terça-feira, maio 31, 2016

O peditório de Marcelo!

Costuma dizer-se – ‘não dou para esse peditório’ – mas em Portugal não é possível dizer isso, porque o peditório é constante, a curvatura da espinha já é um traço anatómico, que se transmite, e assim a figurinha de Marcelo a pedir qualquer coisa à senhora Merkl, é um gesto comum para os portugueses e que o comum dos portugueses aprecia!

No jogo do cravo e da ferradura, desta vez Marcelo intercede pelo anterior governo e retira uma arma de arremesso ao actual. Afinal depois de tanto esforço e de tanto corte, sofrer agora sanções por défice excessivo, seria, na óptica de Marcelo, um procedimento injusto por parte de Bruxelas. Mas não é. Bruxelas já nos vai conhecendo. Não somos gregos mas andamos lá perto. Já perceberam que se não houver sanções o próximo défice também será excessivo, e assim sucessivamente.

Porque o país é pobre?! Não, porque o país não quer fazer as reformas que precisa de fazer, porque é mentiroso e empurra com a barriga, para amanhã, a solução dos problemas que devia resolver hoje! E faz isso porquê?! Porque a república e a sua nomenclatura, que inclui Marcelo, não querem perder eleições. Querem manter-se no poder custe o que custar. E custa muito.


Saudações monárquicas

quinta-feira, maio 26, 2016

Entre as brumas da memória!

Podia começar a crónica deste feriado pelo próprio feriado – dia do Corpo de Deus, data volante que a Igreja Católica celebra 60 dias depois da Páscoa. Uma afirmação de fé na Eucaristia. A seguir podia falar-vos na construção de mais uma mesquita em Lisboa, desta vez na Mouraria, iniciativa da Câmara Municipal. Não fica claro se o projecto é para requalificar a cidade, transformando-a num museu, ou se pretende requalificar a religião indígena! E finalmente devia falar-vos do Belenenses! Porque foi hoje reinaugurado o Campo das Salésias, primeiro relvado de Portugal, onde os homens da Cruz de Cristo escreveram as páginas mais brilhantes da sua história! Lembranças relacionadas: - Há setenta anos ganharam o seu primeiro e único campeonato nacional! Dez anos depois perderam-no também ali, de forma inglória. Nasci em 1945, não posso recordar-me do acontecimento mais feliz. Do outro, lembro-me vagamente. Era o último jogo, defrontávamos o Sporting e precisávamos de ganhar para ficar a salvo de qualquer surpresa. Marcámos primeiro, mas um golo do sportinguista Martins estragou a festa. O empate não servia. O Benfica com o mesmo número de pontos, mas vantagem no confronto entre ambos, sagrou-se campeão. E nas brumas da memória ficou a primeira página do jornal ‘A Bola’: – uma caricatura com uma águia a roubar qualquer coisa a um pretinho chamado Matateu! Desde aí…



Saudações azuis  

terça-feira, maio 24, 2016

Um jogo inglório...

Como no jogo da glória regresso à casa de partida e a vontade de lançar os dados outra vez não é nenhuma. Não faço balanços, acho detestável, mas posso constatar que o interesse pela monarquia, pedra angular deste espaço, é cada vez menor. Ficaria satisfeito se o defeito fosse dos meus escritos, mas a explicação é mais vasta e mais profunda. Metidas no funil da dependência europeia as novas gerações não falam de política. Falam do dinheiro que pode ou não vir da política! As questões relacionadas com o regime, com a constituição, são hábilmente evitadas. E só contam se por acaso obstruírem algum negócio europeu! Nós, portugueses, parece que nunca existimos! E ao que tudo indica estamos contentes com aquilo que somos e temos, e sendo assim, não vale a pena arriscar, mexer uma palha que possa estragar o actual arranjinho! Mas esta atitude é perigosa. A Europa pode mudar de um dia para o outro, há sinais disso, e uma dependência extrema da união pode ser fatal. Não se trata de não ter plano B, mas tão só de não ter plano nenhum! Nesse contexto, a arenga dos actuais partidos, por ser exclusivamente reivindicativa, não abre horizontes. Acresce que nenhuma instituição, desde a assembleia aos tribunais, passando pelo presidente da república, detém o prestigio suficiente para unir e mobilizar os portugueses numa circunstância que seria sem dúvida dramática. E os velhos demónios poderão soltar-se de novo.


