sexta-feira, dezembro 30, 2016

Bissexto

Diz o povo – ‘ano bissexto não enche um cesto’ – é assim nas colheitas mas podia não ser assim na política! Mas é. Embora os políticos não o digam abertamente a verdade é que vivemos num eterno presente. Um presente cheio de boas notícias, anunciadas à vez por um primeiro-ministro sorridente ou pelo presidente da república que nos caiu em sorte! Com o raro dom da omnipresença aparece sozinho em todo o lado mas vem sempre acompanhado por uma câmara de televisão! Neste país o amanhã não existe, ou só existe no fantasioso reino da ‘pós verdade’ ! Aqui, os nossos desejos substituem a realidade numa espécie de embriaguez colectiva apenas perturbada por alguns sensaborões que não acreditam que nos tenha saído a lotaria! De facto a lotaria chama-se hoje BCE, o grande responsável pela sobrevivência das geringonças que por aí andam. A portuguesa, a grega, etc.! O único objectivo é manterem-se no poder. As geringonças valem por si e os países que se danem.
E com tudo isto esqueci-me de falar no ano bissexto. Afinal é só mais um dia de quatro em quatro anos. Para acertar calendário.


Saudações monárquicas 

terça-feira, dezembro 27, 2016

Natal

Quando estas senhoras se forem embora morreu um mundo e tão depressa virá outro melhor. Mestras da caridade, tias para uns, mães para muitos, exemplo para tantos, mudavam a vida dos outros mas nunca mudaram as suas vidas! Hoje estão velhinhas. A tia Madre Deus deixou-nos no dia de Natal. Na missa de sufrágio todos tinham direito a pêsames!   

quarta-feira, dezembro 21, 2016

Guerra e Paz

Em paz e guerra fiz assim o meu poema
Das coisas más e que ainda me dão pena
Pra me salvar embarquei numa aguarela
Pintei no mar uma frágil caravela

No horizonte estive tão perto do céu
Subi o monte para ver o que era meu
Então desci, fui descendo até ao fundo
Não percebi que o meu reino é doutro mundo

Em paz e guerra, fui João com muita pena
E assim escrevi, fui escrevendo o meu poema!

quinta-feira, dezembro 15, 2016

Há sempre um tribunal à tua espera!

Existe um país, na periferia do mundo, onde o dia de ontem é igual ao dia de hoje e será igual ao dia de amanhã! O tempo ali não corre e podíamos pensar que estávamos perto do paraíso, mas não, estamos apenas na sala de espera de um imenso tribunal! Um tribunal superior, daqueles que não admitem recurso nem réplica. As suas sentenças são previsíveis e não se destinam a fazer justiça. Porque o grande objectivo constitucional desse país é deixar tudo na mesma. Por vezes acontece haver alguma agitação, alguém que reage, a suspeita de um crime, uma diligência necessária! Nessa altura a luz vermelha acende-se e o tribunal entra em alerta amarelo! E se o caso se complica, actua! Pode então mandar destruir provas, soltar suspeitos, suspender averiguações, desautorizar sentenças, pode práticamente tudo! O que ele não pode é obrigar as pessoas a gostar disto.


Saudações monárquicas

terça-feira, dezembro 13, 2016

O regime é o mesmo!

Há por aí alguns comentadores que gostam de comparar os vícios do presente com os vícios do passado (do tempo da outra senhora como lhe chamam!) fazendo disso grande alarido como se o actual regime estivesse livre desses pecados! Ou fosse diferente! Mas não é. No essencial o regime é o mesmo. E nem a evidência de termos um presidente da república que é filho de um ministro de Salazar e afilhado de outro, os convence! Eu percebo, é gente desenganada da política, gente que na sua juventude terá sido comunista ou coisa parecida e neste percurso de regresso à normalidade ainda não consegue ver as coisas a direito. Não é por isso que deixo de os ler até porque são combativos e dizem umas verdades.

Vem isto a propósito de um artigo de Helena Costa que li no Observador onde a autora se insurge contra a actual censura prévia, contra o ‘lápis azul’ que esconde as notícias incómodas enquanto vai plantando outras que interessam à propaganda do regime. Mas qual é a surpresa e qual é a dúvida?! 
Nenhuma dúvida sobre uma comunicação social unânime*, comité de propaganda de interesses obscuros! E digo obscuros porque quando se esconde a realidade, o motivo há-de ser sempre obscuro. Também nenhuma surpresa para quem conhece a história universal da república – começa com um golpe e acaba numa ditadura.** E as ditaduras nunca dispensam a censura.


Saudações monárquicas


*O Correio da Manhã e o Sol escapam, por enquanto, a esta unanimidade.


**As ditaduras actuais são (quase) todas republicanas. E 'democráticas'! 

quinta-feira, dezembro 08, 2016

Caixa Geral de Depósitos - banco público ou privado?

A Caixa Geral de Depósitos precisa de ser recapitalizada, o que quer dizer em linguagem corrente que faliu! Porque é que faliu nunca o saberemos até porque já decorrem as necessárias averiguações e auditorias cujos resultados são fáceis de adivinhar. Um dia sairá um relatório suficientemente espesso e vago como é normal acontecer nestas ocasiões E acontece assim porque a Caixa Geral de Depósitos nunca foi um banco público mas sim uma coutada da terceira república! Nesse sentido podemos dizer que é um banco super privado. A ele só têm acesso os partidos do poder (sempre os mesmos há mais de quarenta anos!) e algumas corporações que os dominam (sempre as mesmas há mais de quarenta anos)! É por isso que a Caixa está falida. E é por isso que esta querela sobre se a Caixa deve ser pública ou privada serve apenas para entreter o pagode. Eu gostava que ela fosse pública, que estivesse ao serviço dos interesses do país e não, como tem estado, ao dispor da nomenclatura republicana. Se têm dúvidas, sigam o rasto das ‘imparidades’ e descubram quem beneficiou com elas!



Saudações monárquicas



  

segunda-feira, dezembro 05, 2016

Parole, parole, parole…

Tão novinho e já com tanto paleio! É a imagem que fica do italiano Renzi que dentro da melhor tradição socialista queria domesticar a democracia e reduzir a Itália a uma campina rasa e devidamente centralizada. É no fundo a ideia liberal, napoleónica, estalinista, de um homem, um voto, e depois mandamos nós, os ‘eleitos’, e o rebanho que vá pastar! Mas de que tratava então o referendo italiano?! Nada de especial e só me dou ao trabalho destas linhas porque pelas notícias e pelos comentários não se fica a perceber patavina! Ora bem, o nosso Renzi quis (e quer) fazer uma reforma constitucional visando acabar com os ‘riscos’ do ‘populismo’! E o que é o ‘populismo’?! O ‘populismo’ para a esquerda bem pensante é tudo aquilo que democraticamente a possa arredar do poder. A democracia em última análise é sempre um ‘populismo’ se os resultados forem contra as suas expectativas. São assim ‘populismos’ a decepção do Brexit, a vitória de Trump, a ameaça conservadora em França, a hipótese Grilo em Itália, etc.! Uma das soluções previstas para contrariar o povo seria uma emenda na lei eleitoral seguindo o exemplo grego que atribui uma percentagem adicional de votos a quem fica em primeiro lugar nas eleições. E assim, por acrescento, acabavam-se com regionalismos inúteis que só atrapalham os grandes líderes do futuro! Como Renzi pensa que é.

Já perceberam?! Eu também não. Mas posso perceber que em Portugal nada disto é necessário porque nós já fizemos esta reforma há muito tempo! Por essa reforma fomos dispensados de nos pronunciarmos sobre a adesão à união europeia, ao euro, ou a qualquer outro assunto de interesse nacional! 'Eles' decidem por nós. Em contrapartida temos coisas boas. Por exemplo, ainda é possível assistir ao vivo, em Almada, a uma encenação do comité central do Partido Comunista Português como se estivéssemos em Moscovo na revolução de Outubro! Não me digam que isto não é bonito! Parece um filme!


Saudações monárquicas

sábado, dezembro 03, 2016

Portugal – que democracia é esta?!

Se o conceito de democracia perdeu hoje qualquer sentido a culpa não é minha é dos democratas. Foram eles que criaram a ilusão de que por essa via o 'povo' (outra expressão enigmática) estaria sempre bem representado! Os factos e a história revelam precisamente o contrário! E nem precisamos de ir muito longe, fiquemos por aqui, em Portugal, e vejamos como funciona (na prática) a nossa democracia!

