domingo, dezembro 24, 2017

Postal de Boas Festas

Aos heróicos resistentes que visitam esta página o Interregno deseja um Bom Natal e um próspero Ano Novo. Perdido na imensidão mediática o que aqui se escreve pouco diz aos portugueses, no entanto a história é fértil em surpresas. A regra do pêndulo costuma cumprir-se enquanto o seu eixo não se partir. A Europa vai formosa e não segura e as divisões já tomam conta dela. E começam os castigos, não por causa do défice mas por causa da política. Fartos de esquerdismo e de esquerdistas os países do leste europeu não se hão-de conformar com as directrizes burocráticas de Bruxelas. O federalismo baseado apenas nos fundos europeus será a última estocada na união. Só as quadrilhas de malfeitores é que se unem à volta do dinheiro. Portugal como é seu timbre pretende passar entre os pingos da chuva mas haverá um momento em que terá de se definir! E aí é que vão ser elas! Não sei se o Interregno vai durar tanto tempo. Mas isso pouco interessa.


Saudações monárquicas

sexta-feira, dezembro 22, 2017

A Catalunha

Vi na televisão espanhola a comunicação que Mariano Rajoy fez hoje no Palácio da Moncloa a propósito das eleições da Catalunha. Assisti também à conferência de imprensa que se seguiu e assim fiquei elucidado sobre o acto eleitoral de ontem. Este objectivo, aparentemente tão simples, tornou-se impossível de alcançar através do visionamento da televisão portuguesa ainda que estivessem mobilizados para o efeito todos os canais noticiosos de que dispomos!

Portanto, e para memória futura, convém fixar que quem venceu as eleições foi um partido constitucionalista (Ciudadanos) o que acontece pela primeira vez na vigência da actual constituição espanhola! Pois bem e apesar deste facto relevante os imensos especialistas que temos sobre a Catalunha garantiam a pés juntos que os independentistas tinham ganho e que Rajoy deveria convocar eleições gerais porque o PP catalão havia ficado em último lugar! É a democracia portuguesa a funcionar, sempre à procura de uma geringonça que impeça o partido mais votado de governar. Quanto à confusão entre eleições regionais e nacionais até se compreende num país que já foi grande mas que em poucos anos se tornou numa pequena região peninsular.


Saudações monárquicas


Nota básica: Este momento particularmente difícil que a Europa atravessa, e com ela as nações peninsulares, tem sobretudo a ver com os graves problemas de identidade que herdámos e vamos cultivando, muitas vezes sem darmos por isso. Desde a tatuagem cavernícula, à preferência por um dialecto local (em prejuízo de um idioma universal, que no caso da Catalunha, milhões de catalães também ajudaram a difundir), passando pela negação dos pilares fundadores (Deus, Pátria, Rei), tudo se resume a uma pergunta – em que lugar escuso e em que hora obscura perdemos o nosso bilhete de identidade?!

sexta-feira, dezembro 15, 2017

A raiz do problema

"O que determina a qualidade do Estado que temos, é a classe política. E quem determina a classe política que temos, NÃO é o eleitorado - e esse é que é o problema.

O que determina a classe política que temos, é o sistema eleitoral.

A raiz do problema é este sistema eleitoral de "listas fechadas e bloqueadas", sem voto nominal, que está a matar a democracia portuguesa. Por causa deste sistema, votamos em listas cuja ordem já foi decidida... pelos próprios políticos! Na prática, elegem-se a si próprios e não é possível desalojá-los do parlamento pela via do voto.

Somos "governados" por gente filtrada por um punhado de partidos que são autênticas madrassas de falta de ética, como já tem sido documentado em múltiplas reportagens e livros.
Porém, os cidadãos estão impedidos de lhes fazer concorrência, pois não podem candidatar-se a lugares de deputado. Nem sequer podem escolher em quem estão a votar para os representar no parlamento, quando isso é prática habitual na maior parte dos Países europeus.

É por esta razão que a classe política é tão má. Porque pode."

Com a devida vénia seleccionei este comentário assinado por Jorge Tavares no Observador que explica bem a promiscuidade (incorrigível) da república.

quinta-feira, dezembro 14, 2017

Terceira república - um regime demasiado familiar!

As cenas repetem-se, um secretário de estado é obrigado a demitir-se por excesso de familiaridade com uma instituição privada que era suposto tutelar. A república não se atrapalha e substitui o homem por uma senhora Zorrinho cujo apelido também nos é familiar. O governo é o que se sabe - somos governados por casais, quando não pela família inteira. Quanto à assembleia da república as suas parecenças com a Câmara dos Lordes são cada vez mais evidentes! Há no entanto uma diferença essencial, a saber: - os nossos lordes não têm fortuna própria e são um peso para o estado! É nestas ocasiões que se percebem as vantagens da monarquia. Ali só sustentamos uma família! O que é bem melhor do que estar condenado a sustentar toda uma nomenclatura mais os seus rebentos.