Saudações monárquicas

segunda-feira, maio 23, 2016

Os paraísos da corrupção!

Estão identificados no mapa, todos os vigaristas os conhecem, são uma espécie de países, onde a liberdade é uma palavra usada e gasta, são normalmente repúblicas, dominadas com toda a normalidade por poderosas maçonarias, produzem imensa legislação, a maior parte desnecessária e confusa, e há sempre uma escapatória, uma nulidade, um meio de prova que não é permitido, uma escuta que tem que ser destruída, uma prescrição a calhar! Estes paraísos têm sobretudo pouquíssima vontade de alterar no essencial seja o que for, quer a moldura legal, quer os meios de prova, no sentido de tornar mais eficaz o combate à corrupção. Pelo contrário, a cada sinal de alarme, a lei substantiva torna-se mais feroz mas a prova torna-se mais difícil! Um paradoxo que os vigaristas agradecem.

Não faço tenção de viajar para nenhum destes paraísos e bem vistas as coisas talvez nem precise! Porque a ser verdade que as instituições que regem o futebol nacional em lugar de estarem na linha frente a lutar pela verdade desportiva, parece que se limitam a reenviar para ‘as autoridades competentes’ as denúncias que lhes chegam! Está tudo dito! Então perante indícios tão fortes de que a casa está toda a arder apenas interessa reportar que alguém viu um bocadinho de fumo a sair de um dos quartos?! Ou andamos todos distraídos?! Se isto é assim na segunda Liga e apenas nalguns jogos que por acaso foram apanhados numa escuta, quem nos garante que não está tudo contaminado?! Uma coisa é certa temos um ex-primeiro ministro arguido de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, temos todos os dias casos de corrupção nos noticiários, temos bancos a arruinarem-se num mar de lama, e no futebol temos apenas uns joguinhos combinados na segunda Liga?! Não brinquem connosco.



Saudações desportivas

quinta-feira, maio 19, 2016

Passos, sim ou sopas!

Citei Passos Coelho no último postal e só o facto de me referir a ele já é um elogio para o próprio. Não é vaidade minha, não senhor, é o deserto político que habitamos. A gente procura um candidato da direita e não se encontra em lado nenhum! Assunção Cristas sofre da doença das portas e ainda está no recobro. Resta Passos Coelho que tem um problema: - quer ser social-democrata!

No entanto, Passos não se pode esquecer que a sua base eleitoral de apoio não é social-democrata, é da direita, e sendo assim não compreende o seu voto ao lado do Bloco, e ainda por cima em coisas esquisitas! Vejam lá o eufemismo:- ‘gestação de substituição’ porque barrigas de aluguer é feio! Para votar nisto o PSD não precisa de Passos Coelho para nada. Tem lá gente de sobra, incluindo a coelhinha de serviço.

Por isso a pergunta fundamental é a seguinte: - Passos, tu és de esquerda ou de direita?! Se és de esquerda não andes a enganar a direita. Se és de direita não andes a enganar a esquerda. A social-democracia em Portugal não existe, é uma capa, um esconderijo, e tanto assim é que no parlamento europeu o PSD está sentado na bancada do PPE! Sejamos claros!

Portanto o conselho está dado, evita as causas fracturantes, que são sempre de esquerda, o país está feito em cacos, e só se mobiliza para o futebol, o que convenhamos, é curto. Ao contrário da maioria dos teus pares, tens qualidades de estadista, não as desperdices. Sai desse partido ou então sai de cena.



Saudações monárquicas

quarta-feira, maio 18, 2016

O que é que eles têm que nós não temos!

Amanhã os jornais hão-de abrir com a noticia: - o Sevilha ganhou a Liga Europa pela terceira vez consecutiva. Daqui a uns dias defrontam-se Real e Atlético de Madrid para definirem o vencedor da Liga dos campeões. Um domínio total. Mas não é só no futebol que os espanhóis dão cartas. É em todas as modalidades desportivas! Porque será?! O que aconteceu entretanto?! O que posso garantir é que há quarenta anos a Espanha, tirando o futebol ao nível de (dois ou três) clubes, não era, nem de perto nem de longe, a potência desportiva que actualmente é! Digamos que se equiparava ao Portugal de hoje e ao dizer isto, digo tudo sobre a trajectória de ambos os países.

