quarta-feira, dezembro 30, 2009

A irmandade protege-se

“O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça criticou o juiz de instrução de Aveiro que terá extrapolado das suas funções…” e a notícia segue os seus trâmites com o despacho e as razões do meritíssimo Noronha para considerar nulas as primeiras seis conversas entre Sócrates e o seu amigo Armando Vara, conversas, recorde-se, que levaram o juiz de instrução de Aveiro à presunção do crime de atentado ao estado de direito. Segundo Noronha do Nascimento o juiz de Aveiro ao retirar consequências de conversas interceptadas em que interveio o primeiro-ministro viola o artigo tal e a alínea tal, etc. etc.…

Hesitei no título, podia ter sido, reveillon com o procurador, ou então, trabalhos preparatórios, enquanto não chega a prometida comunicação de Pinto Monteiro sobre os fundamentos do seu despacho de nulidade relativamente às restantes 'conversas em família'. Ainda não é tarde, ainda falta um dia para o trinta e um, por isso aguardemos. Mas, se houver comunicação, não deve andar longe desta oportuna notícia e da não menos oportuna revelação sobre o despacho do presidente do Supremo – ponderosas razões adjectivas naturalmente. O juiz de Aveiro não podia ter ouvido aquilo que ouviu, ou seja, não podia ter ouvido o primeiro-ministro a relatar (ou combinar) um presumível crime, nem que fosse a confissão de um homicídio! Isso é para outros ouvidos, ouvidos superiores e superiormente treinados a ouvir. É assim que a lei deve ser interpretada.
Que rica irmandade, e que rico país!

Saudações monárquicas

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Boas Festas

O Interregno deseja um Bom Natal a todos os que o visitam. E para o novo ano que se avizinha o mesmo voto de sempre: - que o verdadeiro interregno termine o mais rápidamente possível.
Saudações monárquicas.

domingo, dezembro 20, 2009

O arrefecimento lá em casa

Habito uma casa antiga e velha ao mesmo tempo, sinónimo de frinchas nas janelas, ventania pelos corredores, e quando chove, pingadeiras que os telhados já não resolvem! Uma casa onde o aquecimento global ainda não chegou! Então nestes dias frios como o gelo, que desmentem noticiários e conferências (com aquecimento central), eu queria vê-los aqui a rapar… Mas é precisamente nestas alturas que me dá para sonhar! Imagino a verdejante alegria dos vikings ancestrais na ancestral ‘greenland’, hoje glaciar Groenlândia, e não imagino que tenha sido o homem a produzir tais modificações no planeta. Nem me imagino com forças suficientes para interferir na galáxia onde haverá forças mais do que suficientes para esse efeito. Já não falo no plano de Deus para que não me julguem por heresia (ou terrorismo), pois bem sabemos que atrás de um democrata está sempre um déspota, mais ou menos iluminado.
Quem também não acredita nesta história da responsabilidade humana pelo clima em que vivemos é o nosso amigo venezuelano. Chavez já percebeu que lhe estão a ir ao bolso. Por causa dos muçulmanos (e dos longínquos poços, cada vez mais difíceis de defender e controlar) vão querer limitar o poder do petróleo e dos seus legítimos proprietários. É por aqui que entram as energias alternativas, ditas limpas, mas enquanto houver petróleo barato, impossíveis de explorar a um custo razoável. A guerra é esta apesar de reconhecermos que o tema ‘energias renováveis’ é sempre um bom início de conversa. Especialmente para Portugal, que só tem a ganhar com isso, uma vez que não somos produtores de petróleo. Mas éramos, lembrem-se lá…

Saudações monárquicas

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Sequência sinistra

Pinto Monteiro hoje em Belém… Ontem, Cândida de Almeida, directora do DCIAP, reconheceu que o Freeport está “muito perto do fim”… A audiência com Cavaco fará com que Pinto Monteiro esteja ausente na cerimónia de (re)tomada de posse de Noronha do Nascimento, como Presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

Uma notícia no jornal, em meia dúzia de linhas é difícil juntar personagens tão sinistras! Escolhidas a dedo, colocadas nos lugares certos, dão-nos a garantia que nenhuma eminência do regime será molestada pela justiça, com letra pequena.

Aceitam-se palpites - o que irá fazer Pinto Monteiro a Belém?!
Irá avisar o PR sobre os perigos de satisfazer o pedido da bancada do PSD, que como se sabe, requereu a publicidade dos despachos de arquivamento do PGR?!
Ou irá combinar uma nova dilação, uma troca de prisioneiros, e a possibilidade de fornecer à população, juntamente com a vacina da gripe, um elixir do esquecimento?!

