segunda-feira, maio 30, 2005

Porque é que temos défice?

Claro que as contas de um País são, aparentemente, mais complexas que os orçamentos familiares, mas a coisa não anda assim tão longe.
Por exemplo, se num agregado familiar, existem elementos que levam uma vida equilibrada em termos de receitas e despesas, também existem outros que gastam sempre mais do que ganham e, claro, as dívidas destes acabam por ser suportadas pelo orçamento familiar. Quando isto acontece numa família adulta, os prevaricadores são chamados à responsabilidade e obrigam-se a mudar de comportamentos, e ponto final.
Fora disto estão obviamente os menores, onde sempre se tem de fazer a despesa-investimento, além dos doentes do agregado familiar que, por uma questão de humanidade e solidariedade todos se disponibilizam a tratar e custear.
As outras despesas, sejam ou não investimentos, só se devem fazer quando há margem para isso.
Esta é, parece-me, a regra de uma boa convivência e gestão familiar.
Por isso, quando Sócrates veio anunciar as previstas dívidas que todos temos que pagar, deveria ter dito também, muito claramente, quem são os elementos da nossa Comunidade que têm estado, e, pelos vistos, há muito tempo, a gastar mais do que podem e devem?!
Deveria também ter dado explicações porque é que isto vem acontecendo, e, já agora, para além dos paliativos que propõe, poderia ter esclarecido a Comunidade se pretende mesmo acabar de vez com esta situação?! Mas Sócrates falou pouco sobre o que interessava saber! É certo que cortou com algumas mordomias escandalosas, mas foi um mau sinal pôr os menos culpados a pagar as dívidas.

O défice da III República

Quem assistiu à prestação de Sócrates no último debate parlamentar, e à desenvoltura com que, sem oposição, eliminava alguns escândalos da República não pode deixar de se questionar, como é que foi possível?
Sim, como é que em trinta anos de República, dita democrática e redentora, foi possível fabricar tantos regimes especiais, tantas mordomias, tantas desigualdades?
Esta é que era a questão das questões, mas o assunto foi ocultado por detrás da encenação do número do défice. No dia seguinte, a comunicação social também não se importou com o tema!
A outra pergunta imediata que ocorreria fazer, mas que também ninguém fez, era a seguinte:
Sócrates pretende apenas eliminar alguns dos escândalos mais evidentes, ou quer mesmo desactivar a máquina que lhes dá origem?
É que se for pela segunda hipótese, então o actual primeiro-ministro deve de imediato encurtar etapas e preparar o País para uma inevitável mudança de regime.
É preciso não esquecer que o garante deste sistema viciado de mordomias e desigualdades, tem sido, ou melhor, é, o próprio Chefe de Estado Republicano, e que portanto, não vale a pena ensaiar quaisquer reformas sem reformar primeiramente a chave e o fecho do sistema. O que quero dizer, é que é preciso voltar à nossa antiga e grande tradição monárquica, e travar de vez a decadência. A não ser que queiramos continuar a fazer experiências com Portugal?!

