quarta-feira, julho 31, 2013

Comissões de inquérito!

Mais uma comissão, mais um tabuleiro onde se prolonga a luta partidária, como se o hemiciclo não chegasse e sobrasse! O cerimonial repete-se, os deputados da nação, deputados de lista partidária, fingem-se justiceiros, quando não fazem outra coisa senão politica. O histórico destas comissões de inquérito não me desmente, ou seja, o relatório final há-de corresponder à relação de forças, não entre a verdade e a mentira, mas entre as respectivas forças partidárias. Resumindo: - a oposição não ganhará grande coisa com o assunto uma vez que a maioria que suporta o governo é isso mesmo, uma maioria. Resta a chicana política que a esquerda aproveitará até ao limite contando para isso com a preciosa ajuda da comunicação social.

Termino com uma pérola informativa com origem na ‘SIC notícias’, (jornal da tarde de hoje): - a locutora de serviço transmite os últimos números sobre o desemprego, que baixaram umas décimas, a mensagem é rápida, demora uns segundos. Mas a notícia sobre o desemprego só fica completa depois de alguns minutos de lenga-lenga para acentuar o facto de estarmos mal colocados em termos europeus. Já estávamos, antes desta ligeira melhoria, mas o que interessava era desvalorizar o governo.


Saudações monárquicas

segunda-feira, julho 29, 2013

Os policias das almas!


É uma herança das alcoviteiras, uma táctica (suja) para abater adversários politicos, normalmente quem a utiliza passa a vida a amaldiçoar a antiga Inquisição! Freud haveria de explicar isto, eu não. São uma espécie de zelotas, guardiões desta república decrépita, seres puros que se horrorizam com a impureza circundante, resumindo, são os partidos e os politicos que temos! 
Neste momento o alvo a abater é a nova ministra das finanças que segundo os acusadores, terá cometido o crime infame de mentir a uma daquelas comissões que funcionam na assembleia da república. Comissões essas que tem duas funções fundamentais: - por um lado disfarçam o ócio parlamentar e por outro não dão sossego aos governos que tenham a veleidade de governar! Ou seja, ministro que ameace a paz podre em que vivemos é regularmente convocado pelas ditas comissões. É o caso. E assim entramos decididamente no território do ridiculo. Toda a gente fala em 'swaps' (nem sei se está bem escrito!), toda a gente assume um ar grave, os locutores da televisão, coitados, repetem a gravidade, e o país real vai à praia!
Que país é este?!
Portugal.

Saudações monárquicas

segunda-feira, julho 22, 2013

Sementes...

Cavaco disse que a sua iniciativa deixou sementes e talvez tenha deixado, mas será que alguma irá vingar?! É certo que fragilizou os partidos e isso não é boa semente. É certo que os convocou para a resolução da crise, e essa já é boa semente. É certo que reconquistou algum espaço de manobra, mas essa semente, esse espaço, vai servir para quê?! Para melhorar o seu curriculum?! Para efeitos de reforma histórica?! Ou, pelo contrário, será um primeiro passo na direcção certa, a pensar sobretudo no futuro do país?!

Ora bem, do que ouvimos, ficou a impressão desagradável da ‘evolução na continuidade’. Mas se calhar não pode ser de outra maneira, e se for assim, vou manter a ‘impressão desagradável’!

Posso fazer perguntas… mas a quem?!

Será que nunca poderemos ser como os outros países de ‘média dimensão’, para usar uma expressão de Cavaco?! Ou pelo contrário, e o presidente não disse, não temos dimensão para beneficiarmos de um sistema politico saudável, com partidos de esquerda e direita, num leque equilibrado, à semelhança de outros países (europeus) da nossa dimensão?! Clarificando, será que estamos condenados à ditadura da união nacional?! 

E vou repetir-me: - acham normal, saudável, a existência de tantos partidos, e vozes, de esquerda (só em moções de censura é uma goleada = 5x2!), e ainda assim não querermos (ninguém quer) que a esquerda governe?! Acham isso normal, acham que isso é politicamente saudável?! Por último, será que o tão exaltado ‘serviço nacional de saúde’ não dispõe de uma verba para resolver, à escala nacional, este problema psiquiátrico?!

É o que me ocorre escrever, hoje, na areia, esperando que próxima maré apague as minhas dúvidas.



Saudações monárquicas

quinta-feira, julho 18, 2013

Nódoas democráticas

Sobe hoje á cena em São Bento (AR) mais uma exibição anedótica sobre a não representação! Puro teatro do absurdo, género aliás muito apreciado pela classe política que temos. A peça chama-se: - ‘moção de censura’ e a encenação está a cargo de um agrupamento, também absurdo, denominado ‘os verdes’!

