Nuno
Palma é um jovem historiador português a leccionar em Manchester e
foi um dos oradores convidados para o recente 'encontro das direitas'
organizado pelo MEL (Movimento Europa e Liberdade). Merece destaque
em primeiro lugar pelos estudos que vem desenvolvendo no âmbito da
história económica comparada mas também pelo desassombro das suas
intervenções!
No
fórum em questão, para além de desconstruir uma série de
'verdades históricas' que habitualmente nos impingem, atreveu-se a
afirmar que estamos a divergir da Europa há mais de duzentos anos e
o único período em que realmente convergimos foi durante o estado
novo! Isto, só por si, pôs a esquerda em polvorosa. Que é o mesmo
que dizer o país quase todo. E entre silêncios e ranger de dentes
os media tentam disfarçar o assunto.
Mas
Nuno Palma disse coisas muito mais importantes relacionando sempre a
fortaleza das instituições com o seu regular escrutínio. Até
porque no seu entender são as instituições, nomeadamente
políticas, judiciais, etc., que determinam, ou não, a riqueza das
nações.
Assim,
e em traços gerais, estivemos sempre no pelotão da frente durante
toda a Idade Média e entrámos destacados nos descobrimentos e na
era moderna. Só começámos a divergir e perder posições em meados
do século dezoito. E não foi por causa do terramoto mas pelas
arbitrariedades de um poder que se julgava suficientemente rico para
não dar satisfações a ninguém. Era o ouro da bazuca brasileira a
funcionar! Por isso durante o século dezoito as cortes nunca
reuniram. A partir de Pombal as coisas pioraram, e a expulsão dos
jesuítas condenou o país ao analfabetismo secular!
O
século dezanove é pois para esquecer, foi um século perdido para
Portugal, imagino que com grande pena de muita gente que gosta de ler
o Eça. Quanto ao século vinte já falámos. Só Salazar conseguiu
convergir com a Europa reduzindo o analfabetismo, a mortalidade
infantil e iniciando uma integração no espaço económico europeu
(EFTA). Em contrapartida, e no jogo das culpas demo-republicanas, fabricou sem querer
um país de esquerda onde ainda há comunistas e outras espécies em
vias de extinção!
O
orador terminou pessimista o que é compreensível! Tem a vaga
esperança que as necessárias reformas venham da união europeia e
que ao mesmo tempo as pessoas reparem que quando votam no socialismo
estão a perpetuar a divergência, ou seja, o atraso português.
https://youtu.be/v4zr58fJq6s