Um monárquico frente ao défice

A representação era no mesmo teatro, com os mesmos actores, ali para os lados de S.Bento, e confesso que já não passo sem aquilo! As peças variam pouco, repetem-se muito, mas acabam por ser divertidas. Desta vez subia à cena “ Sócrates, o inconstante”, que traduzido do grego quer dizer, “ O número do défice”.
Sem nada a perder, sentei-me corajosamente defronte da televisão e preparei-me para enfrentar o número. Digo, corajosamente, porque gosto sempre de me colocar no papel dos actores e imaginar as dificuldades da representação, a oportunidade das deixas e dos apartes, em suma, reviver o drama. E neste sentido, não posso deixar de estar de consciência tranquila, uma vez que tenho feito alguns cortes na despesa! Por exemplo, nestes dias de euforia rubra, saio pouco, evito comprar jornais, não tenho gasto energia em rádios e televisões, e se isto continuar assim, ainda vou poupar muito dinheirinho. E, pasme-se, não me tem custado nada!
Mas voltemos ao número do défice. Um grande número, diga-se.
Enquanto os actores iam tomando os seus lugares, não pude deixar de reparar que não estavam tão unidos e contentes como na última representação de “Abril sempre”! Bem sei que são peças diferentes mas estavam esquisitos, apáticos, com pouco élan. Fazia estas comparações, quando fui surpreendido pela primeira cena – era um homem a fingir de primeiro-ministro que enquanto batia nos seus eleitores, ia distribuindo alguns rebuçados ao mesmo tempo!? Aquilo interessou-me. Já tinha visto uma cena semelhante com aquele mesmo actor, em que ele batia no homem da farmácia enquanto distribuía alka-seltzers e xaropes à população. Calculei logo que o autor deveria ser o mesmo.
Não me enganei. As cenas seguintes, também já as tinha visto. Para além de uns vagos lamentos, não havia oposição! Os agredidos até parecia que já estavam à espera de levar… e os rebuçados nem sequer eram para eles…
Nas últimas cenas, para mim as mais interessantes, enquanto a inexistente oposição andava “aos papéis”, o homem que fingia ser primeiro-ministro, resolveu fazer oposição a si mesmo, e encarnando o papel da ausente direita conservadora, cortou algumas benesses escandalosas, produzidas pelo regime de esquerda que ele próprio representava! O absurdo instalou-se no palco, mas o seu desempenho, há que reconhecer, melhorou. Parecia um primeiro-ministro de verdade… só que eu sabia que aquilo era teatro…Terminada a sessão, dei comigo a pensar que aquele homem, que ali se esforçava por governar, bem poderia ser, noutras circunstâncias, um primeiro-ministro real de um País a sério…

P.S.: Obrigado Vitória de Setúbal por estes momentos de descanso.

terça-feira, maio 24, 2005

DA TRADIÇÃO E DA FÉ

“Progressismo" e "tradicionalismo " são inimigos da tradição. Para estes ela constitui pedra de tropeço e para aqueles pedra de escândalo.