Assim, seguindo caminhos semelhantes, (democracia, união europeia, moeda única, etc.) a verdade é que optaram por regimes diferentes. A Espanha, que nunca fechou a porta à monarquia, restaurou-a plenamente, enquanto Portugal insistiu e insiste na república, um regime que em cem anos de vigência nunca conseguiu retirar o país da 'apagada e vil tristeza'! E o pior é que não se vislumbram melhores perspectivas! Somos um beco sem saída.

Saudações monárquicas

segunda-feira, maio 16, 2016

O que está a dar…

Num relance pelas notícias, evitando tropeçar na obsessão verde rubra, o que é quase impossível, ainda assim conseguimos observar alguns fenómenos curiosos no planeta azul! Uma das curiosidades é o comportamento esquizofrénico da esquerda ’all over the world’! Anda desesperada e sente o tempo a fugir-lhe!

Apoia a Dilma e o Lula em qualquer circunstãncia. Seja na corrupção, seja no desvio de dinheiros públicos, lavagens, tudo a que têm direito! No caso dos festivais de música apoiam qualquer canção que fale de tártaros ou de tartes desde que seja contra o Putin!
Quanto ao maduro do Maduro, nem vale a pena falar, vale tudo!

Na política caseira, a esquerda está momentaneamente proibida de dizer mal dos credores, e sendo assim, ocupa-se de sexo e barrigas de aluguer! E arranjou um bom aliado na ‘direita ‘da esquerda – o PSD. Que é como sabemos um partido camaleónico, que muda de apelido consoante as necessidades, e foi sempre uma barriga de aluguer em termos ideológicos. Em tempos até deu à luz um secretário-geral comunista!
No outro dia votou alegremente as barrigas de aluguer juntamente com o Bloco. Depois beijaram-se. Ai, Passos, Passos, que andas em tão más companhias! Acorda, não sejas Passos perdidos.

E termino com mais um caso de justiça desportiva! Nunca estão em causa os clubes grandes, ou se estão, a coisa é convenientemente abafada. Os grandes malfeitores, quem faz batota neste país são sempre os clubes pequenos. E quando há casos de arbitragens maliciosas, elas só acontecem nas divisões secundárias!
Que rico país, tão democrático, onde os milhões só circulam e as lavagens só acontecem nas pequenas agremiações desportivas! Também é justo salientar que os grandes clubes se especializaram em levar bancos e empresas públicas à falência. Não podem estar em todas.


Saudações monárquicas

quinta-feira, maio 12, 2016

Ainda a escola pública e privada!

Volto ao assunto, é uma frente de combate importante em prol da minha (e da nossa) sanidade mental!
Trata-se de enfrentar, sem medo e com argumentos, o mito da escola pública, do ensino público, por contraposição ao ensino privado, e ao mesmo tempo desmontar a historieta dos dinheiros públicos como se houvesse uma nascente (privada!) na Casa da Moeda!

São estes dois mitos até agora intocáveis que os reaccionários querem defender a todo o custo! Querem garantir a sua parcela de poder no aparelho do estado, pois é a partir daí que fabricam leis, funcionários, bons empregos, boas reformas, mordomias, etc. Para isso também precisam de formatar as cabeças das  criancinhas, futuros servidores do regime.

Mas até em Portugal as coisas mudam! E hoje já toda a gente começa a perceber que o ensino não é público nem privado, que a divisão é outra - ou é bom ou é mau. Avalia-se pelos resultados.
Como também já percebemos, se é que não percebemos sempre, que os dinheiros públicos não existem. Vêm dos meus impostos e dos restantes contribuintes e destinam-se a ser aplicados o melhor possível. E no caso da educação, dentro do orçamento disponível, o melhor possível são novamente os resultados que mandam. Não é a constituição. Pelo menos aquela que os reaccionários defendem.

E não posso terminar sem uma referência ao desejado crescimento da sociedade civil, que em Portugal parece que não existe! A comunidade tem que assumir de vez as suas responsabilidades educativas. Não são os deputados, que desconhecemos, nem os governos de ocasião, que devem definir a escola, o tipo de escola, ou os conteúdos que os nossos filhos devem estudar e aprender. Na união soviética era assim, mas cá não pode ser. Esse direito e essa liberdade, não são delegáveis. Votamos para escolher pessoas competentes para gerir os recursos que lhes entregamos, mas não para definir o que devemos ou não devemos saber.*

No outro lado da moeda também é preciso combater a nossa proverbial tendência para nos encostarmos ao estado! Por tudo e por nada! É uma doença grave, infantil, de esquerda. Não nos deixemos contaminar.