Podiam ser encarnados, amarelos, cor de burro quando foge, tanto faz, porque a verdade nua e crua não se altera pela cor. Explico: - estes ‘verdes’, em mais de trinta anos de democracia, nunca se apresentaram a eleições directamente, e portanto ninguém sabe, nem eles, qual o seu verdadeiro peso eleitoral! Admito até que se arriscassem esse exercício, ou seja, se deixassem os eleitores tomar uma posição sobre o assunto, afinal, a essência da democracia, admito, dizia, que poderiam exceder todas as expectativas, inclusivé chegar à maioria absoluta! E quem sabe, talvez assistíssemos todos, de boca aberta, à indigitação de Heloísa Apolónio para primeiro-ministro! Mas assim, escondidos, com medo das urnas, são uma nódoa democrática. Mas atenção, a responsabilidade maior pelo embuste cabe ao PCP, também ele escondido numa ‘Aliança Povo Unido’, que se destina apenas a disfarçar a incómoda ‘foice e martelo’ que, bem vistas as coisas, já viu melhores dias. Mas como ninguém se importa e é legal… siga a marcha. O pior é que a nódoa fica.





Saudações monárquicas

terça-feira, julho 16, 2013

Jogos bizantinos

Se a situação fosse outra poderíamos ser levados a acreditar que se trata de jogos infantis, mas não, isto é a sério, ninguém se quer comprometer com nada, com nada de concreto, aliás ninguém acredita que haja salvação, quer para Portugal quer para a união europeia. Mas também ninguém ousa proferir a palavra sacrílega - o rei vai nu! Preferem empatar o jogo até ao fim e depois seja o que Deus quiser. A realidade também não ajuda pois temos hoje uma soberania muito diminuida. Diminuida porque fazemos parte da UE, diminuida porque fazemos parte do Euro, e mais diminuida ainda porque estamos falidos. E sendo assim a cultura de submissão instala-se e não há nada a fazer.

A não ser dizer a verdade, alguém que diga a verdade aos portugueses, que diga que vivemos num estado socialista típico, onde uma minoria, a nomenclatura, comanda tudo o resto. Minoria apoiada numa constituição intencionalmente kafkiana, onde se pode ler tudo e o seu contrário, porque o que interessa não é quem a lê, mas quem está autorizado a interpretá-la. E quem a interpreta é quem dela beneficia. E então pergunto eu: - nestes conciliábulos partidários já alguém ouviu falar em rever (em processo de urgência) a dita constituição?! Claro que não ouviu nem ouvirá. O que significa que o regime não se reformará por dentro. Só alguém de fora, e depois de uma convulsão lá fora (leia-se europeia), poderá ter condições para obrigar o país a andar para a frente.


Saudações monárquicas


  

sábado, julho 13, 2013

Entretanto os juros subiram...

Enquanto bruxos e adivinhos descobrem, todos os dias, novas virtualidades no discurso de Cavaco, os juros vão subindo! E vão subindo tal como subiram com a demissão de Portas! E são os mesmos juros, recorde-se, que não subiram com a demissão de Gaspar e que até desceram com a hipotética subida de Portas a vice primeiro-ministro. Os juros lá sabem porquê.

Veremos, entretanto, se as iniciativas do presidente da república não acabam por fragilizar ainda mais a direita. O CDS que se cuide. O melhor é pensar já em ocupar o seu lugar, vazio, à direita do bloco central, na oposição ao governo, evitando assim, patrióticamente (e fala-se tanto de patriotismo!) que a esquerda, à esquerda do PS, fique sozinha a receber os juros da oposição.

Saudações monárquicas



O discurso

Foi tão claro
Que se tornou obscuro
Foi tão duro
Que se tornou tão raro
Foi tão raro
Que se tornou poeta
E ficou claro
Que a vida está preta!

Foi tão esperto
Que se tornou casmurro
Num deserto
Quer fazer um lago
Dum camelo
Quer fazer um burro!
E dum burro quer fazer
Um sábio!

E se é certo
Que o regime errado
Faz de nós
Um protectorado
Só um rei
Da grei aliado
Poderá

Mudar este fado!

quarta-feira, julho 10, 2013

O mestre da fragilidade!

Foi tão claro que se tornou obscuro! Foi tão simples que se tornou complicado! No fim de contas ficaram todos pior do que estavam. Incluindo o presidente da república!
Ficou mais fragilizado o governo numa altura em que precisava de força! Ficaram igualmente mais frágeis todos os que reclamavam eleições imediatas. Curiosamente, e sem dar por isso, Cavaco também fragilizou os adeptos da estabilidade uma vez que acabou por marcar uma data para as próximas eleições! E finalmente ficaram pior que estragados os partidos liminarmente excluídos de qualquer solução política futura. Não é que não mereçam, mas não havia necessidade de ser tão explícito.
Resumindo e concluindo: Temos um governo a prazo, em gestão corrente, temos eleições marcadas para daqui a menos de um ano, com tudo o que isso significa! De concreto não temos nada a não ser a sugestão de uma união nacional para continuarmos a receber o cheque. Ah, e já me esquecia: - toneladas de patriotismo! Sentimento em vias de extinção. 