Pe. ANTÓNIO FAUSTINO

Correr o olhar neste fim de década pela vida da Igreja leva-nos a aperceber que já passaram os momentos temerosos e crepusculares do pós-Concílio. A clarividência dos factos mostra também ao mesmo olhar que os tempos são muito outros na história do mundo.
Uns desfeitos, outros caídos em desgraça ou em vias de drásticas reformas, retiraram-se os formidáveis mitos que moldaram o cenário do grande teatro do mundo e preencheram o imaginário cultural e escatológico de uma multidão de consciências. Quem acredita hoje nas utopias do futuro em promessa no discurso das ideologias e dos humanismos demiúrgicos?
Mas nem por isso o esvaziamento ideológico-doutrinário dos espíritos e da actividade humana despertou o homem para a procura de vias mais consistentes e positivas em ordem a decifrar o sentido profundo do seu ser e do seu estar no mundo. E, paradoxo dos paradoxos, esse sentido parece escapar-lhe ainda mais na medida em que a ciência e a técnica, entregues a uma pseudo-autonomia, seguem a lógica de uma omnipresença tão sedutora e agressiva como asfixiante. De funcional e auxiliadora, a sua presença oferece-se agora aos homens como um poderoso instrumento apto a toda a manipulação da liberdade e do poder criador, como um transfert diabólico de todo o desejo.
Infelizmente a dignidade teórica da ciência pouco ou nada tem contribuído para fazer avançar o espírito e o pensamento na interrogação do enigma antropológico e existencial. Tomar consciência desta falência teórica e cognitiva, é romper com aquela rede de um "universo fechado" em que a modernidade encerrou a alma humana do mesmo passo que lhe abobadava os céus duma finitude absoluta, auto-transcendente, naturalmente divina. Esta mentalidade ignora tanto o que "no homem ultrapassa o homem" quanto o universo da finitude oferecido ao infinito progresso da ciência e da vontade humana não atinge o misterioso mas latente sentido do ser das coisas.
Com palavras do grande teólogo H. de Lubac, podemos definir-lhe o carácter essencial, o espírito de fundo. " A modernidade, indicou ele um dia, é o triunfo da finitude, e a certeza adquirida de que o homem pode enfim destruir-se...
A modernidade refuta o mistério. Conhecerá sempre mais, mas na verdade não compreenderá mais coisa alguma " (H. de Lubac, "Viaggio nel Concilio", in 30 Giorni, 7 1985).
Repelido o mistério, segue-se necessariamente a recusa da dimensão da fé, da religião e de uma ideia de Revelação. Percebe-se agora melhor porque razão o fundo espiritual do pensamento moderno se opõe ao paradigma "antigo", sob quaisquer das suas manifestações - de natureza mítica, sapiencial, filosófica, religiosa. O mesmo é dizer por que é que a infinda acumulação de certezas no suceder, reestruturar e elaborar de teorias não faz nascer o sentimento de nenhuma verdade viva.
O sentido de onde as diferentes formas de realidade são originárias, e o sentido absoluto do ser do homem e do seu destino, só pode brotar da profundeza intocada e sempre disponível do Mistério. É nele que radica a natureza da Tradição e das tradições. Superficialmente se atende nela à cadeia que nos remete para o passado. Ora mais que ligar-nos a um "ontem" ela traz-nos o que é "eterno". Nela se dá e revela no "presente" o sentido velado da origem. O que sendo único deve permanecer como princípio imutável dum contínuo esforço de interpretação e realização da sua identidade.
É por este facto de a Tradição preservar através dos tempos e circunstâncias a referência meta-temporal originária, que ela é capaz de antiguidade e "aggiornamento". A fidelidade que isso implica torna-a activa e não "imitativa". Assim, sendo imemorial é também olvidável; sendo ideal procura incarnar no real; sendo autónoma, mas disponível, renova-se sem se alterar, evolui e enriquece-se sem se transformar. É este o paradoxo da Tradição e da tradição da Fé: "o futuro para a Igreja está num passado, isto é, num regresso a um passado mais profundo" (Cardeal Suenens, cit. L. Bouyer, "A decomposição do Catolicismo", Sampedro editora, Lisboa, s.d., p. 109).
Matéria sensível de tradição é a esfera religosa. Aí se investe o tudo e o nada do sentido. A tradição cristã assenta numa identidade a que a Fé não pode subtrair-se: o seu alicerce é Cristo como Revelação viva e pessoal de Deus. Uma tradição revelada que não só se não limita à letra das Escrituras Sagradas como encontra o critério e a garantia objectiva da sua interpretação dogmática no Magistério hierárquico. Mergulhar nas suas raízes é reconhecer Cristo como não podendo negar-se a si próprio, pois que nela permanece "o mesmo ontem, hoje e amanhã" (Hebreus 13,8). Esta Tradição da Igreja opera sobre o Ministério de Cristo como base sobre a qual se deve construir e não como ponto de partida do qual se tenha que afastar .
Num tempo em que se sublinha tanto, e bem, a dimensão futura do presente, compreender em profundidade o sentido autêntico da Tradição é garantir a possibilidade de integrar o presente no eterno, a vida na fé.
O "progressismo" e o "tradicionalismo" não o podem realizar. São inimigos da tradição. Para estes ela constitui pedra de tropeço e para aqueles pedra de escândalo. O tradicionalismo sepulta-se num "passado" que não é o eterno único. Confunde a força biologicamente criadora do arquétipo com a arqueologia histórica. Foi assim a ruptura de monsenhor Lefevre e seus seguidores. O "progressismo" católico é ainda mais radical e virulento. O que o tradicionalismo tem de acrítico, tem o inovador revolucionário de destrutivo e esvaziador. Cindindo o ponto Alfa do Omega, a ortopraxia da ortodoxia, o futuro do passado, abandona-se a todo o vento de doutrina. Querendo encontrar o futuro, perdeu o seu projecto. O erro e o equívoco dessa atitude lançou o seu repto mais violento e sério à Tradição cristã nos modelos de Igreja e de práxis apresentados por algumas teologias da libertação.
Passou há pouco tempo na televisão o filme "Nostalgia" do grande cineasta russo Tarkovski. A grande e lúcida denúncia que o realizador faz do vazio espiritual do homem moderno surge com toda a força de uma profecia. "Hoje já não há grandes mestres. Os caminhos do coração encheram-se de sombras..." ("Nostalgia").
A saudade, porém, está de Vigília no fundo das almas e desperta nelas e esperança de uma luz que se acenda, mesmo aquilo que se esqueceu e desprezou. Por isso Tarkovski parte em demanda da velha tradição religiosa do Ocidente e interroga: "O que é a fé?" Como acender uma luz na escuridão? Onde o caminho do homem?
Pela fé em "Deus que é" e que sendo desde o Princípio abriu na rota da história e na carne humana uma via eterna?
Deus é Luz de sentido primordial e purificador para a vida do homem e do mundo. Na antiga tradição da fé se acende a luz de todos aqueles que a perderam e a buscam, perseverantes, na humildade de espírito e na paciência de recomeçar de novo a procurar... A verdade e a alegria de tocarmos em Deus aquilo que de nós estava ausente e cindido e que se aplica à fé, podemos aplicá-las também à Tradição da mesma, engrandecendo-a com as palavras com que Santo Agostinho dizia de Deus:
"Afastar-se Dele é cair, dirigir-se a Ele é levantar-se; permanecer Nele é estar firme; voltar a Ele é renascer; Nele habitar é viver" (Solilóquios I, 1,3).