Temos um primeiro – ministro que perdeu as eleições; temos um governo que os portugueses não escolheram nem escolheriam se lhes tivesse sido proposto durante a campanha eleitoral; temos um partido na assembleia da república, “os Verdes”, que nunca foi a votos! Isto quer dizer que em mais de trinta anos de existência ninguém sabe, nem o próprio partido saberá, qual o seu real peso eleitoral! E temos, para compor o ramalhete, um presidente da Câmara Municipal de Lisboa (natural do Porto!) que também não foi eleito!
Dir-se-à que tudo isto é legal e eu acredito. O que não acredito é que o tal ‘povo' esteja a ser bem representado.

Ainda assim estamos a falar de trocos quando comparados com o flagelo democrático que dá pelo nome de abstenção! Cuja fasquia não cessa de subir! E a pergunta impõe-se: - quem representa afinal os interesses deste ‘povo’?! A justificação mais fácil e que é comum apresentar diz-nos que a elevada abstenção é um fenómeno normal nas democracias avançadas! Justificação ridícula porque dizer isto ou não dizer nada é precisamente a mesma coisa. Outros, decerto menos democráticos, tendem a culpabilizar os faltosos e passam à frente! No entanto o problema da representação democrática mantém-se e fica por resolver! 

Até que em desespero de causa há sempre uma 'alminha democrática' que se lembra de citar Winston Churchill! Um erro que convém corrigir. O antigo primeiro-ministro inglês não pode ser convocado nesta matéria. Ele falava de outra democracia! Falava no contexto de uma monarquia assente na tradição o que faz toda a diferença. Neste contexto, de facto, não há problemas de representação. E até a democracia funciona.



Saudações monárquicas

quinta-feira, dezembro 01, 2016

A independência e a crise da representação!

Quando vivemos de empréstimos não somos independentes. Quando a dívida supera aquilo que podemos produzir e pagar nunca seremos independentes. Quando relativizamos tudo isto e achamos normal viver assim deixámos de querer ser independentes! É neste ponto em que estamos, numa república de memória selectiva, e que verdadeiramente não sabe para onde ir! Não sabe nem tem capacidade para saber. E por isso dá beijinhos a toda a gente! Beijinhos atlânticos misturados com juras de amor continental! Abraços ibéricos e nostalgias africanas! No cerne do problema está a crise da representação! Crise indisfarçável que o sufrágio universal por si só não resolve.

Dois exemplos de má representação no mesmo dia: - a mão na omoplata da rainha protagonizada pelo ‘mestre dos afectos’ mas que pelos vistos ainda não aprendeu a distinguir a vida pública da vida privada. E a falta de educação dos deputados do Bloco que pelos vistos se esqueceram que estavam ali em representação de muitos eleitores que gostariam que eles fossem bem educados. E que de certeza não votaram numa república ibérica.
Tanto num caso como noutro os interesses pessoais ou de facção sobrepuseram-se aos interesses da grei. Aos interesses de uma Pátria independente.



Saudações monárquicas

Há coisas que doem...

A visita dos reis de Espanha doeu-me como me doem as feridas que não saram. Doeu-me pela república que sofremos. Doeu-me pela felicidade dos outros. Doeu-me mais porque há qualquer coisa na memória do tempo que a torna real e próxima de acontecimentos funestos. E porque me doeu afastei-me da felicidade geral, dos sorrisos deslumbrados, da sucessão de eventos sem significado nem história. Mas na sociedade da informação ninguém consegue alhear-se totalmente daquilo que não gosta! Por isso soube da homenagem ao Fundador e soube do jantar oferecido aos reis de Espanha nos Paços dos Duques de Bragança em Guimarães. Soube e teria preferido não saber. Explico: - Afonso Henriques não teria compreendido a homenagem e o Duque de Bragança nunca pode ser convidado para sua casa.
Sei do lirismo e do bom senso, da extravagância e do sentido de estado, e sei de muitas palavras que satisfazem as conveniências do momento. Mas há um momento em que é preciso, com lança ou sem ela, 'riscar no chão o tamanho do nosso coração'. O dia da independência é um desses momentos.


Saudações monárquicas

terça-feira, novembro 29, 2016

Deslumbramento real

Com o dono da casa entre os convidados, o feitor de serviço abriu os salões do Paço dos Duques de Bragança ao rei de Espanha! Foi uma recepção festiva e no final cantou-se o fado. Um fado próximo do flamenco, tremendista, pouco perceptível aos ouvidos lusitanos mas que deve ter agradado a suas altezas. A população, como é costume, acorreu entusiasmada a saudar Filipe VI. O actual feitor, da linhagem dos grandes feitores desta terra, estava visivelmente satisfeito pois conseguiu em pouco tempo prestar contas à Rainha de Inglaterra e ao Rei de Espanha! É obra!



Saudações monárquicas

sexta-feira, novembro 25, 2016

Síria - ponto final numa mentira!

Por cima da propaganda do ocidente, nas trevas de um inferno real o testemunho da Irmã Guadalupe iluminou a verdade sobre o conflito na Síria!
Tal como muitos desconfiavam mas não diziam o que se passa em Alepo é apenas mais um episódio de uma guerra suja imposta pela administração americana (e seus aliados) a quem se recusa seguir a sua cartilha. Dela fazem parte conhecidas palavras de ordem como – ‘democracia’, ‘primaveras árabes’, ‘rebeldes’ , ‘oposição moderada’ – palavras domesticadas ao serviço de uma estratégia cujos contornos e benefícios o mundo tem hoje muita dificuldade em compreender! Objectivamente gerou mais mortes, mais terrorismo e mais refugiados! É caso para dizer: - pior era impossível!

É isto que qualquer pessoa pode concluir do testemunho de uma freira católica que viveu e sofreu estes últimos quatro anos em Alepo.

segunda-feira, novembro 21, 2016

Passos e a direita!

É estranho que me lembre de Passos e não de Assunção Cristas quando me refiro ao eleitorado mais conservador! À sua orfandade no que respeita a ter um líder! Já não é tão estranho quando vemos a campanha acirrada que lhe movem tentando desacreditá-lo, a ele e à sua política. E vão conseguindo porque Passos Coelho tendo muitas características para encabeçar um movimento que rompa definitivamente com a pequena politica comandada de Bruxelas, nunca o fez nem fará. Ou se o fizer será uma completa surpresa, até para ele!

Formatado nas juventudes partidárias, intoxicado pelas ideologias da moda, incapaz de resistir e dizer não à agenda social fracturante, vai girando em torno das décimas do défice, das teorias do crescimento, sem um rasgo político que o catapulte para outro patamar. Um patamar que traga esperança a quem está farto de geringonças e mentiras. Enquanto não for capaz de representar os interesses dessa gente desiludida, gente que não berra na televisão mas vai engrossando os valores da abstenção, enquanto não perceber isso, é o seu futuro político que fica comprometido. Será traído por todos, a começar pela união europeia! E é pena, porque a sua seriedade destoa do geral e é dum político sério que Portugal neste momento precisa.



Saudações monárquicas

sábado, novembro 19, 2016

A vitória da raspadinha!

De sorriso aberto o governo das esquerdas exibe os números do terceiro trimestre como aquele jogador que entra e sai do quiosque com raspadinhas na mão! Quando os amigos o questionam sobre a probabilidade ínfima em ganhar alguma coisa, ele responde triunfante - ´pois eu farto-me de ganhar’! A frase fica no ar e os amigos, depois de ouvirem o relato de uma série de vitórias, acabam por se render à sorte do amigo! Quanto ao predestinado, esse continua a raspar convencido que a raspadinha foi feita só para ele!

Noutro quadrante os seres intermédios, aqueles que não são nem uma coisa nem outra, aparecem na televisão a vender raspadinhas para ‘endireitarem o mundo’! Os destinatários destes bilhetes são sempre os mesmos – são aqueles que têm algo a perder!* E com medo de perder tudo são obrigados a ir a jogo!

Até quando?! Até que a união europeia queira. É ela a dona do casino em que isto se transformou.



Saudações monárquicas



*Refiro-me àquela faixa da população que não pode fugir aos impostos e que não vive de amigos.

sexta-feira, novembro 18, 2016

Os intocáveis!

Temos seres intermédios, fora do circuito, que não são inquilinos nem proprietários, mas habitam em casas aparentemente normais! Seres que fazem leis e que lançam impostos sobre a população. Seres que mexem nas rendas e nos valores do IMI com grande á vontade e satisfação! Seres talvez inimputáveis!

Temos potenciais gestores e administradores da coisa pública que por pudor, por serem tão pobres se recusam a declarar os seus rendimentos! E já tivemos pior. Temos um tribunal constitucional… É uma doença que ataca as cliques e os grupos de pressão que numa aurora de Abril assaltaram o Estado. Aliás a propagação das cliques é uma certeza republicana.

E temos príncipes! Só quando morrem é que descobrimos que existiam entre nós. Em vida os nossos olhos impuros e plebeus não os viam!

E a frase da semana é: - “Esperar que o diabo apareça é não conhecer as suas manhas” João Pereira Coutinho in CM de 18/11/2016.