Perante tais eminências até a natureza se revolta – pela calada da noite, desatenta ao que se passa em Copenhaga, a terra tremeu. Como se fora um golpe de vento… ía-me levando a empena!
Epicentro no Atlântico, fico mais descansado.

sábado, dezembro 12, 2009

Excessos dinásticos

Catarina, nome de imperatriz e de rainha, Castro pelo pai, deputado do PS, aparentada ou ligada às melhores famílias de Abril, não conseguiu ser eleita para o ‘tribunal constitucional’.
Indicada pelo partido socialista, com o acordo dos sociais-democratas, faltaram-lhe uns quantos votos para passar! Mas nada está perdido, vai à segunda chamada em Fevereiro, e se chumbar outra vez, aplica-se a norma europeia dos referendos (com excelentes resultados na Irlanda) – Catarina repetirá o exame até que os seus pares pronunciem o inevitável ‘sim’!
Nada disto tem a ver com Catarina, que será uma jurista de mérito, e perfeitamente capaz de desempenhar o cargo com a mesma eficiência que os outros designados. A questão, como já temos escrito, é de outra ordem, ou se quiserem, de outra desordem. Explico: - em primeiro lugar chamar ‘tribunal’ a um órgão maioritariamente ocupado por comissários políticos, ou seja, por pessoal designado pelos partidos, só pode servir para confundir os portugueses ou desprestigiar a independência de juízes e tribunais.
Em segundo lugar e consequência óbvia da desordem instalada é esta proliferação dinástica que enche e preenche lugares e cargos públicos a uma velocidade e com uma desfaçatez nunca antes vista! É a filha, é o primo, é a amiga do primo, o compadre, várias dinastias que se ajustam, que negoceiam, que trocam favores... e lá em baixo está o povo a olhar!
É também por isso que eu sou monárquico - uma dinastia de cada vez.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Malagrida, Pombal e Copenhaga!

Num artigo fantástico Helena Matos desmonta no Público de hoje o histerismo que se vive em Copenhaga (e no mundo) face às diabruras da natureza. Com a devida vénia transcrevo alguns excertos elucidativos: -
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" Nas Igrejas pode estar a diminuir o número de fiéis, mas nas ruas correm multidões de penitentes. Dizem que vão salvar o planeta e sobretudo comprazem-se em anunciar-lhe o fim... Àqueles que ousam questionar tal Apocalipse acusam de incredulidade e casos existem em que tentaram mesmo criminalizar a formulação destas dúvidas que vêem como uma heresia.
E assim, dois séculos e meio após ter sido escrito o 'Juízo da Verdadeira Causa do Terramoto Que Padeceu a Corte de Lisboa', no primeiro de Novembro de 1755, o padre Gabriel Malagrida tornou-se não só uma obra actual como global...
Nesse século XVIII em que Malagrida foi pregador, o terramoto de Lisboa foi visto como um sinal da ira divina. Cabe perguntar porque se teria zangado Deus em 1755 com esta cidade de Lisboa? Depende da fé dos acusadores. Para o jesuíta Malagrida a zanga de Deus provinha dos 'intoleráveis pecados', como a vaidade, praticados nesta cidade. Para os protestantes aquela catástrofe nascia do desagrado divino com esta Lisboa onde se adoravam imagens, existia a Inquisição e se dizia missa em latim, o que, segundo eles, impedia o conhecimento da palavra de Deus e gerava a sua consequente fúria.
O resto da história é razoávelmente conhecido: o padre Malagrida acabou queimado num auto-de-fé e o Marquez de Pombal reforçou os seus poderes...
Aquele espalhafato penitencial da pegada ecológica que esta semana anda por Copenhaga tem de facto muito do palavreado dos pregadores que, como o pobre Malagrida, aterrorizavam os nossos antepassados, associando os seus pecados aos tremores de terra, à perda de colheitas, às secas ou à fúria das águas. As alterações climáticas sempre aconteceram e a instabilidade do clima sempre reduziu os homens, sejam eles das cavernas ou dos arranha céus, à sua insignificância...
Mas não sejamos inocentes: Malagrida não existe sem Pombal. Por Copenhaga circulam os herdeiros do autoritarismo iluminista que em cada catástrofe, seja ela real ou anunciada, vêem uma possibilidade de aumentar o seu poder para níveis que, se não fosse a ambiência catastrófica, não se aceitariam...'

