quarta-feira, junho 25, 2014

Estar (ou não estar) á altura

Renunciar à herança, ceder, mudar para parecer, ou simplesmente mudar por não perceber, são atitudes que não qualificam ninguém.

Dizem-me que Filipe VI (bastante alto, por sinal) não quis seguir a tradição, leia-se, o saber acumulado por gerações, o património que os seus antepassados preservaram a muito custo. É mau sinal. Se pensa que o homem, por mais poderoso que seja, e não é o caso, pode zombar da tradição, está redondamente enganado. Muitos o fizeram antes dele, e deles não reza a história. Amanhã ou depois, numa curva da estrada, num momento inesperado, todos esses delírios de grandeza ruirão fragorosamente.

É uma lei inexorável, que se aplica a tudo, menos á humildade, menos à coragem de aceitar aquilo que recebemos por herança.

Meia herança não chega.



Saudações monárquicas

segunda-feira, junho 16, 2014

Fardo demasiado pesado

Não é fácil carregar aos  ombros a orfandade de dez milhões de pessoas! Dez milhões de deserdados cuja herança se resume a uma selecção de futebol! Dez jogadores comandados por um génio obrigado a fazer milagres em todos os jogos! Depois, para piorar a situação, existem à volta da selecção uma infinidade de interesses, uns mais legítimos que os outros, mas que todos juntos ainda tornam mais difícil, e mais pesado, aquele fardo. Falemos um pouco disto tudo:

Sobre a orfandade, já falámos - perdida a identidade com o assassinato do rei, sem remorso, e perdida a com-propriedade com a perda do império, com fortes sinais de cobardia e traição, pouco temos em comum, para além da língua, que aliás estamos em vias de hipotecar.

Sobre os símbolos - a bandeira verde e encarnada e o hino das brumas da memória - são símbolos de um regime, não são símbolos de Portugal. Portugal é maior e mais antigo que a republica maçónica portuguesa. A população, intoxicada com a propaganda, não percebe e, ingénuamente, consome tudo o que lhe impingem. E o futebol, desporto de massas, é o palco ideal para essa mesma propaganda. Por isso não me espanta, quer o endeusamento dos jogadores, quer a comemoração esquizofrénica das derrotas! Como se de vitórias se tratassem!!!

Portanto, a coisa não está fácil. O único conselho que me atrevo a dar é o seguinte: vejam o futebol, mas aquilo é só futebol. E no futebol, a Alemanha é sempre a Alemanha. Mesmo na Baía onde chegámos há quinhentos anos!

Saudações monárquicas 

sexta-feira, junho 06, 2014

O fim do princípio

Li a crónica de VPV (o princípio do fim) e concordo com o título, se for ao contrário: - o fim do princípio. Ou seja, o fim do princípio em que assenta toda esta caranguejola constitucional. Assim mesmo.

VPV (Vasco Pulido Valente) centra-se como sempre no século XIX, único século que admite e conhece, e a partir daí engana-se porque afunila as questões. Fala das árvores mas não repara na floresta que entretanto cresceu! Cresceu e dá sombra a muita gente! Incluindo VPV. 
Liberdade, igualdade e fraternidade, eis os cânones da religião que infesta a terra, e que tem em Portugal inúmeros fiéis. Curioso é que muitos daqueles que protestam, e são explorados pela situação, sem perceberem, continuam a aclamar aqueles princípios!

Já nem falo no TC, onde abundam os sacerdotes da dita religião, nem no PC, leia-se Passos Coelho, seu aparente adversário, mas que inexplicávelmente recuou no intuito inicial de rever a constituição! Falo dessa gente ignara, que se acha igual aos de cima mas diferente dos de baixo, que quer a liberdade sem limites mesmo que isso implique a privação dos outros e quanto a fraternidade estamos conversados. Só se for para gritar em uníssono os golos da selecção!

