quarta-feira, maio 30, 2007

Vamos correr com Sócrates…

Mas porque será que não temos direito a uma agonia decente! Porque será que temos que sofrer com o permanente exibicionismo de um primeiro-ministro que gosta de fazer corridinhas no estrangeiro! Ainda por cima, para consumo interno, para mostrar a um país imbecilizado, que temos ali um político modernaço, atirado para a frente, aquilo que em gíria se resume num político às direitas!
Com enorme paciência, em nome da hospitalidade, os anfitriões de tão incómoda visita, lá vão fechando praças e artérias para que Sócrates possa correr à vontade. A propaganda do primeiro-ministro protesta e faz questão de anunciar que o nosso atleta está habituado a correr sem restrições! Patético.
Mas para que serve esta pantomima?! O que é que ele foi fazer à Rússia?!
Soubemos apenas que para não ser corrido, se apresentou de rastos perante Putin, e foi nesta desconfortável posição que elevou a voz para dizer que no diferendo com a União Europeia, a Rússia tem toda a razão!
Para isto manda-se um fax, poupa-se dinheiro, e evitam-se transtornos ao já de si complicado trânsito moscovita.

domingo, maio 27, 2007

Domingo blue navy

É aquele azul-escuro que a marinha usa, que fica bem a qualquer pessoa, mas vai a matar com calção branco e meia azul! O resto da vestimenta pode ser uma gabardina também azul, não vá dar-se o caso de chover. Se foi essa a tua escolha, estás finalmente pronto para ganhar ou perder. O emblema não tem problema! Embarcou em todas as naus, deu novos mundos ao mundo, vê-se à distância nas velas arredondadas pelo vento.
Adivinhas-te, é a Cruz! Da Ordem de Cristo, para ser mais preciso.
Verdade se diga, que também tem sido uma cruz para os adeptos! Que não desistem! Aí vão eles, outra vez em romaria, demandam agora o Jamor na secreta esperança de uma vitória que quebre a longa abstinência. Tão longa, que pode virar indigestão ou o regresso à velha condição. Rimas é comigo. Golos é com eles.
Previsões?!
Estou convencido que é hoje que a malta das naus vai afundar o Visconde de Alvalade.

quinta-feira, maio 24, 2007

Lisboa via marítima

Carmona, acho bem. Foi corrido pelos partidos depois de lhes fazer o serviço, depois de ganhar a Câmara para o PSD, e agora, por causa de uma guerrilha jurídico-partidária, toca a correr com o homem, acho mal. A Câmara está ingovernável diz a televisão! Pois está, enquanto lá estiverem os partidos não há Câmara que não seja ingovernável. As excepções devem-se aos autarcas que pelos seus méritos, e graças aos eleitores, conseguem pôr em sentido os partidos que os elegeram. Exemplo maior: O Jardim da Madeira. Vá lá, tenham calma, não se irritem, porque é verdade.
Mas isso agora não interessa, eu quero um presidente da Câmara de Lisboa tão arrojado como eu…no teclado:
Quero que Lisboa me deixe entrar e sair com facilidade, que não seja este muro afunilado com portagens! Quero sair de casa, estou na margem sul, quero descer até ao rio, deixar o carro em qualquer ponto, bem estacionado, atravessar de barco, sim, de barco, entrar pela ribeira de Alcântara, entretanto alagada, olhar as margens de um lado e do outro da inútil Avenida de Ceuta, revisitada pelo rio que subsiste nas suas entranhas, uma super Veneza, chegar até Sete Rios, tudo isto era água, e aportar finalmente no centro de Lisboa! Sem esforço, sem atrito, sem túneis!
Lisboa marítima, arqueada com pequenas pontes, grande atracção da Europa e do mundo, o reencontro com todas as vocações atlânticas, o golfo marinho a encher-se de vida, o rio abandonando o seu triste fado, transformado num delta sem cães nem crocodilos.
Esta é a cidade nova e antiga que nenhum candidato sonhou!
Gostaram da viagem? Se gostaram temos que nos apressar antes que eles fechem a nossa varanda com a habitual marquise. Antes que eles decidam alcatroar o Tejo!