In “Revista de Ideias – Portugueses” Fev./Mar 1989

Só pegam de empurrão…..

Foi assim com a adesão à União Europeia, com o justificativo de não “cairmos” no Comunismo… Foi assim, sistematicamente, sempre que se tornou necessário tomar medidas impopulares… Agora, com o patrocínio do inconstante Governador do Banco de Portugal, também vai ser assim: o Governo Sócrates, prepara-se para pedir à União Europeia que passe uma multazinha a Portugal, por nos andarmos a portar mal…
Com a multa ou ameaça de multa, muito se agradecia que a UE governasse por nós, aplicando aquelas medidas desagradáveis, que nós não podemos tomar por causa das próximas eleições…E a gente ainda vota nisto?!

O Código Napoleónico

Não, obviamente.
A França napoleónica que resta, no estertor da sua longa agonia, preparou cuidadosamente um documento, espécie de testamento ou certidão de óbito, como lhe queiram chamar, e quer dá-lo a aprovar aos seus parceiros do Grande Oriente, espalhados pela Europa.
Mas a tradição já não é o que era… e a dita Constituição arrisca-se a ser chumbada na própria Pátria jacobina!
Por cá, face à ignorância e subserviência vigentes, será mais fácil ser aprovada.
É pena, mas é assim…

P.S. – Por razões de forma e não de substância, Pacheco Pereira faz campanha pelo “não”. A forma também é importante.

A União Nacional (do Défice)

O circo já está montado. O apresentador de serviço, misto de palhaço rico e ilusionista já apareceu duas ou três vezes a criar suspense; as criancinhas agitam-se!
Será seis? Será sete? É surpresa!
Entram os economistas com o seu número de trapézio e toda a gente gosta mas não tem coragem para fazer aquilo! Entram a seguir os contorcionistas e as criancinhas (e os adultos) ficam ao rubro…
Faltam as feras para tudo acabar em beleza. Não há verba para leões, contentamo-nos com cães amestrados.
O grande domador entra silencioso e grave – tocam os tambores porque o exercício é arriscado; exige muita lata!Correu bem; segue-se o peditório…

domingo, maio 22, 2005

A Questão do Regime

Tirando um pequeno grupo de monárquicos, já ninguém se opõe verdadeiramente ao fim da epopeia!
Claro que a condição da nossa existência como Povo que quis ser independente, nunca foi fácil. Implicou, desde o início, uma série de constrangimentos e sacrifícios, que galhardamente fomos assumindo desde o princípio da nacionalidade até hoje. Não beneficiámos da competitividade de um regime feudal puro, porque não havia espaço nem margem de manobra para tal. Tivemos sempre que abdicar de alguns direitos em prol do sucesso da empresa colectiva. Forçámo-nos muitas vezes a partir, porque o pão escasseava, mas nunca esquecemos o torrão natal…Nessa busca, rasgámos oceanos e “entre gente remota” edificámos novos reinos, outras portugalidades.
Mas havia contrapartidas: O Rei era a garantia da nossa liberdade e independência como Povo, tal como já tinha sido para os nossos Avós. A Igreja estava connosco nas tarefas terrenas e assegurava-nos um cantinho na eternidade. O sonho mantinha-se e mantinha-nos.
Hoje, de que valem os sacrifícios? O que é que nos une? Em que é que acreditamos?