Saudações monárquicas 

quarta-feira, novembro 16, 2016

Os cães ladram…

Mas a caravana passa! De todos os canis, dos mais conhecidos aos menos conhecidos, saem cães! De vários tamanhos, raivosos, que ladram e ladrincham, também rosnam ou uivam virados para a lua! Sentem ou pressentem que os ventos da história mudaram, e agora até que o vento mude outra vez… Houve alguém que disse que a segunda guerra mundial já acabou, mas a primeira ainda não! É por isso que os cães ladram!

Falando agora dos donos dos cães informo que passei a ler os seus (desesperados) artigos de opinião! Compro até jornais que não comprava só para ter o prazer, sádico talvez, de os ler. Meu Deus, e como sofrem! Sofrem porque adivinham, com ou sem Trump, que a manjedoura que os sustenta tem os dias contados. É a vingança do sistema. Os excluídos do sistema estão a usar o sistema para o denunciar e destruir. Ainda há quem pergunte - mas qual sistema?! Se há perguntas reveladoras esta é uma delas…

Deixando para trás as reticências (e a canicultura) eis-nos enfim virados para o nosso destino – o mar! Para o ‘sistema’ o mar tem servido apenas para dar uns mergulhos e fazer surf! Para estes percebo que seja uma enorme contrariedade olhar para ele de outra maneira. Para mim é uma grande oportunidade para cumprirmos Portugal.



Saudações monárquicas

domingo, novembro 13, 2016

A história revisitada!

Puxo pela memória, cruzo os dados e o meu motor de busca leva-me aos finais do século dezanove! Dom Carlos tinha chegado ao poder. Insisto na geografia, na irremediável geopolítica, e no ecrã surge a enorme dívida portuguesa! E surge também a necessidade imperiosa de a renegociar! As nossas colónias seriam a garantia. Os interessados em comprá-la eram basicamente dois – a Alemanha, potência emergente, e que ambicionava ter uma posição em África e a Inglaterra que não queria concorrência naquele continente. O governo português, imprevidente, de vistas curtas, esqueceu-se da geopolítica, esqueceu-se da velha aliança atlântica, e aproximou-se da Alemanha. Londres avisou Portugal, mas o governo português ignorou os avisos até que veio o ultimato. O ultimato e uma série de consequências negativas que ainda hoje sofremos.

O tempo passou entretanto, já não preciso da memória, nem do motor de busca, basta-me olhar a realidade! Estamos em 2016, a Inglaterra afastou-se da união europeia, Trump venceu nos Estados Unidos, e nós recebemos ordens de Bruxelas (leia-se, da Alemanha) através de um governo imprevidente e de vistas curtas. A dívida é descomunal e já não temos colónias! Vamos renegociá-la com quem?! A troco de quê?! Da independência obviamente.

Escrevo isto poucos dias depois de ter sido inaugurada uma estátua ao Santo Condestável herói de Aljubarrota e símbolo da nossa independência! Não por acaso, o monumento fica defronte da Igrejinha de São Jerónimo e à vista da Torre de Belém. Diz-se inclusivé que foi ali, em São Jerónimo (ou numa capelinha próxima) que Vasco da Gama rezou antes de embarcar para a Índia. São sinais do destino. É a história à nossa procura!



Saudações monárquicas

sábado, novembro 12, 2016

O bigode do Hitler!

Se há ornamentação capilar que anda sempre a mudar de cara é o bigode do Hitler! Ainda ontem estava afixado na Ângela Merkel mas depois das declarações da chanceler alemã sobre os resultados das eleições americanas, o dito bigode voou imediatamente para a cara do novo presidente! E Ângela, de repente, passou a ser o símbolo da luta contra os nazis, contra o fascismo, contra todas aquelas palavras (de ordem) que servem a propaganda da esquerda internacional. Nada que nos surpreenda. Como também não é surpreendente que os manifestantes e os motins que vão acontecendo nos Estados Unidos sejam encarados pela comunicação social como naturais, democráticos, por parte de ´jovens em estado de choque’! Fosse outro o resultado eleitoral e fossem outros os manifestantes aposto que seriam apelidados de perigosos racistas e nazis! Resumindo e concluindo: - ou Hitler tem muitos bigodes ou então, para os ‘democratas’, a democracia só vale (e só interessa) quando são eles a ganhar!



Saudações monárquicas

quinta-feira, novembro 10, 2016

"Os bois pelos nomes"!

Vejamos então quem ganhou e quem perdeu as eleições americanas?! Sem sofismas, sem análises clínicas. Vamos, como diz o povo, chamar ‘os bois pelos nomes’!

Eis o elenco dos perdedores sem preocupações de ordem alfabética:

A esquerda em geral e os jacobinos em particular. Os ‘casamentos gays’ e outras aberrações do género. As quadrilhas que assaltaram o estado devidamente representadas nas várias ‘dinastias republicanas’. Toda a comunicação social. Os europeus que não querem pagar as suas despesas. Os ‘negócios da China’ e outras engenharias similares. Etc. Etc.etc.

Quem ganhou: - O homem vulgar, ‘deplorável’, desempregado de longa duração por ser ‘pouco qualificado’ , temente a Deus por ser ‘atrasado’ e que tem saudades do ‘sonho americano’ por ser ‘reaccionário’. Foi ele que desencadeou, ‘sem saber e contra os seus interesses’, todo este terramoto ao votar num candidato ‘populista’!



Saudações monárquicas

quarta-feira, novembro 09, 2016

O país a alka-seltzer!

Nas ruas, nos quiosques, nos cafés, por todo o lado, notei um ar suspeito, enjoado, e resolvi saber o que se passou?! A resposta invariável: - o Trump ganhou! Uma mãe que passava de bebé ao colo desconfiou do meu sorriso e avisou-me: - vai começar uma guerra mundial! Isto passa-se no concelho de Almada e dá para ver o mal que a televisão anda a fazer às pessoas. Tentei explicar que os americanos tinham dois candidatos e decidiram escolher o que acharam que  era melhor para eles. Arrisquei ser insultado quando lembrei que nem todos têm a sorte de ter um Marcelo. E fui-me embora a pensar nas boas marés e nos ventos da história que sopram agora de feição! E se a vitória de Trump contribuir para afastar a esquerda do poder por essa Europa fora, então esta eleição já serviu para alguma coisa!


Saudações monárquicas

segunda-feira, novembro 07, 2016

Depois de amanhã...

Depois de amanhã continuarei a ser monárquico, revigorado com as mais recentes experiências republicanas, nomeadamente o carnaval americano, retrato exemplar de um regime teórico que na prática é aquilo que é! Entretanto pareceu-me ouvir falar de democracia! Devem ser os mesmos que confundem a dita com algum detergente que lava tudo até as nódoas mais difíceis! Será?! Será que alguém acredita que amanhã vai ser escolhido o representante de uma nação, um símbolo de unidade, ou qualquer coisa parecida?!Por muito que uma constituição histórica se esforce, e esforça-se, por muito que valha um juramento sobre a Bíblia, e vale, ainda assim é curto, muito curto, a representação fica muito aquém da monarquia. E é triste ver tanta gente atrás de uma 'dinastia republicana', desta vez são os Clinton, numa orgia de gato por lebre que só visto! Não gosto de gato mas do que eu não gosto mesmo é de ser enganado.


Saudações monárquicas

sábado, novembro 05, 2016

Fadinho orçamental

Quanto é que orça não sei!
Orças tu e orço eu!
Ando no vira e virei
Não sei quantos orçamentos
São dez milhões de jumentos
Mais os trocos que te dei
Quanto é que orça não sei!
Nem isso me importa agora
Qualquer dia vou-me embora
É sempre a mesma cantiga
E haverá sempre quem diga
Que mil saudades deixei!

(Quanto é que orça não sei!)



Saudações monárquicas

quinta-feira, novembro 03, 2016

A direita fez isto, fez aquilo, etc.!

A gente ouve estas frases, vindas do lado da geringonça, esforça-se por descobrir a direita no hemiciclo mas não a descobre! Ou só a descobre na versão original, revolucionária, recuando no tempo e na revolução. Os jacobinos sentaram-se no lado esquerdo e os montanheses do lado direito. Mas eram todos de esquerda na acepção ideológica do termo. Para os definir é preciso começar pelo princípio. A direita como tal não existia, surge como reacção aos dislates revolucionários. Reage revelando o sentido da história, o caminho da tradição. O que propõe é uma democracia plena, adulta, onde a vontade dos antepassados também conta. Tal como a dos vindouros Por essa razão não destrói a herança, antes pelo contrário, conserva-a, aprende com ela. A direita sabe para onde vai porque sabe de onde veio. Esta direita não existe hoje no parlamento português, portanto só por um lamentável equivoco se pode culpar a direita por isto ou por aquilo! Aliás a actual constituição de esquerda, vista e revista inúmeras vezes, nunca permitiria que um governo de direita pudesse aplicar o seu programa. Concluindo, chega de mentiras! Se querem continuar a ser um país coxo ao menos tenham a decência de não se queixarem da perna que não têm!