terça-feira, maio 22, 2007

“Vai Acontecer”

No último número da revista ‘Magazine – Grande Informação’ podemos ler, na rubrica em título, um conjunto de previsões interessantes! Seleccionei duas delas, que com a devida vénia transcrevo:

Saiu Pais do Amaral com 307 milhões no bolso, entrou Pina Moura. A TVI começou nas mãos da igreja, e acabou nas mãos do PSOE. Quando os espanhóis mandarem em Portugal, o PSOE mandará no PS, e o senhor Pina Moura será pois o patrão do senhor Sócrates. No meio disto tudo há uma vantagem. Todos sabemos com que linhas nos cosemos. Está tudo claro.”

Na Turquia foram marcadas eleições legislativas antecipadas, lá para Julho.
Este país laico, tem um governo de maioria islâmica, com uma oposição laica apoiada nas casernas, nos jornais e nos tribunais. O governo quer alterar a constituição forçando a eleição presidencial por voto directo e universal, a oposição quer manter o sistema em vigor que prevê a eleição deste órgão de soberania via parlamento, mantendo assim intacta a sua última ‘coutada’.
Um interessante braço de ferro que a Europa terá de seguir muito atentamente.”

Eu também acho que pode acontecer…

segunda-feira, maio 21, 2007

Azia

Era hoje que eu precisava dos alkaseltzers, era hoje que eles deviam existir na mercearia mais próxima, mas não existem, esta azia vai ter que passar com o tempo, a frio, quem sabe escrevendo umas linhas a dizer mal de qualquer coisa! Uma especialidade da casa, segundo consta.
O que há-de ser?!
Sócrates não adianta, já tentei, não passa. O Costa não me alivia, antes pelo contrário. Lagartos e leões, nem pensar…fico pior. Sempre posso dizer mal de mim! Boa ideia. E de imediato surge a pergunta fatal: - Mas por que carga de água é que eu havia de ser do Belenenses?! É certo que nasci na Junqueira, ao pé das Salésias, mas já podia ter esquecido esse facto. O meu pai era do Belenenses, mas ele próprio dizia, que se tivesse que escolher outra vez, seria do …Real Madrid! Eu devia ter equacionado essa hipótese, poupando-me a muitos Domingos de desgosto. O melhor será repartir responsabilidades com os antepassados: de onde virá esta tendência para o erro?!
Amanhã, mais sereno, já recomposto, talvez comece a sonhar com uma vitória no Jamor!
Saudações azuis.

sábado, maio 19, 2007

Os ossos do Fundador

“O mito é o nada que é tudo. O mesmo sol que abre os céus, é um mito brilhante e mudo – o corpo morto de Deus, vivo e desnudo. Este, que aqui aportou, foi por não ser existindo. Sem existir nos bastou. Por não ter vindo foi vindo e nos criou…”!

Fui buscar este passo da Mensagem que Fernando Pessoa dedica a Ulisses, para ilustrar o meu pensamento acerca do recorrente interesse pelos restos mortais de Afonso Henriques.
Nada tenho contra a ciência, compreendo até a infantil confusão com a divindade, mas não suporto este permanente devassar do sagrado, a falta de respeito pelos mortos, o insulto à inteligência, prometendo o mistério da vida na última descoberta de um tubo de ensaio!
Esta polémica sobre o túmulo do primeiro Rei de Portugal é um bom exemplo de interregno, da desconfiança que se instalou entre nós, do divisionismo crescente que já não poupa sequer o Fundador da nacionalidade!
Que osteoporose se pretende afinal descobrir, que já não tenha sido descoberta noutros contemporâneos?! Passaremos a exibir pelos salões os nossos retratos fúnebres e terminais?! Estamos a falar de cadáveres ou de pessoas que morreram?!
Diz-se que Dom Sebastião, em vésperas de partida para o norte de África, terá mandado abrir o túmulo de Afonso Henriques de lá retirando a espada ancestral, que levou consigo e consigo desapareceu na tarde funesta de Alcácer Kibir.
Se assim foi, fica-me a consolação e a certeza que o motivo invocado pelo infeliz Rei para abrir aquele túmulo, que é o berço onde continuamos a nascer, terá merecido, e ainda merece, a aprovação de todos os portugueses.

