental é a seguinte: - então, onde é que fica a democracia?! Ou a partidocracia é para continuar ‘ad eternum’?!
Uma coisa é aconselhar, outra é proibir, mantendo os vícios do regime.



Saudações monárquicas  

segunda-feira, julho 18, 2016

O quinto império!

Vieram todas as globalizações, as notícias correm o planeta em segundos, mas há duas coisas muito difíceis de mudar: - a geografia, dificílima, e o ser humano, também. A geografia não muda e com ela não muda a geopolítica. O ser humano mantém características muito semelhantes há um ror de séculos!
Aqui chegados, os impérios substituem-se uns aos outros, sempre com a última palavra ideológica, sempre com a última palavra bélica. Mas nada mais do que isso. E passam. Há no entanto pequenos avanços, fórmulas que duram mais, talvez por estarem mais de acordo com a natureza humana. Nesses avanços, nesses impérios que duram mais, situa-se sem dúvida o império português! Renegado pelos positivistas, por todos os laicos, pelos que não compreendem porque é que em Malaca se vibra com a vitória europeia de Portugal, esse império, sempre que pode, sempre que o deixam, vem à tona de água e faz-nos sonhar!
E afinal não é só do Minho a Timor! É maior!



Saudações monárquicas   

sexta-feira, julho 15, 2016

É difícil escrever...

Nestas circunstâncias é difícil acrescentar alguma coisa à tragédia, e no entanto a banalização dos mortos, dos incontáveis feridos, é perigosa. Banalização que, sem querer, os media vão acentuando em horas intermináveis de emissão! Mas não escrever nada sobre o assunto também coloca algumas questões. Por exemplo, vale a pena repetir os lugares comuns contra o terrorismo?! Todos lamentam o que aconteceu e todos esperam que nunca mais se repita. Mas sabem que não é verdade. Infelizmente, o terrorismo ganhou  a sua batalha e tornou-se incontrolável. Foi um longo processo de demissões e mentiras com marcos bem definidos, algures no passado, que ninguém quer desenterrar. Nestas condições o discurso sobre o terrorismo é sempre o terrorismo dos outros. Por exemplo, não é eficaz combater o terrorismo enquanto se celebram guerras civis com fogo de artifício! Branquear a história, ou pura e simplesmente achar que o 'terror' iniciado na Bastilha não tem nada a ver com o terrorismo actual, só pode ser uma falácia. Os portugueses, aliás, têm uma experiência ainda recente de luta contra o terrorismo! Em África, na chamada guerra colonial. No final disseram-nos (e suponho que a tese se mantém) que há terrorismo bom e terrorismo mau! Assim mesmo. E foi mais um capítulo triste, a somar a tantos outros, da tal guerra perdida contra o terrorismo.

segunda-feira, julho 11, 2016

Fernando Santos e mais onze!

O homem agradece a Deus os talentos e a argúcia, e eu agradeço-lhe a infinita paciência com que aturou uma série de anormalidades, que só visto! Desde logo o histerismo do Ronaldo que ele, paternalmente, transforma em virtude, mas sobretudo as perguntas dos jornalistas, qual delas a mais idiota! Então a estranheza de haver um católico, apostólico, romano, em Portugal, essa bate todos os recordes, inclusivé os do Ronaldo! Recordes de ignorância e estupidez a pedir rápida intervenção de uma catequese mais musculada. Talvez do tipo islâmico. Quanto ao futebol e ao mérito de uma vitória em que poucos acreditavam (excepto os gregos!), sobre isso tenho a dizer o seguinte:

Foi bom termos ganho à França, e não me perguntem porquê! Foi bom que a Torre Eiffel não se vestisse de verde e encarnado e por duas razões – a primeira, pessoal, uma vez que eu ainda distingo as cores de Portugal das cores da república. A segunda tem a ver precisamente com o espírito faccioso e republicano que os franceses possuem (em altíssimo grau) e os impede de serem desportistas e grandiosos… na hora da derrota. Seria de facto um choque para mim se me enganasse dessa maneira. Não, os jacobinos são jacobinos e nós adquirimos essa doença com eles.

Individualmente é melhor falar da equipa que Fernando Santos montou pois sem ela e sem esse espirito que acabou por contagiar uma nação, não teríamos sido campeões europeus! Parabéns a todos!



Saudações monárquicas

quarta-feira, julho 06, 2016

Os museus da república!

É mais um museu da república ou é a república que é um museu?! Pergunta pertinente uma vez que a monarquia em oito séculos de história nunca viu necessidade de ser recordada num museu. Compreende-se, é a diferença entre a memória viva que um rei representa e um organismo morto a precisar de legenda!
Para lá desta diferença essencial dizem-me que aquilo serve para depositar, arrumar, encaixotar, (desviar!) os presentes que são oferecidos aos vários presidentes da república que vamos tendo. E visto nesta perspectiva admito que para além do museu deva existir um armazém suficientemente amplo, pois só nesta terceira república já vamos com mais de uma mão cheia de presidentes!
Presentes à parte o que escusávamos é de ser confrontados com prendas do género* - ‘Empresa do namorado do director do museu da presidência…’!
Será que não merecemos um pouco mais de respeito?! Que temos nós que saber sobre as intimidades do director do museu?! Sobre as intimidades da república?! Será só jornalismo sensacionalista?! Penso que não.


Saudações monárquicas



*CM de 05/07/2016 

segunda-feira, julho 04, 2016

As tácticas republicanas e os ‘mais carenciados’!

Receita antiga, muito usada, primeiro estabelece-se uma lei geral que aparentemente se aplica a todos, e no dia seguinte inicia-se o processo das excepções – projecto a projecto, proposta a proposta, filhas de um populismo execrável, a lei vai aceitando excepções atrás de excepções, que beneficiam uns quantos ‘carenciados’ e prejudicam a justiça equitativa que porventura estivesse presente na lei original! A escolha dos ‘carenciados’ não é cega, nem inócua, nunca foi, e tem dois objectivos claros – calar as corporações mais fortes e por conseguinte, mais reivindicativas, e assim cativar futuros eleitores. 

Esta receita não é de esquerda nem de direita, é uma prática puramente republicana, própria de sociedades em campanha eleitoral permanente onde tudo é conjuntural e oportunístico, e nada é estrutural e estruturante. O que conta, não é o país considerado como um todo, mas o clientelismo que há-de garantir o voto nas próximas eleições! Os ‘mais carenciados’ na lógica desta receita vão aumentando indefinidamente, e como as excepções comportam sempre mais custos, o estado vai definhando e empobrecendo, também indefinidamente.



Saudações monárquicas