Saudações monárquicas

quarta-feira, novembro 02, 2016

Viva a pequena união soviética lusitana!

Lê-se - o governo falha na redução de funcionários públicos. Tinha prometido a Bruxelas, eram menos cem milhões na despesa, Bruxelas nunca acreditou, nem nos números nem na redução, e para sermos justos o ministro das finanças também não. Aliás não é essa a política da esquerda. A esquerda tem no seu programa nacionalizar tudo incluindo as pessoas. Pode recuar pontualmente, um passo atrás, mas logo que puder, dará dois passos em frente. Em épocas de crise nem pensar, E se vier a abundância, mete-se licença sem vencimento, guarda-se o lugar e toca a fazer uns biscastes no privado. Nestas alturas o privado paga mais. Volta a crise, recupera-se o lugar no estado. Daí que seja impossível reduzir o funcionalismo público em Portugal. A única forma de poupar alguma coisa na república já foi inventada por Salazar. Dêem cá o cofre, tragam-me as facturas, todas, eu é que decido o que se gasta e o que não se gasta. Não é própriamente um método muito abonatório para o país em causa, seria preciso encerrar por uns tempos a assembleia, umas férias grandes, o tempo das contas baterem certo. Os funcionários mantinham-se. Não sendo assim vamos enganando Bruxelas até ao dia em que Bruxelas nos desengane.


Saudações monárquicas

domingo, outubro 30, 2016

A corja!

O livro de Camilo lê-se bem, é a continuação de outro (Eusébio Macário) que se lê ainda melhor e o facto de ainda se ler um livro de crónica social com quase duzentos anos, é porque o retrato perdura, dura, dura… Era o liberalismo, o ‘tempo dos Cabrais’ e o que se seguiu até hoje. E hoje a única diferença, a grande diferença é que estamos mais ‘parvos’, no sentido de mais pequenos. Pequenos no território mas sobretudo pequenos nos horizontes do espírito. Há para aí um velho caduco (que tem uma filha irritante) e que de vez em quando balbucia os seus temores! Teme que Portugal se transforme num ‘estado exíguo’! O ‘estado exíguo’ define-se como uma comunidade política inútil no concerto das nações e como tal deve ser anexada, incluída no destino de outra que não tenha chegado a essa situação de exiguidade. Pois bem, lamento informar a veneranda criatura mas já lá chegámos, já somos um ‘estado exíguo’. E nem são os quilómetros quadrados perdidos que fazem a diferença. A pequenez como disse está no espírito. Não há qualquer projecto nacional. Aliás esta expressão já só se usa no futebol! O futuro é a dose diária, aquilo que para qualquer drogado representa o supra sumo da felicidade! Não se fazem barões, fazem-se comendadores. Temos personagens ilustríssimas, em todas as áreas, que servem para a ONU, para a União europeia, mas que não nos servem para nada. Este é mais um sinal da exiguidade. Tantos príncipes e nem um rei!



Saudações monárquicas

terça-feira, outubro 25, 2016

Fair Play financeiro!

Os relatórios começam a chover, às pinguinhas, de Bruxelas, e as conclusões não podem ser mais claras: - a união europeia é afinal uma fonte de desigualdades! E nas repúblicas que a compõem essas desigualdades multiplicam-se internamente! Os filhos de Rousseau (que a pariram) andam inquietos, olham para os respectivos umbigos e não percebem o que aconteceu. Mas o que aconteceu já aconteceu tantas vezes que só eles é que não percebem. A famosa trilogia imposta por decreto fez as suas habituais vítimas – a fraternidade (agora diz-se solidariedade) desapareceu, a igualdade é cada vez mais desigual, e a liberdade reduziu-se ao abanar das orelhas. Portugal, neste aspecto, está entre os ‘melhores’ – continua a divergir da média europeia e internamente o fosso entre ricos e pobres varia entre o ordenado do manda chuva da Caixa Geral de Depósitos e o salário mínimo corrente! Nada que assuste. Aliás nem é preciso ir tão longe. Basta atentarmos no fair play que a UEFA impõe ao futebol europeu mas que não se estende aos campeonatos internos dos países filiados. É o chamado fair play para inglês ver. Nesta vertente Portugal ocupa também um lugar de relevo. Quiçá campeão! A comparação entre os orçamentos dos três grandes clubes nacionais e os orçamentos dos restantes competidores revela uma realidade desportiva exemplar! Numa análise corriqueira, despretensiosa, é como se uns jogassem de botas cardadas e os outros… descalços. Mas o futebol é intocável, é o ópio do povo.


Saudações monárquicas 

terça-feira, outubro 18, 2016

Nunca me enganaram!

A proposta do PCP que previa um aumento geral de dez euros e que eu aqui elogiei, afinal era só propaganda. A proposta do Bloco idem. Passada a propaganda estes dois partidos meteram a viola no saco e aceitaram o costume. O costume é deixar de fora dos aumentos (extraordinários!) as reformas daqueles que descontaram anos e anos para a segurança social mas que têm o azar de terem uma pensão acima dos 632 euros! Estamos a falar de valores entre os 700 e os mil e poucos euros. Estas reformas, maioritáriamente oriundas do sector privado, levam umas moedas por conta da inflação e já não é nada mau. Porque com o anterior governo da direita nem isso.
Entretanto e já depois de entregue o orçamento o PS deu também a sua cambalhota e veio anunciar que afinal as ‘pensões mínimas’ também seriam aumentadas em dez euros. Eram para não ser. Não vou discutir a justiça destes aumentos, o que eu discuto é a designação de pensões quando no fundo estamos a falar de verbas de subsistência. A confusão, propositada e eleitoralista, é que me irrita. No resto nada de novo. O poder pelo poder e pelo poder vale tudo. Até um orçamento eleitoral!



Saudações monárquicas

quinta-feira, outubro 13, 2016

O mundo em que vivemos!

Em economia há duas visões distintas e inconciliáveis: - para uns mandam os clientes, ou seja, o mercado, para outros manda o estado, ou seja, o partido. Em Portugal e por razões históricas tendemos a optar pelas duas coisas, ou seja, pelo absurdo! Queremos tudo! O que traduzido para economês significa que queremos o mercado mas não queremos a concorrência. Por um lado sonhamos com as longas filas soviéticas para comprar os produtos destinados ao povo; mas logo a seguir avançamos para a diversidade das superfícies comerciais e exercemos os nossos direitos de consumidor! É mais ou menos neste ponto que se situa o actual diferendo entre taxistas e uberianos. Eles vão ter que resolver o conflito que os separa. E nós vamos ter que decidir em que sociedade queremos viver.



Saudações monárquicas

segunda-feira, outubro 10, 2016

A eleição de César!

Quando recuamos aos tempos da república romana e por aquilo que se sabe, os momentos mais trágicos coincidiam com a eleição do novo César. Aí, os vários candidatos usavam de todas armas para serem eles os escolhidos. Valia tudo, desde o envenenamento ao assassinato puro e simples! E porque isto era assim houve uma altura em que, para sossego e prosperidade da república, decidiram que seria preferível ter uma monarquia. Em monarquia a sucessão está assegurada evitando-se a guerra civil permanente que o sistema republicano inevitávelmente gerava.

Passaram muitos séculos e a humanidade não aprendeu. Pelo menos parte dela, nomeadamente aquela que tem pretensões de comandar o mundo dando-lhe bons exemplos de vida em comunidade!
Bons exemplos um tanto estranhos se tomarmos o exemplo dos debates eleitorais nos Estados Unidos! Há insultos, ameaças e fala-se sobretudo de sexo! E o mundo, melhor dito, as colónias, vão tomando partido sobre o assunto. Há quem goste mais de Trump enquanto outros preferem a Clinton! Entre os portugueses assiste-se até a uma coisa curiosa, mas não surpreendente: - a direita portuguesa, se pudesse votar nos Estados Unidos, votaria na esquerda! No fundo, é o mesmo que costuma fazer em Portugal.



Saudações monárquicas   

domingo, outubro 09, 2016

Um bloco de asneiras!

Primeiro eram só as reformas mais baixas que deviam ser aumentadas e estamos a falar das reformas auferidas por pessoas que nunca descontaram nada para a segurança social. Depois, como o PCP pela voz de Jerónimo de Sousa, veio reivindicar um aumento de dez euros para todas as reformas, o Bloco viu que fez asneira, recuou, e fala agora em aumentar as reformas até aos 845 euros! Não diz qual é o aumento nem explica porque é que as reformas de, por exemplo, 846 euros já não têm direito ao aumento previsto?!