quinta-feira, maio 17, 2007

Salta-pocinhas

Espécime lusitano, nasce, cresce e vive nos partidos, polivalente, saltita de poleiro em poleiro, percorre o país, percorre a função pública, esvoaça entre a Europa e o mundo, mas agarrado que está ao orçamento, volta sempre ao ninho.
Este interminável carrossel desfila quase diariamente perante os olhos deslumbrados dos eleitores, que bem tentam fixá-los aos lugares, mas em vão! À mínima oportunidade, escapam-se, obedecem a impulsos irresistíveis, sedentos de servir, nada e ninguém os segura!
O estudo das suas migrações é um capítulo à parte da ciência política e do pouco que se sabe, apenas sabemos das suas preferências por determinados percursos e poleiros: a Câmara de Lisboa, o Palácio de Belém e Bruxelas estão entre os lugares eleitos para nidificação.
Atento ao fenómeno, alarmado com a proliferação da espécie, o interregno sugere algumas medidas profilácticas para combater a praga:
- A terceira república deveria recensear estes salta-pocinhas, não é difícil porque são sempre os mesmos, e a partir daí poderia estabelecer uma escala de serviço, rotativa, de forma a satisfazer, simultaneamente, as necessidades dos partidos e o apetite voraz destes irrequietos passarinhos.
Poupava-se no orçamento e poupavam-se muitos incómodos aos eleitores.
A bem da nação…

segunda-feira, maio 14, 2007

Votos inúteis

Quando me lembro da decadência, olho para mim e penso no meu país! Mas logo a seguir penso na França, e concluo que a expressão decadência tem ali o seu sinónimo e paradigma.
É fácil definir a decadência, é um sentimento de perca, é também um facto que se pode medir, no caso francês, através de um índice insofismável – a língua francesa foi veículo universal de cultura até há bem pouco tempo, e hoje já não é.
Só reparamos que já não é, de repente, mas o declínio começou há muito tempo. Atrevo-me a situar uma data que por certo provocará ira e controvérsia – a tomada da Bastilha, marco de uma luta fratricida que a França celebra como seu dia nacional, o que não deixa de ser um paradoxo.
Estas considerações vêm a propósito das recentes eleições francesas ganhas por Sarkozy como poderiam ter sido ganhas por Ségolene, não foi isso que me impressionou! O que me chamou a atenção foram dois pequenos nadas que contrariam a versão oficial do acontecimento:
Assim, onde os analistas viram sinais de esperança pela enorme participação popular, eu vi desespero! A última ilusão para quem ainda não percebeu que o sufrágio não é um fim em si mesmo, mas apenas um meio para atingir um fim, que nenhum dos candidatos estava em condições de garantir. Apesar disso, os franceses entregaram-se ao sufrágio como um condenado aceita a sua pena. Votaram como se vota no terceiro mundo, em massa, mecanicamente, sabendo de antemão que a sua vida não mudará um milímetro.
Outro pormenor confrangedor foram os cânticos na rua onde os apoiantes de Ségolene celebravam o revés eleitoral! Lembrei-me imediatamente de idêntico procedimento junto à praça do Marquez de Pombal, com os portugueses a festejarem a derrota contra a Grécia no europeu de futebol!
Este tipo de procedimento não é normal, nem representa o chamado bom perder, basta pensarmos nos tumultos e nos carros incendiados nos arredores de Paris pelos partidários de Ségolene, logo que foram conhecidos os resultados eleitorais. Em minha opinião nada disto tem a ver com as escolhas que a democracia promete, revela apenas orfandade política! Aqueles adeptos, iguais aos outros que festejavam a vitória de Sarkozy, não votaram em partidos políticos, estão filiados em clubes afectivos e agem em conformidade. Órfãos de pai, agarraram-se às saias de Ségolene como no campo oposto se agarram à segurança que o padrasto hungaro pode significar. Irremediávelmente divididos, cada francês busca em vão o seu Bonaparte, que até pode ser uma mulher!
Enquanto isto, os donos dos clubes alimentam-se e divertem-se!