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Escutas falsas na net

Ao que isto chegou! É verdade, houve quem se desse ao trabalho de forjar escutas falsas reproduzindo supostas conversas entre Sócrates e Vara tentando assim iludir os incautos. Via internet tive acesso a esses textos/documentos que logo me pareceram falsos como Judas. Mais tarde confirmei o facto no Público on line. Com efeito, o que aí se pretende (entre palavrões e injúrias para despistar) é nem mais nem menos do que ilibar Sócrates sustentando as desculpas de inocência com que se tem defendido. Nomeadamente a tese de que só soube do negócio entre a PT e a TVI pelos jornais.
Enfim, se dúvidas houvesse sobre a importância das escutas reais entre Vara e Sócrates e da importância que a sua destruição representa para os infractores, essas dúvidas ficam agora desfeitas. Como fica desfeita qualquer dúvida sobre a credibilidade deste regime. Estamos no ponto zero ou como afirmou o Duque de Bragança - Portugal está doente.
No meio da confusão tentam linchar Manuela Ferreira Leite (inclusivé dentro do seu próprio partido!) só porque se atreveu a dizer a verdade, que como já escrevi, é a única questão que interessa ao povo português: - saber se existe matéria crime nas escutas entre Vara e Sócrates?! Pergunta que podemos agora generalizar: -mas afinal quem é esta gente que nos governa?! Que manda no país vai fazer cem anos e conseguiu o feito de nos colocar nos últimos lugares da Europa?! Quem é esta cáfila?!
A resposta está nas escutas falsas que no fundo acabam por retratar os seus autores - um diálogo de labregos, imaginado por labregos, que pensam que Portugal é uma quinta onde podem tripudiar à vontade. Porque ninguém se revolta!
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Saudações monárquicas

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Ordem do dia

(Manuela Ferreira Leite e a divulgação das escutas)
Goste-se ou não da senhora a verdade é que deu a única resposta que interessa ao povo português. Eu também quero saber das escutas, quero saber se o primeiro-ministro andou (ou anda) a conspirar no sentido de manipular os media. Sobre este tema, (silenciar a comunicação social adversa), o PM não tem conversas privadas especialmente quando fala com o responsável pelo crédito do BCP. Amigos, amigos, negócios à parte. Diz o povo e com razão.


(Vieira da Silva e a espionagem política)
Outro que tem duas caras e mil condições. Para a próxima seria melhor esclarecer (previamente) o jornalista que estava ali na qualidade de cidadão. Porque nessas circunstâncias não seria entrevistado. É que cidadãos há muitos.


(Projecto do Bloco contra a corrupção)
Ninguém de bom senso pode aprovar propostas do BE seja para o que for. Esta gente tem uma agenda própria e tem da democracia uma visão meramente utilitária. Os bloquistas não estão interessados em acabar com a corrupção mas apenas perseguir adversários selectivamente. Se estivessem preocupados em alterar alguma coisa na fonte do poder (e fonte da corrupção) propunham uma alteração constitucional e acabavam com a famigerada ‘forma republicana de governo’, expressão imutável e guardada a sete chaves pelos verdadeiros patrões (capos) do regime. O resto é conversa.

(Balsemão socialista)
Só agora é que Balsemão descobriu que os sociais democratas e socialistas (portugueses) fazem parte do mesmo partido. Que se sentam lado a lado no parlamento europeu. Não obstante diz-se mais inclinado a ser socialista! Enfim, um luxo de quem é rico e usa o nome enfeitado com brasão.

Saudações monárquicas

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Ó Portugal, se fosses só isto...

Se fosses só cenário
Comissário, celebração
Nome de rua, tratado
Bolha de ar e bola de sabão
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Se fosses só conversa
Papéis para assinar
Jantares de bricolage
Um lego em construção
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Sem pessoas lá dentro
Sem história lá dentro
Sem nada lá dentro
Apenas invenção!
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Se fosses só isto...
Que passa na televisão
Então já não insisto
Peço desculpa e perdão.
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(Inspirado num poema de Alexandre O'Neill)

terça-feira, dezembro 01, 2009

Outra cimeira

O Rei de Portugal entrou no areópago, disse ao Rei de Espanha que estava sentado no seu lugar, intimou Sócrates a meter os Magalhães no saco, pois não era local nem altura para vendedores ambulantes, e aconselhou o duplicado Cavaco Silva a não proferir banalidades. Já com toda a gente nos seus lugares, o Rei português aprestou-se para abrir a conferência ibero-americana, não sem antes sugerir que se houvesse por ali algum Miguel de Vasconcelos, este deveria retirar-se, de preferência pela janela. E discursou em seguida. Uma breve mas portentosa oração: - Estamos aqui pela graça de Deus e não podemos esquecer que o esforço colonizador dos dois países ibéricos levou sempre a Cruz na dianteira. E olhando para o Brasil reafirmou - a força e a importância de Portugal naquela conferência e no mundo actual, são as suas antigas colónias.
Estava aberta a cimeira e estava definida (e representada) a política externa portuguesa. O resto, inovação, conhecimento, Honduras, vêm por acréscimo.

Saudações monárquicas