Ora é evidente em toda esta história que a única proposta que encerra alguma justiça é a do PCP. Honra lhe seja feita. De facto, dez euros representam muito pouco para quem tem grandes reformas mas é muito para quem tem pequenas reformas e fazer justiça é isto. Por outro lado o PCP entende, mas o Bloco pelos vistos não, que continuar com o choradinho dos aumentos das reformas mais baixas, deixando de fora, as outras, também baixas, de quem descontou para a segurança social dez, vinte, trinta ou mais anos, é uma tremenda injustiça. E é um convite a que no futuro ninguém desconte porque nestas condições não vale a pena descontar. Acresce que entre as ditas reformas de quem nunca descontou há muita gente que tem outros rendimentos o que torna este assunto mais complexo do que se pensa e portanto pouco propício a demagogias baratas.

E termino com uma mágoa: - que não tenha sido o CDS (o partido mais à direita do espectro político) a propor aquilo que o PCP propôs. Ou seja, uma proposta justa.


Saudações monárquicas

quarta-feira, outubro 05, 2016

Eu e o cinco de Outubro!

Faltou uma página ao livro de José António Saraiva. Vou tentar escrevê-la aqui. Começaria assim: - e depois, pese as desinteligências, as vergonhas, as guerras intestinas entre pedreiros e lojas, juntaram-se todos no cinco de Outubro! Para celebrar as mordomias e o emprego! Talvez pudesse fazer uma antevisão do que seria a festa, imaginar a coreografia, não seria difícil atendendo à sua experiência de jornalista. Eu limitei-me a seguir com os olhos parte do programa televisivo, numa mesa longínqua, enquanto tomava o pequeno almoço no café habitual.

Lá estava a guarda pretoriana do regime, perfilada, um corpo policial paralelo, que não existe nos países civilizados mas é frequente existir nas ditaduras. Lá estava também o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a rebentar de contente, mestre-de-cerimónias natural da revolução lisboeta. A GNR continuava firme e aguardava o pretor. Enquanto Marcelo descia da limousine o meu espírito recuou e lembrei-me que a GNR fora a única força que quis disparar contra o 25 de Abril! Era a tentativa para salvar o seu padrinho Marcelo Caetano e a segunda república! Curioso, quem diria! Mas agora estamos na terceira república, e o melhor sinal de que ainda lá estamos foi esta reposição do feriado contrariando aqueles que à maneira de Salazar quiseram (e querem) pôr uma pedra sobre o assunto. Fingir que aquilo não aconteceu! Nessas condições prefiro que se comemore, não gosto de cernelhas, prefiro pegas de caras. Gosto de ver a face dos meus adversários, a sombra dos traidores, a pose dos adesivos. E adesivos são todos aqueles que lá estão podendo lá não estar.

É um dia feliz para uns tantos mas é um dia triste para Portugal.



Viva a monarquia!

segunda-feira, outubro 03, 2016

Memórias de um jornalista

Li o livro de que todos falam, um livro maldito para muitos, um livro que achei interessante por ser um retrato fiel da terceira república e da sua classe política. Escrito por um jornalista proeminente da nossa praça, com poucas concessões ao mau gosto (a anedota em vernáculo do Deus Pinheiro era dispensável) o livro confirma aquilo que todos sabem ou desconfiam com razoável grau de certeza. E sendo assim compreendo que seja incómodo que alguém que dirigiu o Expresso durante tantos anos, órgão de referência do regime, venha agora contar pormenores ou detalhes que confirmam suspeitas e acendem factos que se mantinham no limbo do semi-esquecimento. Mas é nos detalhes que a verdade se insinua.

E a primeira verdade, o primeiro retrato é o do autor, como acontece aliás em qualquer livro de memórias. José António Saraiva é filho de alguém que foi militante do partido comunista, tal como muitos dos retratados neste livro, e por aí compreendemos melhor a teia de relações da república, a pequenez do país e a inferioridade do seu destino. Todos se conhecem, todos têm a revolução francesa enfiada na cabeça, são todos de esquerda. O autor foge um pouco à mediania e aparenta alguma superioridade moral fruto talvez de uma educação antiga e do facto, digo eu, de ter nascido na Ajuda e ter assim respirado aquela atmosfera intraduzível que vai do Calvário a Belém! Julgo que é simpatizante do Belenenses o que o torna sem dúvida uma figura singular! Pelo menos aos meus olhos.

Sobre os outros retratados existem muitos pormenores curiosos, alguns decisivos na imagem que a história venha eventualmente a perpetuar. Isto se a história estiver para isso. Reproduzo apenas um que me chamou particularmente a atenção e define a república mentirosa que somos: - Findo o mandato o nosso ex-presidente Cavaco Silva, e num último encontro que teve com o autor do livro, referiu quais os jornais e revistas que tenciona receber no seu futuro escritório no Palácio do Sacramento. E são eles: - as notas da agência Lusa; a revista Economist; o Financial Times; o El País e o Le Monde! Os dois últimos são como se sabe dois jornais socialistas. O chamado líder da direita é afinal (sempre foi) um homem de esquerda. Não lê nem se interessa por saber o que pensa a direita portuguesa ou internacional!


Saudações monárquicas 

quinta-feira, setembro 29, 2016

Iguais aos gregos!

Escrevi há tempos um postal que titulei – ‘piores que os gregos’ – pela simples razão de que enfermando de todos os males da actual Grécia ainda não tínhamos sido campeões da Europa de futebol. Mas fomos entretanto e por isso é justo corrigir a comparação e negarmos aquilo que durante tanto tempo foi o discurso oficial – ‘que nós não éramos a Grécia’! Mas somos, pois tal como a Grécia andamos a martelar as contas do défice há mais de quinze anos à custa, imagine-se, da sustentabilidade da Caixa Geral de Depósitos! Enganando assim toda a gente, especialmente os portugueses que agora vão ter que repor o dinheirinho que os sucessivos governos de lá tiraram. Isto é público e infelizmente é apenas a ponta do iceberg.

Verdade se diga que Passos Coelho é o menos culpado nesta história, coube-lhe apenas o papel de bom aluno, pois o grande ponta de lança destas e doutras aldrabices, a serem verdade as notícias veiculadas pelos jornais, tem sede no Largo do Rato. A rataria do costume. Extraordinário, e aqui superamos a Grécia, é que nem mesmo assim conseguimos cumprir o défice!

Porém onde as parecenças a cada dia que passa mais se acentuam é na forma de governo! Na Grécia a extrema-esquerda está no poder e faz de conta que governa com o único objectivo de se manter no poder. Em Portugal, a extrema-esquerda também manda e também faz tudo para continuar no poleiro. A única diferença é que manda por interposta pessoa, e nesse sentido tenho que emendar o título deste postal para ser justo com os gregos: – de facto somos piores que os gregos. Mais sonsos e muito menos corajosos.



Saudações monárquicas

quinta-feira, setembro 22, 2016

A república que as pariu!

Semearam cravos, estavam à espera de quê?! De rosas?! O problema republicano é mesmo esse, um sonho infantil que acaba sempre na mão dos bandidos. O resto do filme também é conhecido, o idiota útil que alisou o caminho, que abriu a porta para o assalto, acaba a escrever memórias contra tudo aquilo em que acreditou. Pois bem, o que é que temos agora?! Onde é que estamos?! Qual é a idiotice em voga?! Que tipo de vigarice se prepara?!

Em síntese podemos dizer que a esquerda caviar, comandada pelas meninas do bloco, tomou o poder nos media! Resolutas, banqueiras apaixonadas, caçadoras de fortunas, as ditas meninas estão a viver um sonho de Hollywood! Cada disparate, cada melro! Só lhes falta um Óscar!
Quando a brincadeira terminar, quando a realidade bater à porta dos portugueses, então talvez tenhamos novidades. Entretanto o melhor é aproveitar o recreio.

Uma nota final para recordar que as repúblicas se sucedem umas às outras culpando-se mutuamente nessa sucessão. Só que chega uma altura em que já não há nada para suceder. Aproximamo-nos desse ponto.



Saudações monárquicas

quarta-feira, setembro 21, 2016

Inquérito de satisfação!