sábado, maio 12, 2007

Há petróleo na Câmara

O desassossego é total, os partidos estão em polvorosa, as pessoas não dormem, largam tudo e dirigem-se para a Câmara de Lisboa, febris, mecanicamente, fazem lembrar a corrida ao ouro no velho oeste americano.
Este esforço cívico que mistura em partes iguais, ambição, calculismo, descaramento, e outras virtudes que ‘por pudor terei vergonha de confessar seja a quem for’, não recua perante nada, e muito menos se atemoriza com a apregoada falência camarária. Pelo contrário, o espírito de cidadania redobra, e vem ao de cima, como a gordura de uma mancha de petróleo!
Por causa dela, da Câmara bem entendido, soube-se que uma arquitecta bastonária, convicta em várias frentes partidárias, está disposta aos maiores sacrifícios – rasgou um dos seus cartões militantes, abandona o bastão, oferece-se à cidade!
O Governo não lhe fica atrás e promete desfazer-se… por causa dela! O seu número dois, a pedra mais brilhante do diadema socialista, ameaça avançar sobre a Câmara. Afinal, nenhum governo é mais importante do que este lugar almejado!
No meio do frenesim, os munícipes lisboetas devem interrogar-se sobre o sentido e o valor do seu voto!.. E a pergunta inevitável há-de surgir um dia – mas se a Câmara é assim tão importante para os partidos políticos, porque não incluir a Câmara de Lisboa como troféu nas legislativas?!
Talvez fosse melhor para a cidade.

sexta-feira, maio 11, 2007

Assaltos na segunda circular

Em dias sucessivos alguns jornais não desportivos têm dado conta que a Câmara Municipal de Lisboa foi assaltada, num lado e no outro da segunda circular. As notícias ainda são nebulosas mas tudo indica que a EPUL, empresa de obras camarárias terá desembolsado perto de 10 milhões de euros a favor do Benfica, como adiantamento de futuros negócios que o Benfica venha a realizar no futuro!!! Tem a ver com terrenos que a mesma Câmara deu ao clube da Luz, e para este urbanizar no Vale de Santo António.
Outro assalto às finanças da Câmara, e com as mesmas características do anterior, ocorreu no lado oposto da perigosa circular, mais precisamente em Alvalade, tendo o clube leonino arrecadado à conta de negócios a perder de vista, uma importância semelhante, e estamos novamente a falar de 10 milhões de euros!
As investigações a estes assaltos decorrem e já existem pistas que levam a outros rombos nas finanças da conturbada autarquia, na mesma zona, e a favor dos suspeitos do costume.
Uma particularidade curiosa rodeia este tipo de operações…financeiras – os presidentes dos clubes beneficiados são normalmente apanhados de surpresa, desconhecem!
Saudações desportivas.

