O livro de Camilo lê-se bem, é a
continuação de outro (Eusébio Macário) que se lê ainda melhor e o facto de
ainda se ler um livro de crónica social com quase duzentos anos, é porque o
retrato perdura, dura, dura… Era o liberalismo, o ‘tempo dos Cabrais’ e o que
se seguiu até hoje. E hoje a única diferença, a grande diferença é que estamos
mais ‘parvos’, no sentido de mais pequenos. Pequenos no território mas
sobretudo pequenos nos horizontes do espírito. Há para aí um velho caduco (que
tem uma filha irritante) e que de vez em quando balbucia os seus temores! Teme que
Portugal se transforme num ‘estado exíguo’! O ‘estado exíguo’ define-se como
uma comunidade política inútil no concerto das nações e como tal deve ser
anexada, incluída no destino de outra que não tenha chegado a essa situação de
exiguidade. Pois bem, lamento informar a veneranda criatura mas já lá chegámos,
já somos um ‘estado exíguo’. E nem são os quilómetros quadrados perdidos que
fazem a diferença. A pequenez como disse está no espírito. Não há qualquer
projecto nacional. Aliás esta expressão já só se usa no futebol! O futuro é a dose
diária, aquilo que para qualquer drogado representa o supra sumo da felicidade!
Não se fazem barões, fazem-se comendadores. Temos personagens ilustríssimas, em
todas as áreas, que servem para a ONU, para a União europeia, mas que não nos servem
para nada. Este é mais um sinal da exiguidade. Tantos príncipes e nem um rei!
Saudações monárquicas
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