Estava eu numas curtíssimas férias e toca o telefone, do outro lado da linha uma menina, funcionária do Novo Banco, queria pedir-me alguns minutos do meu tempo para responder a um inquérito sobre o grau de satisfação em que este novo banco me trazia. Fosse por estar a ler uma notícia que dava conta de um almoço (ou jantar) de 'deputados do Benfica' com o seu grande líder, Luís Filipe Vieira, ou fosse por ter acordado mal disposto, o certo é que respondi que não, que não estava satisfeito com o Novo Banco enquanto este mantivesse créditos da ordem das muitas centenas de milhões de contos sobre o Benfica. Créditos por natureza incobráveis. Despedi-me rápidamente e o inquérito estava terminado. Os amigos riem-se deste meu feitio impertinente, condenado ao dissabor, mas eu não me ralo. E já agora, esquecendo por momentos a dívida do Benfica ao Novo Banco, o que dizer dos ´deputados do Benfica' e das suas confraternizações?! Onde decorreu o encontro não sei, que propostas de lei se discutiram, também não, nem isso é importante porque foram concerteza a bem da nação! Já agora fico com curiosidade em saber se também há 'deputados do Sporting' do 'Futebol Clube do Porto' onde se reúnem e qual o respectivo calendário político. Sim, porque o calendário só pode ser político uma vez que o outro, o dos jogos, já é conhecido. 
Enfim, siga a "pequena união soviética lusitana"!


Saudações monárquicas

quarta-feira, setembro 07, 2016

Estrada de palha…

Fogo insidioso, que queima a terra abandonada, que alimenta um regime, uma nomenclatura, só pode ser fogo posto e bem pago. Trata-se de mais um filme português, igual aos outros, que não se liberta de si próprio. Provávelmente ninguém quer que isso aconteça. Espécie de western, passado no Alentejo, algures no princípio do século passado, e podia ser um filme interessante caso o autor conseguisse situar-se em terreno neutro, distanciar-se, contar apenas uma história evitando os lugares comuns da propaganda republicana! Impossível. E desliguei quando um dos personagens, carbonário pela certa, herói portanto, soltou esta pérola da sua boca suja e terrorista – ‘se calhar temos que fazer a este (referia-se ao rei Dom Manuel II) o mesmo que fizemos ao pai e ao irmão’! Ora aqui está uma bela mensagem transmitida pelo canal dois da televisão pública! Pode julgar-se um filme por uma frase?! Pode. Pode julgar-se um canal televisivo pelos produtos que transmite?! Pode e deve.


Saudações monárquicas



Nota: Conseguir pôr na conta da monarquia e do último rei (reinou apenas dois anos) o crime (que vitimou o irmão), os roubos (das ovelhas) e a desordem instigada pela maçonaria e praticada pela carbonária, é de facto um exercício de propaganda miserável e que não devia passar na televisão. Ainda por cima na televisão pública! Sobre a propaganda regicida, isso não tem classificação possível a não ser o ditado popular - 'diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és!

sexta-feira, setembro 02, 2016

Dizer mal da pátria – pátria com letra pequena!

País tão mentiroso não deve haver, corrupto como poucos, onde a corrupção continua a ser bem vista, uma esperteza onde os parvos são os outros, país que já não é país, nem comunidade, que só se reencontra para receber medalhas! No caso as medalhas do futebol. Percebe-se assim que o poder político queira prolongar esse momento de êxtase para lá do razoável. Percebe-se mas não se aceita. Depois temos essa herança execrável do estado novo chamada nacional-benfiquismo! Uma clubite desgraçada, super infantil, sempre a pender para o mesmo lado, envolvendo o poder político de uma maneira insuportável! Tenho denunciado isto junto dos poucos leitores que me aturam e também sei que por isso terei sempre poucos leitores. Não se trata de falta de humildade, mas de reconhecer que não posso competir com a ração distribuída diáriamente pelos media, alimento devidamente seleccionado, com proteínas que aumentam consideravelmente o risco da estupidez! Vejo deputados, economistas de calibre, advogados em série, até jovens em princípio de carreira, e basta abrirem a boca, para se notar, em todos eles, qual a ração que consomem! E que lhes consome o cérebro!

A mentira do dia, porque há sempre uma mentira do dia, são afinal duas mentiras. Ambas têm o futebol como pretexto e são ambas uma razoável radiografia do paciente português. A primeira tenta provar que o Benfica suplantou a concorrência e fez um grande negócio ao comprar o Rafa! Para provar tal mentira já existe um piquete de comentadores para nos zurzir os ouvidos todos os dias. E já ficámos a saber que o Rafa é benfiquista desde pequenino mas nunca ficaremos a saber quem avançou com o dinheiro ou para onde ele foi. Isto devia preocupar as autoridades mas não preocupa.

A segunda mentira tem a ver com a abortada transferência do Adrien para um clube inglês. Aqui, por trás de uma tentativa para tramar o Sporting, a república revela-se em todo o seu esplendor! Desde o ‘não me cortem as pernas’ até à assunção de que Portugal não tem futuro, tudo se disse (sem ninguém o dizer) e a conclusão mais que óbvia, mas que os mentirosos não conseguem admitir, é que as repúblicas são elas próprias fábricas de emigrantes ou de ex-futuros refugiados! Das monarquias não se emigra nem se foge. Pelo contrário, é para lá que os republicanos querem emigrar!



Saudações monárquicas

quarta-feira, agosto 31, 2016

Portugal em camisa!

Acabou a crónica de costumes, a ironia é impossível quando o espírito está hipotecado aos mesmos interesses, aos mesmos clichés! Na união soviética o humor não tinha graça e quem se ria não tinha sentido de humor! As revistas do Parque Mayer acabaram porque deixaram de ter graça e não há volta a dar: - o humor ou é universal (e troça de si próprio) ou não é humor! As gargalhadas alvares que se ouvem em ruído de fundo são apenas isso: - alvares! Para quem se tenha esquecido, alvar vem de burro!
Mas insisto, que bela crónica daria, por exemplo, este frenesim nacional das compras e vendas de jogadores ao minuto, até ao último minuto! Uma espécie de leilão dos tesos na feira de Carcavelos! Sem ofensa à feira e a Carcavelos.

O episódio Rafa, esse então é demais! É uma história circense, mete animais e palhaços! Podia começar assim: - A águia, que faz agora de palhaço rico, quis humilhar o dragão decadente e vá de arrematar o Rafa, sem precisar do Rafa para nada! Entretanto, o velho dragão, que faz agora de palhaço pobre mas que ainda sabe fazer das suas, terá armadilhado o negócio com um palhaço aprendiz lá do norte! E a verdade é que o negócio ficou encalacrado! Entretanto, entraram em cena os leões e gerou-se o natural pânico! Os miúdos agitam-se e com eles uns quantos palhaços que fazem de jornalistas! Mas como são palhaços e não jornalistas, puxam a brasa à sua sardinha de modo a salvar a face do palhaço que faz agora de rico! Como é que vai acabar esta história?! Deve acabar mal. Faltam umas horas e já saberemos.



Saudações monárquicas

segunda-feira, agosto 29, 2016

Rendas congeladas!!!

Então foi para isto que fizeram o 25 de Abril?! Se era para continuar com a receita dos ‘coitadinhos’ dos inquilinos e dos ´malandros’, ‘sanguessugas’ (etc.) dos senhorios, não valia a pena fazerem nenhuma revolução! A evolução na continuidade que o padrinho Marcelo propunha era mais que suficiente!
Li só o cabeçalho dos jornais, nem vale a pena ler o resto, cabeçalhos que diferem apenas na vaselina com que querem enfiar o barrete aos portugueses! Aliás a notícia é ela própria a certidão de óbito do mercado de arrendamento. E ao mesmo tempo o pretexto para todas as rendas especulativas! Que neste contexto até são compreensíveis. Os novos não se lembram disto, mas quarenta anos depois repete-se a fraude: - quem investiu de boa-fé na habitação vai envelhecer com rendas congeladas, e em termos relativos, cada vez mais miseráveis! Por seu turno os inquilinos que são em maior número e por isso dão mais votos (haja ou não eleições) verão os seus rendimentos actualizados, nomeadamente na função pública, nomeadamente antes de cada acto eleitoral!

Nada disto é surpresa, estava escrito nas estrelas, e há-de haver um milhar de justificações para tal medida – a crise permanente, as falcatruas nos bancos, na caixa geral de depósitos, que não se podem averiguar, os enriquecimentos ilícitos, a pouca vergonha da partidocracia, em resumo a velha e relha república maçónica que temos que sustentar, barriga de aluguer que vai parindo o seu aborto de quarenta em quarenta anos! Depois disto vou já investir na habitação, é só ter um dinheirinho de parte! Ou talvez não! Se calhar é mais seguro investir na Santa Casa… das raspadinhas!



Saudações monárquicas

terça-feira, agosto 23, 2016

Mudar de página

Um calor tórrido, impróprio, e mesmo assim vamos celebrando os anos que passam, com artrites a fustigarem os músculos outrora cheios de energia! É a vida e só podemos agradecer e continuar. 

Saudações monárquicas

quarta-feira, agosto 17, 2016

Um país teórico!