REPÚBLICA – O FIM DE UMA MENTALIDADE

Henrique Barrilaro Ruas

Durante a I República, os monárquicos queriam restaurar a Monarquia contra o Governo. Na II República, a maioria pretendia a Monarquia através do Governo. Nesta III República, a posição dos monárquicos, pelo menos a dos mais significativos, que são os que aparecem agrupados em instituições, em forças políticas, é completamente diferente: defendemos que a Monarquia deve ser restaurada, ou instaurada, quando, e da forma que o Povo Português quiser.
Mas a partir de 1974 foi visível, creio que cada vez mais visível, a degenerescência da República. Durante o consulado de Salazar ela mantivera-se com a estabilidade que todos conhecemos, e de certo modo lhe censurámos, que era uma estabilidade artificial, mas que lhe dava uma certa respeitabilidade. Depois do 25 de Abril voltou-se em grande parte à I República, à balbúrdia, não tão sanguinolenta, mas sem deixar de ter aspectos de violência – não podemos fechar os olhos ao que se passou no Ultramar. Mesmo na Metrópole, a existência de formas larvadas de violência, de ódios de classe, é qualquer coisa de muito forte, e a própria intriga palaciana dentro e fora dos partidos, à volta dos Governos, em torno dos Presidentes, constituem outros tantos argumentos a favor da monarquia. Quer dizer, a República está-se a afundar. É um espectáculo deprimente, degradante. É preciso encontrar uma forma de equilíbrio que só pode estar para além do próprio jogo das ideologias e do próprio jogo dos interesses em presença, quer económicos quer outros.
Contudo, penso que o facto das características desta III República serem muito diferentes não nos deve deixar esquecer que o principal para a Restauração da Monarquia é a reforma da mentalidade. Sem uma verdadeira e profunda reforma não faz sentido instaurar a Monarquia, pois as diversas reformas do Estado perdem-se, e hoje é muito fácil destruir num dia o que se construiu na véspera. Portanto, sem uma reforma profunda da atitude mental é muito pouco valiosa qualquer reforma estrutural.

In “Revista de Ideias – Portugueses” Fev./Mar 1989

sexta-feira, maio 20, 2005

A HISTÓRIA À NOSSA PROCURA

No 25 de Abril de 2005

Para quem como eu sempre se conheceu monárquico, o 25 de Abril de 74 foi apenas mais um episódio dilacerante da já longa guerra civil entre as Repúblicas que temos. À vez, vão-se sucedendo umas às outras com a vencedora de turno a reclamar para si a totalidade do Bem e da Verdade.Entretanto, na perspectiva da História e sem querer ofender as boas intenções ou os legítimos interesses, a realidade revela-nos um País menos independente e com menos futuro. As contas são boas de fazer: Anteontem estávamos à frente de algumas Nações Europeias; ontem ainda estávamos à frente da Grécia; hoje estamos atrás da Grécia!Neste nevoeiro de ideias em que vivemos apetece citar HENRIQUE BARRILARO RUAS: “ … apenas desejo que os Portugueses não tenham de sofrer muito mais desastres e desilusões antes de se convencerem, por um acto sereno de inteligência, que tudo quanto é autenticamente republicano tem lugar em monarquia”.

sexta-feira, maio 13, 2005

Porquê?

Interregno é onde me sinto. Exprimir isto numa espécie de diário, estou certo que não trará incómodo ao mundo. E a mim, pode-me fazer bem.
“A História à nossa procura”, variante dum célebre título de Ruben A., serve de lema ou contraponto.
Os Autores e textos que aqui publicarei, sê-lo-ão pela simples razão de que gostei de os ler. Como nunca estamos sós, outros também gostarão. Quanto ao mais? Veremos.