Nestas circunstâncias é difícil acrescentar alguma coisa à tragédia, e no entanto a banalização dos mortos, dos incontáveis feridos, é perigosa. Banalização que, sem querer, os media vão acentuando em horas intermináveis de emissão! Mas não escrever nada sobre o assunto também coloca algumas questões. Por exemplo, vale a pena repetir os lugares comuns contra o terrorismo?! Todos lamentam o que aconteceu e todos esperam que nunca mais se repita. Mas sabem que não é verdade. Infelizmente, o terrorismo ganhou a sua batalha e tornou-se incontrolável. Foi um longo processo de demissões e mentiras com marcos bem definidos, algures no passado, que ninguém quer desenterrar. Nestas condições o discurso sobre o terrorismo é sempre o terrorismo dos outros. Por exemplo, não é eficaz combater o terrorismo enquanto se celebram guerras civis com fogo de artifício! Branquear a história, ou pura e simplesmente achar que o 'terror' iniciado na Bastilha não tem nada a ver com o terrorismo actual, só pode ser uma falácia. Os portugueses, aliás, têm uma experiência ainda recente de luta contra o terrorismo! Em África, na chamada guerra colonial. No final disseram-nos (e suponho que a tese se mantém) que há terrorismo bom e terrorismo mau! Assim mesmo. E foi mais um capítulo triste, a somar a tantos outros, da tal guerra perdida contra o terrorismo.
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