Sob o título – ‘a clubite e as medalhas’ – fiz a minhas previsões acerca da prestação portuguesa nos Jogos do Rio. Foi logo no princípio como podem verificar. Não retiro uma vírgula e infelizmente vou ter que acrescentar uma série de adjectivos à substância da coisa!

Comecemos pelos incontornáveis locutores, comentadores e todos os que nem perante as imagens da realidade se conseguem calar! É o ‘atleta do Sporting’ para a esquerda, é a atleta do Benfica’ para a direita, e assim, sem querer, revelam, a verdadeira origem da miserável prestação portuguesa. Sim, miserável!

E dois exemplos bastam para percebermos as principais razões do nosso atraso desportivo, mental, etc. Explico mais uma vez: - a ginasta holandesa que ganhou o ouro às americanas na trave olímpica não é de certeza atleta do Ajax nem do PSV, mas sim de um clube de ginástica de alto rendimento. E o espanhol Bruno Hortulano que fez o segundo melhor tempo nas eliminatórias dos duzentos metros (20,12 segundos!) batendo inclusivé a marca de Usain Bolt, compete em Espanha pelo ‘Playas de Castellon’, e não por nenhum clube de futebol. Nuestros hermanos já se deixaram disso. E nós?! Quando é que mudamos?! Quando é que libertamos o atletismo (e o resto) da clubite vigente?!

Uma palavra de incentivo para o remo, livre (por enquanto) do futebol, dos tais ‘baluartes’* do desporto português, remo que tem correspondido àquilo que se esperava. Não espero medalhas mas espero que os jogos olímpicos sejam um lugar de superação desportiva e não prémio de carreira ou simplesmente turismo.




Saudações olímpicas



Nota: No entanto se algum remador conseguir o ouro olímpico não me admirava nada que houvesse a tentação de o trazer para a segunda circular! Local de treino já existe: – o lago do Campo Grande. 

quinta-feira, agosto 11, 2016

Os fogos dez anos depois!

Este blogue já tem mais de dez anos, uma eternidade, uma inutilidade de opiniões, com uma dúzia de fiéis seguidores, que compreendem os tormentos de uma bílis avariada. E só nesse sentido faz sentido. Escrevi há dez anos sobre os fogos e o discurso mantém-se. Aparecem no Verão, assolam todo o território e são o prato forte dos noticiários. Quando dá jeito, e desta vez não dá, são arma de arremesso político. Este ano, fruto das altas temperaturas que se têm feito sentir, Portugal está transformado num mar de chamas que se estenderam, com particular gravidade, à ilha da Madeira! Neste caso a mão criminosa parece um dado adquirido, e sendo certo que o fogo posto é uma lepra generalizada, não convém misturar as situações. O continente tem problemas específicos para resolver. E por isso se fala de novo em 'reordenamento do território' expressão suficientemente vaga para continuar tudo na mesma. 

De facto reordenar o território, se fosse a sério, seria diminuir a floresta e aumentar a presença humana, ou seja, seria criar condições para que as populações regressem ás aldeias abandonadas, voltem a controlar  a sua 'terra', que só é 'terra' no mês de Agosto. Para isso tem que haver condições de sustento, por exemplo, rebanhos que tenham pasto em vez de pasta do papel! Eu sei que somos grandes produtores de pasta do papel e que isso também é riqueza nacional, mas há que fazer uma escolha. Ou se marcam zonas de florestação onde não existam pessoas nem bens e comete-se a respectiva vigilância e encargo às empresas florestais. E fora dessas zonas nem mais um eucalipto. Ou vamos continuar a assistir ao triste espectáculo que passa nas televisões. E a tendência é para piorar.

terça-feira, agosto 09, 2016

A clubite e as medalhas

A falta delas pois com esta ganha pelo judo feminino (Telma Monteiro) Portugal soma apenas 24 medalhas no total das suas participações olímpicas! Estamos a falar de quase um século! Em termos europeus não deve haver pior registo a não ser aqueles países com meia dúzia de anos de vida. Se a isto compararmos as expectativas da Espanha para os Jogos do Rio – menos de dezoito medalhas será considerado um mau desempenho – estamos esclarecidos! Recorde-se a propósito que a Espanha dos tempos de Franco não diferia muito de Portugal dos tempos de Salazar, ou seja, poucas medalhas para ambos os países.

Podia entretanto aventar-se a hipótese de que não ganhamos medalhas mas os resultados em termos de finais ou meias-finais são agora mais consistentes! Também não, antes pelo contrário, e nem mesmo com o recurso à naturalização de atletas! Uma prática seguida por diversos países mas certamente condenável. De facto, assim, hinos, bandeiras, e países, perdem todo o sentido.
Mas regressemos ao caso português e sendo certo que os Jogos ainda estão no seu início, pelo andar da carruagem não me parece que os resultados lusitanos venham a surpreender.

Qual é então o problema olímpico português?!
O que o impede de, por exemplo, ter resultados semelhantes à Bélgica, Holanda, Grécia, etc.?!

O meu diagnóstico está feito e já por diversas vezes, neste e noutros espaços, o desenvolvi. Portugal, mentalmente, parou no tempo! No tempo em que os principais clubes de futebol albergavam outras modalidades, dada a ausência de um desporto escolar devidamente organizado. No entanto, esse tempo do ecletismo já passou em toda a parte, dando o lugar aos clubes/modalidade, uma natural sequência de um desporto escolar forte e promissor.

Aqui, pelo contrário, continuamos a viver entusiasmados com os atletas do Benfica, do Sporting e do Porto, como se fosse possível harmonizar os interesses do futebol profissional, com os interesses, cada vez mais exigentes, das várias modalidades!
Dar a volta a isto, que parece ninguém querer dar, só quando o governo tiver a coragem de interditar aos clubes de futebol profissional este falso ecletismo. Não vejo outra saída.
Enquanto nada disto suceder continuaremos com a clubite e com poucas medalhas. Com a agravante de que o investimento (enorme) nos atletas olímpicos do Benfica, do Sporting e do Porto sai dos nossos bolsos! Ou se não sai, não vai para o sítio certo.


Saudações olímpicas



Nota: A judoca Telma Monteiro foi formada num clube de judo da margem sul e mal deu nas vistas foi contratada pelo Benfica. É certo e sabido que o judo do Benfica não tem história nem vai ter para além dos louros da Telma Monteiro. Tomara o Benfica conseguir equilibrar as contas do futebol. E também é certo e sabido que o tal clube da margem sul nunca mais formará outra Telma Monteiro uma vez que os lucros e os louros da Telma revertem para o Benfica. Perceberam agora o filme do olimpismo português?! E como é que se chama (ou chamava) o clube onde ela foi formada?! Alguém se lembra?!

sexta-feira, agosto 05, 2016

A igualdade há-de levar-nos á ruína!

A psicose da igualdade que desgraçadamente enforma o mundo ocidental é o veneno que nos há-de liquidar. A natureza não confirma tal absurdo, antes pelo contrário, é a variedade e a diferença que prevalecem e a mão humana quando se propõe intervir em sentido contrário é certo e sabido que sai asneira da grossa. Mas nada demove os aprendizes de feiticeiro, a escola dos ditadores, o recreio dos imbecis. Eles persistem no erro e em nome da igualdade, avançam! Dois exemplos actuais espelham aquela psicose, um de natureza fiscal, outro de natureza olímpica! Um quer tributar diversamente os vários avistamentos, igualando-os perante o estado,  seja das varandas (já fechadas para obter mais espaço), seja dos terraços batidos pelo sol de Julho! O outro exemplo vem-nos dos jogos olímpicos. Aqui o objectivo igualitário revela-se no número crescente de modalidades numa tentativa de dar a mesma dignidade a todas! Resumindo: - Duas idiotices que só podem arruinar ainda mais o prestígio do fisco, e no caso olímpico, o prestígio dos jogos. 

Saudações monárquicas

segunda-feira, agosto 01, 2016

Ter armas e não ter convicções!

De que servem as armas se não temos convicções?!
Terminado o trabalho sujo das maçonarias, com a agenda judaica bem presente, de todas as esquerdas e muitas direitas, a Europa, o chamado mundo ocidental ficou reduzido a algumas ‘crendices protestantes’ e a um enorme deserto laico, ou para ser mais preciso, laicista! O grande alvo de todas as revoluções, de todas as convulsões, de todas as ‘democracias’, foi sempre a Igreja Católica. A separação entre a Igreja e o Estado é apenas o biombo que esconde os verdadeiros propósitos. Basta verificar o calendário civil, as suas celebrações e datas, para concluirmos que têm um escopo comum – reduzir o poder da Igreja. Entenda-se a expressão como se quiser. Desde a tomada da Bastilha, passando pelo nosso cinco de Outubro, e acabando nas actuais causas fracturantes, tudo se encaminha para a construção de uma sociedade onde a tradição e a fé não existam. Ou se existirem, tenham um valor residual. E nada disto teve a ver com o Islão! Mas é natural que o Islão, como já o fez no passado, aproveite as nossas debilidades, as nossas divisões e tente impor a sua lei. O terreno inculto, baldio, indefeso, é sempre uma tentação para qualquer potencial invasor.


