sexta-feira, dezembro 22, 2017

A Catalunha

Vi na televisão espanhola a comunicação que Mariano Rajoy fez hoje no Palácio da Moncloa a propósito das eleições da Catalunha. Assisti também à conferência de imprensa que se seguiu e assim fiquei elucidado sobre o acto eleitoral de ontem. Este objectivo, aparentemente tão simples, tornou-se impossível de alcançar através do visionamento da televisão portuguesa ainda que estivessem mobilizados para o efeito todos os canais noticiosos de que dispomos!

Portanto, e para memória futura, convém fixar que quem venceu as eleições foi um partido constitucionalista (Ciudadanos) o que acontece pela primeira vez na vigência da actual constituição espanhola! Pois bem e apesar deste facto relevante os imensos especialistas que temos sobre a Catalunha garantiam a pés juntos que os independentistas tinham ganho e que Rajoy deveria convocar eleições gerais porque o PP catalão havia ficado em último lugar! É a democracia portuguesa a funcionar, sempre à procura de uma geringonça que impeça o partido mais votado de governar. Quanto à confusão entre eleições regionais e nacionais até se compreende num país que já foi grande mas que em poucos anos se tornou numa pequena região peninsular.


Saudações monárquicas


Nota básica: Este momento particularmente difícil que a Europa atravessa, e com ela as nações peninsulares, tem sobretudo a ver com os graves problemas de identidade que herdámos e vamos cultivando, muitas vezes sem darmos por isso. Desde a tatuagem cavernícula, à preferência por um dialecto local (em prejuízo de um idioma universal, que no caso da Catalunha, milhões de catalães também ajudaram a difundir), passando pela negação dos pilares fundadores (Deus, Pátria, Rei), tudo se resume a uma pergunta – em que lugar escuso e em que hora obscura perdemos o nosso bilhete de identidade?!

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