Saudações monárquicas.

segunda-feira, julho 08, 2013

Barrete encarnado ou cavalo de Tróia?!

Com a tourada a chegar ao fim, com o pó ainda a esconder os protagonistas, apenas nos é dado perceber que Portas (para salvar a face) foi obrigado a avançar para os cornos do toiro! Ora bem, esta é uma situação nova para ele, mais habituado a jogar nos bastidores, e a partir daqui qualquer prognóstico que se faça será sempre um exercício muito arriscado.

Mas eu gosto de arriscar, e assim, vislumbro para já dois cenários plausíveis, a que posso juntar um terceiro, digamos, bastante hipotético!

Vamos começar pelo hipotético: - este, a ocorrer, seria uma surpresa para todos, e admito que até para o próprio Portas! Dar-se-ia o caso de vermos emergir um grande estadista, que estabeleceria como prioridade a reforma do estado socialista, actualmente fonte de discriminação entre portugueses, e fonte de todos os nossos problemas. Aqui, a prioridade deve ir, não para os despedimentos na função pública, pois não estamos em condições de despedir ninguém, mas para uma batalha bastante mais árdua que é definir quem e em que circunstâncias (no futuro) pode e deve beneficiar de um vínculo à função pública.

Como sabem, porque já o escrevi, esta condição deve ser, por regra, um exclusivo das forças armadas (e de segurança), da magistratura, e pouco mais. Fora disto é manter o monstro e o polvo.

E porque estamos com a mão na massa, seria absolutamente vital avançar com a reforma do sistema político, propondo nomeadamente o fim das listas partidárias, verdadeiro cancro do sistema, grau zero de representação política, e grande responsável pela mediocridade dos actuais agentes políticos e pela desconfiança dos portugueses nos mesmos. Claro que esta proposta teria de ser viabilizada pelo PS, mas o que importa é que tem que ser apresentada por alguém, e ainda não foi.

Em resumo, se por hipótese, Portas fosse por este caminho estaria de facto a resolver o problema da dívida e ao mesmo tempo o tão propalado problema do investimento (e do consequente crescimento da economia) problemas que não se resolvem com discursos, mas apenas quando se criarem as condições prévias para tal.

Quanto às outras duas hipóteses, que considerei as mais plausíveis de virem a acontecer, ambas se inscrevem neste faz de conta em que vive o país há longo tempo. Será sol de pouca dura.

Quanto ao cavalo de Tróia…



Saudações monárquicas

quinta-feira, julho 04, 2013

O amigo da esquerda

Quem, por puro masoquismo, estiver cinco minutos a ouvir o que dizem as ‘notícias’ percebe, se quiser perceber, que a estratégia da ‘central de informação no poder’ é a seguinte: - defender Portas e atacar Passos e Cavaco! Ou seja, ilibar o responsável pela crise e culpar os que pretendem manter alguma estabilidade política! Qual é o objectivo?! Bem, isso agora cada um pensa o que quiser.


Pela minha parte, posso apenas avançar uma hipótese: - mal ou bem, com ou sem reforma do estado, a credibilidade do país perante os credores está (estava) assegurada; não é ainda a retoma da economia, mas o pior já passou; o desemprego começa a descer ligeiramente; enfim, vislumbram-se alguns sinais positivos no horizonte. Mas claro, tudo isto é circunstancial, e para se tornar consistente, exige de facto uma profunda revolução política, logo constitucional, e a partir daí, a urgente necessidade de desmantelar (há quem lhe chame reformar) o estado socialista que nos asfixia a todos. Asfixia, que se tornou modo de vida da grande maioria dos portugueses, para gáudio dos seus mentores (e beneficiários), a saber: - as lojas e lojinhas de conveniência, onde se acoita a jacobinagem que nos calhou por herança.


Ora bem, pensam eles, está na altura de prevenir que a tal reforma do estado nunca se execute. Isso iria limpar o sistema, isso iria desparasitar o regime. E como os parasitas somos nós (pensam eles e têm razão) é preciso correr com este governo e pôr lá um governo de confiança. Um governo que seja amigo da esquerda.


E é aqui que entra o Portas. De cognome ‘o direitinha’, está afinal sempre disponível para prestar serviços à tal jacobinagem. Jacobinagem de onde, no fim de contas, provêm. A troco de quê?! Da proeminência que a sua inestimável vaidade necessita.