terça-feira, maio 08, 2007

O golpe do centenário

De vez em quando dá-me para desconfiar, sonho com conspirações, visiono o relampejar das armas traiçoeiras, mas passado algum tempo… passa-me! Por isso já me devia ter passado esta ideia que se me alojou no cérebro e não consigo evitar.
O que se passa, perguntam amigos, vendo-me meditabundo?!
Eu nada respondo, vocifero sem razão, frases soltas, a única coisa que se percebe é a palavra ‘centenário’!
Está descansado que chegas lá, animam-me.
E volto à mesma – ninguém me tira da cabeça que querem a cabeça do Carmona para meterem lá um maçon legítimo por causa das celebrações do centenário! Até que enfim que consegui dizer tudo de seguida!
O quê, não me digas?! Recuam à minha frente incrédulos e crédulos!
Não se lembram da golpada para afastar o Santana?! É do mesmo estilo. Não existe nada de concreto, na altura inventou-se uma palavra – trapalhada – juntam-se pequenas coisas, laterais, também inconcretas, cria-se o clima propício a um desenlace inevitável, e pronto…está feito o trabalhinho. Os partidos de Abril comandam, a comunicação social apoia, eis a verdadeira aliança primaveril!
Mas na Câmara o homem não tem condições, replica um dos que vê televisão todos os dias?! E adianta a palavra-chave – aquilo está ingovernável!
Mas condições de quê, implico eu?! Por ter sido constituído arguido (praticamente a pedido) num processo que todos sabemos que vai dar em nada! Ou é a crise financeira da Câmara que agora serve, mas nunca serviu para deitar abaixo nenhum executivo camarário?!
Conversa fiada, destinada a reviver a cena na varanda do município, a revolução lisboeta que foi comunicada ao resto do país por telégrafo; os trezentos na rotunda e uns milhares de adesivos a descerem a Avenida; a festa rija dos herdeiros dos regicidas; os crimes, a divisão, a crise, o terror; hoje por ser feriado não há revolução em Portugal; o desastre da Flandres, os quarenta governos em dois anos… e os quarenta anos de ditadura; o golpe de Abril por um triz…e os cravos que murcharam em Abril; a descolonização exemplar; o fantasma de Timor; a redução de fronteiras aos limites da primeira dinastia; a região tributária de Bruxelas…e Madrid; a cauda da Europa; a independência a fugir...; a legalização entusiástica de tristes realidades sociais, em nome de um falso progresso e de uma falsa liberdade; mas sobretudo o tremendo divisionismo, que não me irmana com ninguém, que não mobiliza ninguém, veneno que destrói os alicerces da Pátria…que já não há…
É isto que vais celebrar? É isto que queres comemorar? Em comunhão com a Maçonaria?!
Imagino o cortejo histórico – Afonso Henriques de corda ao pescoço, à frente! Atrás dele, o Condado Portucalense que resta, todos nós de corda ao pescoço, arrastando as correntes da dependência, sem darmos por isso, e eventualmente felizes!
Quem perdeu a memória, ou quem nunca a teve, merece sempre o seu destino – a espinha dobrada ao serviço dos poderosos…porque são poderosos. A troco de uns lugares na Europa!
Viva o centenário!

sexta-feira, maio 04, 2007

Poder local

A primeira pergunta é recorrente neste interregno recorrente:
O que fazem os partidos políticos no poder local?
A partir desta dúvida, sucedem-se as dúvidas:
Em que se distingue um esgoto socialista de um outro esgoto inspirado pelos centristas!
E a incontornável rotunda será mais rotunda ou melhor rotunda se assentar nos alicerces de uma maioria social-democrata?!
E que valor acrescentado trazem os comunistas quando se trata de satisfazer as aspirações do clube local!
Perguntas sem resposta porque os partidos deveriam esgotar-se na representação das diversas sensibilidades políticas que coexistem na comunidade considerada como um todo, deixando o poder local às pessoas com rosto que em cada eleição merecem a confiança das respectivas populações. Por essa razão não coincidem, e poderiam coincidir, as eleições para a Assembleia da República e as eleições para as Autarquias.
Costuma dizer-se que mais vale tarde do que nunca, e assim, nas próximas eleições autárquicas já poderão concorrer candidatos independentes sem a obrigatoriedade da bengala partidária. Estou convencido que os imbróglios nas câmaras e freguesias continuarão a existir, mas também estou certo que irão sofrer uma redução significativa.
E se a nova lei conseguir retirar o poder local do centro do combate político que todos os dias se trava entre os partidos com assento parlamentar…já será um ganho importante!