Saudações monárquicas

quarta-feira, julho 27, 2016

Jogos gregos... mas o tempo mudou!

O tempo mudou, mudou na maneira como se escreve, naquilo que se diz, ainda não é a verdade completa, nem podia ser, mas o discurso arrefece, fala-se em grande vitória mas está tudo com cara de enterro, diz-se que foi a vitória de todos, mas isso equivale sempre à derrota de todos! A população ausenta-se do assunto e enquanto houver dinheiro nas caixas de multibanco quer é praia. Nada de dores de cabeça. E tem razão. Mas no fundo, lá no fundo, duvido que haja algum português que acredite que vamos cumprir o acordado com Bruxelas! Não é grande problema porque Bruxelas comunga da mesma dúvida. É aquilo a que eu chamo jogos gregos.
Quando em tempos negámos (com veemência) as  nossas nossas parecenças com a Grécia, compreendia-se, ainda não tínhamos sido campeões europeus de futebol! Mas depois do evento é garantido que Ulisses andou por aqui. Um Ulisses mais sonso, mais mentiroso, mas com os mesmos truques. E já acredito naquilo que li algures - o governo Costa vai aguentar-se até ao fim da legislatura, quem pode não durar tanto é o país!


Saudações monárquicas

domingo, julho 24, 2016

Medalhas para todos!

O regime medalha-se, e quem for campeão europeu ou mundial de qualquer coisa, desde o futebol ao berlinde, já sabe que leva medalha e comenda! Sendo que a comenda pagamos nós. Mas o regime também se celebra num gesto umbilical sem precedentes! Descobre personalidades e datas, afinal tão marcantes, e as celebrações sucedem-se, ocupam o espaço público a um ritmo tal que ficamos sem saber se a homenagem é ao défice estrutural que construímos, ou ao défice mental que nos persegue! De qualquer modo não temos dúvidas em afirmar que a continuarmos assim, a firma Marcelo e Costa vai superar o recorde do ‘Jorge das medalhas’ que julgávamos, na nossa ingenuidade, imbatível. Estarei a exagerar?! Talvez. O assunto não é assim tão importante?! Se calhar não é. Ou talvez seja, mas para aqueles que pensam que um regime, repleto de gente ilustre, vai de vento em popa! Não, não vai, e estas homenagens revelam precisamente o contrário. Quando se começa a olhar muito para o umbigo é mau sinal. É sinal de regime exausto, que não tem mais nada para dar… a não ser medalhas.



Saudações monárquicas

sexta-feira, julho 22, 2016

Marcelo e os eleitores!

O presidente da república sabe que foi eleito por uma vasta maioria de portugueses e sabe também que a eleição para a chefia de estado é a única em que os eleitores decidem sem a intermediação obrigatória dos partidos. Intermediação excessiva, abusiva, práticamente impossível de alterar porque não se espera que os partidos abdiquem do seu (excessivo e abusivo) poder representativo. Marcelo sabe tudo isso e portanto não lhe fica bem negar aos mesmos eleitores que o elegeram a possibilidade de se pronunciarem sobre a permanência de Portugal na União Europeia! Se não foram estas as palavras a ideia com que fiquei ao ouvi-lo foi esta, e isso incomodou-me. E a pergunta sacramental é a seguinte: - então, onde é que fica a democracia?! Ou a partidocracia é para continuar ‘ad eternum’?!
Uma coisa é aconselhar, outra é proibir, mantendo os vícios do regime.



Saudações monárquicas  

segunda-feira, julho 18, 2016

O quinto império!

Vieram todas as globalizações, as notícias correm o planeta em segundos, mas há duas coisas muito difíceis de mudar: - a geografia, dificílima, e o ser humano, também. A geografia não muda e com ela não muda a geopolítica. O ser humano mantém características muito semelhantes há um ror de séculos!
Aqui chegados, os impérios substituem-se uns aos outros, sempre com a última palavra ideológica, sempre com a última palavra bélica. Mas nada mais do que isso. E passam. Há no entanto pequenos avanços, fórmulas que duram mais, talvez por estarem mais de acordo com a natureza humana. Nesses avanços, nesses impérios que duram mais, situa-se sem dúvida o império português! Renegado pelos positivistas, por todos os laicos, pelos que não compreendem porque é que em Malaca se vibra com a vitória europeia de Portugal, esse império, sempre que pode, sempre que o deixam, vem à tona de água e faz-nos sonhar!
E afinal não é só do Minho a Timor! É maior!



Saudações monárquicas   

sexta-feira, julho 15, 2016

É difícil escrever...

Nestas circunstâncias é difícil acrescentar alguma coisa à tragédia, e no entanto a banalização dos mortos, dos incontáveis feridos, é perigosa. Banalização que, sem querer, os media vão acentuando em horas intermináveis de emissão! Mas não escrever nada sobre o assunto também coloca algumas questões. Por exemplo, vale a pena repetir os lugares comuns contra o terrorismo?! Todos lamentam o que aconteceu e todos esperam que nunca mais se repita. Mas sabem que não é verdade. Infelizmente, o terrorismo ganhou  a sua batalha e tornou-se incontrolável. Foi um longo processo de demissões e mentiras com marcos bem definidos, algures no passado, que ninguém quer desenterrar. Nestas condições o discurso sobre o terrorismo é sempre o terrorismo dos outros. Por exemplo, não é eficaz combater o terrorismo enquanto se celebram guerras civis com fogo de artifício! Branquear a história, ou pura e simplesmente achar que o 'terror' iniciado na Bastilha não tem nada a ver com o terrorismo actual, só pode ser uma falácia. Os portugueses, aliás, têm uma experiência ainda recente de luta contra o terrorismo! Em África, na chamada guerra colonial. No final disseram-nos (e suponho que a tese se mantém) que há terrorismo bom e terrorismo mau! Assim mesmo. E foi mais um capítulo triste, a somar a tantos outros, da tal guerra perdida contra o terrorismo.

segunda-feira, julho 11, 2016

Fernando Santos e mais onze!

O homem agradece a Deus os talentos e a argúcia, e eu agradeço-lhe a infinita paciência com que aturou uma série de anormalidades, que só visto! Desde logo o histerismo do Ronaldo que ele, paternalmente, transforma em virtude, mas sobretudo as perguntas dos jornalistas, qual delas a mais idiota! Então a estranheza de haver um católico, apostólico, romano, em Portugal, essa bate todos os recordes, inclusivé os do Ronaldo! Recordes de ignorância e estupidez a pedir rápida intervenção de uma catequese mais musculada. Talvez do tipo islâmico. Quanto ao futebol e ao mérito de uma vitória em que poucos acreditavam (excepto os gregos!), sobre isso tenho a dizer o seguinte:

Foi bom termos ganho à França, e não me perguntem porquê! Foi bom que a Torre Eiffel não se vestisse de verde e encarnado e por duas razões – a primeira, pessoal, uma vez que eu ainda distingo as cores de Portugal das cores da república. A segunda tem a ver precisamente com o espírito faccioso e republicano que os franceses possuem (em altíssimo grau) e os impede de serem desportistas e grandiosos… na hora da derrota. Seria de facto um choque para mim se me enganasse dessa maneira. Não, os jacobinos são jacobinos e nós adquirimos essa doença com eles.

Individualmente é melhor falar da equipa que Fernando Santos montou pois sem ela e sem esse espirito que acabou por contagiar uma nação, não teríamos sido campeões europeus! Parabéns a todos!



Saudações monárquicas

quarta-feira, julho 06, 2016

Os museus da república!

É mais um museu da república ou é a república que é um museu?! Pergunta pertinente uma vez que a monarquia em oito séculos de história nunca viu necessidade de ser recordada num museu. Compreende-se, é a diferença entre a memória viva que um rei representa e um organismo morto a precisar de legenda!
Para lá desta diferença essencial dizem-me que aquilo serve para depositar, arrumar, encaixotar, (desviar!) os presentes que são oferecidos aos vários presidentes da república que vamos tendo. E visto nesta perspectiva admito que para além do museu deva existir um armazém suficientemente amplo, pois só nesta terceira república já vamos com mais de uma mão cheia de presidentes!
Presentes à parte o que escusávamos é de ser confrontados com prendas do género* - ‘Empresa do namorado do director do museu da presidência…’!
Será que não merecemos um pouco mais de respeito?! Que temos nós que saber sobre as intimidades do director do museu?! Sobre as intimidades da república?! Será só jornalismo sensacionalista?! Penso que não.


Saudações monárquicas



*CM de 05/07/2016