Mas voltando um pouco atrás, pergunto, porque terá Passos Coelho recuado na intenção de rever a constituição?! A razão invocada não nos diz nada: - 'o PS nunca estaria de acordo'. 
Pois bem, sendo assim, a conclusão é simples: - a paralisia constitucional não se deve a razões económicas, de justiça social ou outras que caibam na inteligência ou no bem comum dos portugueses. Somos irreformáveis, muito simplesmente, para não ofender a religião que o velho partido republicano professa. Partido esse que nunca morreu, está bem vivo por detrás da partidocracia que nos subjuga.

Por isso hão-de subir os impostos, até ao limite, há-de empobrecer o país até à exaustão, para manter intocável a ideia de que o Estado, é o deus que temos que adorar e sustentar! Tenha a dimensão que tiver, tenha o peso que tiver, porque isso de peso e dimensão, em se tratando de um deus, só a ele cabe decidir!
Até rebentarmos de vez... ou enterrarmos de vez aquela trindade.


Saudações monárquicas

terça-feira, junho 03, 2014

A república das bananas comenta a monarquia espanhola!

Incapazes de engolir a supremacia espanhola, em todos os domínios, supremacia que tem na expansão da língua castelhana o seu melhor barómetro, os portuguesinhos da silva, da comunicação social, etc., fazem tudo para apoucar o regime que 'nuestros hermanos' mantém! O pretexto foi a recente abdicação do rei Juan Carlos.

Mais, não querem perceber que partindo ambos os países de uma ditadura, onde em muitos aspectos estavam em pé de igualdade, bastou que a Espanha restabelecesse a monarquia plena (relembremos que Franco soube manter essa possibilidade!), bastou isso, dizia, para que o fosso se abrisse, e não mais parasse de se aprofundar!

E a pergunta é: - onde estaríamos nós, se por um acto de inteligência e humildade, regressássemos ao regime que nos deu grandeza e glória?! Pior do que estamos, (intervencionados, subsídio dependentes) não estaríamos com certeza.

Outra pergunta: - e qual é o nosso futuro?! Que cimento nos une?! Quem nos mobiliza?! O hino das brumas da memória?! A selecção?! O Ronaldo?!

Portanto, caros comentadores, ‘porque não se calam?!’



Saudações monárquicas

segunda-feira, junho 02, 2014

Alienação em alto grau

A vida quanto mais pobre, mais medíocre, menos vida, gera sempre deslocações de interesses, actos falhados, fugas à realidade, e todo um cardápio de reacções humanas, legítimas sem dúvida, até certo ponto compreensivas, isso está estudado, a ciência conhece, o observador comum repara... mas o que é demais, é demais.
Já perceberam que estou a referir-me ao manifesto exagero que rodeia a chamada… ‘selecção’! Pus entre aspas porque a própria designação me arrepia! Assusta-me!
Fico com a sensação que só temos isto para nos agarrar, para nos justificar como povo, como nação, como Pátria! Pior ainda, se calhar é verdade!
Eu bem sei que há muito dinheiro em jogo, muita gente a ganhar com a seleção, e sendo assim, não será ‘assim’ tão importante do ponto de vista cultural, mas mesmo ‘assim’…
De manhã à noite, a selecção está no hotel, sai do hotel, vai fazer um treino, o país desloca-se, a TV desloca-se, o Ronaldo constipa-se, o governo espirra, a presidência tosse, os canais disponíveis (todos) discutem em mesa redonda, como sair desta constipação! E a dita selecção ainda nem sequer partiu para o Brasil! Entretanto, vigiam-se os aeroportos, as brigadas de trânsito multiplicam-se, os batedores seguem-nos, os repórteres, sempre os repórteres, por todo o lado…
É certo que eu podia desligar a televisão, é o que quase sempre faço. Acontece que às vezes também me apetece ver um bocado de futebol! Mas é precisamente isso que não acontece! Futebol jogado, não. Só conversado. Quando muito um treino a fingir contra a Grécia, com bilhetes pagos e enchente. E a malta vai nisso e paga! E gosta! Não há nada a fazer. Dizem-me que no resto do (terceiro) mundo também é assim…

Saudações desportivas


Nota: Antigamente éramos conhecidos pela pátria dos três 'efes'. Agora, é só um ‘F’ grande, descomunal ao pé dos outros dois.