quinta-feira, maio 03, 2007

A crise de encomenda

É uma espécie de conto do vigário à moda da casa, prato especial desta partidocrise permanente que nos entretêm entre o telejornal e a telenovela. Vejamos como se fabrica e quando se fabrica a crise:
Fabrica-se a crise quando é preciso mudar alguém de poiso, alguém que foi parar ao poiso errado, por ter ganho umas eleições que não devia ter ganho. E a situação engravida porque o poiso é nosso e dá acesso quase directo a Belém! Parece confuso?! Mas não é!
Um exemplo: Carmona Rodrigues está num poiso que não lhe pertence e por isso tem que ser arredado de qualquer maneira. Além disso, é independente, não é dos nossos, e se a coisa lhe corre bem, corremos o risco do homem se candidatar a Belém. E rima, o que torna as coisas ainda mais perigosas! Já bem basta o acesso via primeiro-ministro que não conseguimos controlar totalmente.
Vamos agora ver como se fabrica a crise: de início põe-se a crise de molho, como o bacalhau, entretanto vai-se mudando a àgua com a preciosa ajuda da comunicação social amiga, e na primeira oportunidade, entregamos a crise aos cuidados do sistema político-judicial português! Este por sua vez já encontrou uma resposta adequada à situação – basta constituir o ‘inimigo a abater’ na qualidade de arguido, porque a seguir, o indispensável partido, obrigado pela 'jurisprudência' em vigor, há-de obrigá-lo a resignar. Convocam-se então eleições intercalares para que os nossos, aproveitando a confusão e o descrédito que a situação de arguido sempre provoca, possam enfim ganhar as eleições …e o poiso.
Como se vê, a crise compensa.

terça-feira, maio 01, 2007

Ota - as perguntas incómodas

NOVO AEROPORTO
Diligências efectuadas sobre este assunto, pelo Arq. Luís Gonçalves, junto do ministro das Obras Públicas.
Porque as dúvidas e os argumentos ali expostos, são de manifesto interesse público, passo a divulgar o referido documento:
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Ex.mo Senhor Ministro das Obras Públicas, Transportes e
Comunicações
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No passado mês de Maio, enviei uma mensagem electrónica a V. Ex.cia e uma outra a S. Ex.cia o Primeiro-ministro, solicitando um esclarecimento ao processo de decisão da localização do Novo Aeroporto de Lisboa.
Passado pouco mais de um mês, recebi de ambas as partes ofícios informando-me que teria sido dada a devida atenção à minha mensagem e que as minhas considerações estariam a ser objecto de análise.
No entanto, não tendo desde então recebido qualquer esclarecimento, prossegui a análise dos vários estudos e documentos disponibilizados pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (ou por entidades por ele tuteladas), referentes aos processos do Novo Aeroporto de Lisboa e da Rede Ferroviária de Alta Velocidade, verificando a existência de algumas questões para as quais continuei a não encontrar resposta.
No dia 17 de Novembro, enviei um novo pedido de esclarecimento do qual voltei a não obter qualquer resposta.
Nesse sentido, venho novamente por este meio, como cidadão e contribuinte, solicitar a V. Ex.cia que providencie as respostas às seguintes questões, as quais me parecem legítimas e pertinentes:
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Antecipadamente grato pela disponibilidade de V. Ex.cia para responder a estas 21 questões, subscrevo-me com os meus melhores cumprimentos,
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Luís Maria Gonçalves, arqº
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PS: transcrição de um e.mail recebido.