Saudações monárquicas

terça-feira, dezembro 12, 2017

A verdade que escondemos...

Por hábito e costume gosto de ler algumas crónicas no jornal Observador, nomeadamente as que Rui Ramos assina. Às vezes comento, quase sempre de forma elogiosa, mas sobre esta última resolvi deixar aqui o meu comentário para memória futura. 

A crónica em apreço versa sobre a tentativa de destruição da Auto Europa por parte do Partido Comunista Português. É um artigo desassombrado e nele se procura dar uma explicação sobre a sobrevivência em nós de um partido ultrapassado e que tanto mal tem feito aos portugueses. A explicação oscila entre a inveja, inerente a um povo que se fez pequeno, e a perversidade intrínseca de uma ideologia enganadora. Não interessa agora concluir se nos tornámos invejosos, ou se nos tornámos estúpidos, pois esta é uma querela da  qual não se sai em boas condições. A meu ver a questão deve  ser endereçada às (pseudo) elites que temos e sustentamos, pois são essas mesmas elites que continuam a achar natural, e um sinal de progresso, manter em 2017 um Partido Comunista com a expressão eleitoral que ainda tem e com o protagonismo que não devia ter! E não me venham com a conversa de que a culpa é do povo. Bastava que o Marcelo, entre duas selfies, tivesse a coragem de apontar esta aberração como causa maior do nosso atraso, e toda a gente ficava logo a perceber o filme. O problema é a coragem ou a falta dela. 
Bem, há sempre a hipótese do Marcelo achar que estamos em plena fase de convergência, se não mesmo, a ultrapassar a Europa pela esquerda!


Saudações monárquicas

sábado, dezembro 09, 2017

Uma jogada de snooker!

A bola de saída do snooker é como sabem uma bola de alto risco mas inevitável. O jogador perante a situação de impasse inicial dispara a bola branca contra as encarnadas e depois logo se vê. Trump ter-se-á inspirado neste jogo para dar um passo em frente e colocar todos os outros jogadores perante o seu próprio destino! E pelas reacções ficámos a saber quem ficou verdadeiramente incomodado. A esquerda (em geral) foi a primeira a condenar Trump e antecipando-se aos próprios palestinianos proclamou logo a intifada! Isso é compreensível pois terá visto no gesto do presidente americano dois perigosos precedentes: - cumprir as promessas eleitorais coisa que a esquerda não leva a sério e por outro lado clarificar a questão do Médio Oriente obrigando os vários actores a definirem-se. E definição, clareza, são estados de espírito avessos ao relativismo dominante. E o relativismo é a ideologia de todos os oportunistas.

E assim, sem fazer futurologia direi que a história reencontrará os seus caminhos, com a Turquia a alcandorar-se à liderança do Islão (lembram-se de Saladino!) e com os Persas a serem acossados pelos seus inimigos de sempre. Ao contrário do que se poderia pensar o estado de Israel vai ficar mais isolado e com mais responsabilidades. E responsabilidades é coisa que neste mundo ninguém quer. Vidé Pilatos!



Saudações monárquicas

segunda-feira, dezembro 04, 2017

O funcionalismo no sangue!

Dois séculos sempre a perder, mais o que a história nos ensina e a geografia não desmente, deixaram-nos poucas opções em termos de emprego doméstico – ou servir no estado ou emigrar. O socialismo na cabeça fez o resto – um estado cada vez maior, que é pai, mãe, tio e padrinho e só não é Deus por causa da lei da separação.

Entretanto e com o advento da burocracia europeia abriram-se novas oportunidades de emprego, emprego bem remunerado, mas sem praia. E citamos de memória alguns casos que pela sua relevância vieram demonstrar que os portugueses são óptimos funcionários! Servem para tudo, e fazem todos os serviços. Por exemplo Durão Barroso e Portas serviram cafés e águas do castelo até altas horas da noite enquanto americanos, ingleses e espanhóis combinavam a invasão do Iraque. Isto aconteceu nos Açores e com os resultados que se conhecem.
Guterres, o homem do pântano, arranjou um emprego de grande visibilidade num campo de refugiados que a ONU mantem em Nova Iorque. Há menos refugiados?! Há mais refugiados?! Se calhar só há mais um…

E chegou agora a vez de Centeno conseguir alcançar um emprego de enorme responsabilidade na Europa! Nem mais nem menos que presidente do Eurogrupo! Para tanto, dizem, basta-lhe vencer uma eleição cujo principal adversário é um eslovaco temível. Deus queira que corra tudo bem porque eu nem aguento com tanto nervosismo.



Saudações monárquicas