O primeiro grande serviço que Portas presta (todos os dias) á esquerda é o facto de ser ter tornado dono de um partido que finge ser de direita mas cujo propósito é impedir que surja um verdadeiro partido de direita. Daí que o actual CDS/PP nunca ouse propor medidas que ponham em causa o estado socialista vigente. Entretém-se com sugestões pontuais, pela rama, estilo unidose. O outro grande serviço que Portas (e a sua troupe) prestam à esquerda, é esta esperança, por estes dias renovada, de um namoro e casamento (contra natura) entre o PS e o CDS/PP.

Pois é, mas de coisas contra natura estamos nós fartos.




Saudações monárquicas


Post Scriptum: Já terminado o postal, lembrei-me que talvez fosse útil ir ao baú das memórias e recuperar alguns episódios (e personagens) do CDS que, também eles, protagonizaram este romance com o PS. Basílio Horta e Freitas do Amaral não fizeram a coisa por menos, a dada altura, passaram-se mesmo para o 'inimigo' irresistível! Afinal eram socialistas desde pequeninos! Tivemos, lembram-se, o queijo de Ponte de Lima! E temos agora esta porta aberta, noiva permanente, doida para se atirar para os braços de quem de facto detém o poder.

quarta-feira, julho 03, 2013

Devia estar contente mas não estou!

Para um monárquico este desabar de um regime que ainda há pouco tempo celebrava com pompa e circunstância o seu centenário, devia ser um acontecimento para festejar! Um acontecimento para saborear o doce prazer da vingança! Mas não está a ser. Num monárquico fala sempre mais alto um sentimento caído em desuso - o patriotismo. E assim, para aqueles que diziam que a história não se repete, ora aí está a resposta: - repete-se, sim senhor! O descalabro dos partidos, as cisões que se anunciam, inexoráveis, toda a gente a fingir que quer mudar alguma coisa, como se isso fosse possível, sem eles próprios mudarem! Gente que é sempre a mesma, que se repete sempre no poder! E quando não são eles, deixam lá a parentela a fazer o serviço! Tudo isto, dizia eu, é matéria dada, aconteceu no final da monarquia, e sucede no final de cada república. E esta terceira está claramente no fim do prazo. Que só não terminou porque a UE a tem segurado. 


No caso vertente, estamos bastante próximos dum champô inovador, a que podemos chamar o “três em um”, ou seja: - conseguimos juntar os malefícios da partidocracia, os malefícios do liberalismo sem escrúpulos, e os malefícios do socialismo de raiz soviética, que o mundo já despachou para o museu mais próximo de si! Como se não bastasse, ainda temos uma série de lojas e irmandades a conspirarem na sombra! Portanto, o que aí vem não há-de ser bom com certeza.


Lamentam-se entretanto as piranhas da comunicação social: - ‘o país não merecia ter estes políticos’! E eu acrescento: - nem estes jornalistas, nem estes comentadores, nem estes sindicalistas, nem estes funcionários públicos, nem estes juizes, etc. etc. e acabava com Almada Negreiros: - ‘Portugal até é bonito! Fica feio pôr lá portugueses’.


Intervalo para irmos ao WC.






Saudações monárquicas

segunda-feira, julho 01, 2013

O socialismo aos socialistas

Há quem pense que devia ter saído mais cedo, há quem pense que nunca devia ter entrado, mas Gaspar, homem inteligente, saíu na hora exacta. Foi o tempo suficiente para mostrar que estava isolado no governo, e que era o único que tinha uma estratégia para conter a despesa do estado. Boa ou má, isso é outro assunto. Os outros, se me permitem a imagem velocipédica,  limitaram-se a seguir na sua roda, havendo inclusivé alguns (Portas é o melhor exemplo) que várias vezes fizeram questão de chegar atrasados à meta por puro eleitoralismo. Ideias para Portugal, zero. Ideias para mudar o Portugal socialista que herdámos da revolução de Abril, nenhumas. O que até se compreende. Pois se foi este estado socialista que os levou ao poder, para quê porem-se agora com aventuras?! Daí que o regime continue 'soviético', ou seja, monstruoso, quer no que toca à despesa, quer no que toca à intervenção.
Assim, neste imbróglio, o melhor mesmo é entregar o estado socialista aos socialistas. Tem a dupla vantagem: - acabam-se os biombos, papel reservado actualmente aos partidos ditos de direita, e ao mesmo tempo obriga-se a esquerda a governar... com o menino nos braços. Então talvez seja possível responsabilizar os socialistas pelos dislates que fatalmente irão cometer. O que já não seria mau.
Quanto ao Gaspar, e sem ser adivinho, o seu gesto tem algumas semelhanças com o que aconteceu com Salazar. Também ele, a dada altura, bateu com a porta.  Mais tarde tiveram que o ir chamar. O problema era o mesmo - a insuportável dívida do estado. Uma especialidade da esquerda. 

Saudações monárquicas