Saudações monárquicas


* Se a constituição é invocada para impor um ensino do tipo soviético ou cubano então a constituição tem que ser afrontada e combatida por todos os que não querem viver nesses paraísos. Conceitos como 'escola pública', 'ensino laico', etc. têm uma raiz claramente jacobina. Eu não sei se os partidos que se dizem de inspiração cristã já perceberam isso ou se não querem perceber. É que o tempo dos panos quentes já passou. Vivemos agora o 'tempo novo', que pelo andar da carruagem não é assim tão novo, tem a idade da primeira república e das tentativas para calar a Igreja Católica. Isto tem que ser discutido e não escamoteado. As máscaras têm que cair para sabermos quem anda mascarado.

terça-feira, maio 10, 2016

Educação pública!

Parece que anda aí um ministro da educação foragido da Bastilha! Rezam as crónicas que faz lembrar jacobinos a perseguirem a Igreja Católica porque esta não ensinava a bíblia da revolução francesa! Deve ser um exagero.
Seja como for o homem leva a sério a educação pública e nesse sentido quer formatar a cabeça das criancinhas. À imagem e semelhança de um deus laico e republicano. A trindade é conhecida: - o estado educador, o estado patrão, o estado socialista!

No entanto convém recordar que a educação pública é um conceito que parte de dois princípios, qual deles o pior: - o princípio da eterna pobreza dos pais, que assim nunca terão meios para decidir sobre a educação a dar aos seus filhos; e o princípio de que é preciso que seja o estado a educar, porque a educação anterior (a que existia) era perniciosa ao bom desenvolvimento das crianças! Embora a letra do hino nacional venha depois contradizer isto tudo!
Na realidade o que está em causa são questões de natureza ideológica - a sujeição da sociedade civil e a reprodução de conceitos reaccionários. Nada disto tem a ver com a eficácia ou com a liberdade de ensino.

Resumindo, estamos a reviver uma experiência falhada, anacrónica, anti-competitiva, e que fará de cada português um potencial dependente do estado. Melhor dito, um potencial dependente e servidor daquela clique, seita, o nome não interessa, que um dia assaltou o estado e não o quer largar de maneira nenhuma.



Saudações monárquicas


Nota: Há uma diferença, que ignorei neste texto, entre educação e instrução. A educação aprende-se em casa, pelo exemplo; a instrução aprende-se na escola, pela competência do professor e na liberdade dos conteúdos.

quinta-feira, maio 05, 2016

Uma selfie com D. Sebastião!

A estação do Rossio é cruzada diáriamente por milhares de pessoas mas pouca gente reparava numa pequena estátua de Dom Sebastião, abrigada num nicho, entre as duas portas da entrada. Usei o pretérito porque ontem o Desejado teve outro desastre. É certo que não desapareceu em combate mas ficou muito mal tratado! O que é que aconteceu?! Um ‘jovem’, presumo que seja negro porque é assim que a comunicação social os trata, quis tirar uma selfie com o rei, e não foi de modas! Empoleirou-se no nicho e caíram ambos na calçada. Dom Sebastião partiu a cabeça, e está irrecuperável. O ‘jovem’ está bem.

A estátua não é muito antiga, tem pouco mais de cem anos, época em que a estatuária regressou em força ao espaço público, acompanhando aliás o movimento neoclássico. Digo isto porque os reis, sendo crentes, não mandavam erigir estátuas a si próprios. Monumentos aos Santos e à Virgem, sim. A estátua equestre de Dom José só aparece no século dezoito, por iniciativa do Marquez de Pombal para assinalar a reconstrução de Lisboa. Tudo o que vem a seguir é obra do positivismo e da república. Descrença na eternidade?! Talvez.



Saudações monárquicas

terça-feira, maio 03, 2016

Assembleia da república ou Câmara corporativa?

O que a experiência política nos diz é o seguinte: - a democracia parlamentar assente em partidos (por natureza ideológicos) só funciona em monarquia. Daí que as discussões republicanas sobre democracia acabem sempre ou no exemplo inglês ou nas frases de Churchill!

De facto sem uma arbitragem dinástica, histórica, acima dos partidos e livre dos interesses corporativos, não é possível estabelecer um mínimo divisor comum, uma trajectória firme, um objectivo concreto e partilhado. Por isso, os países que sofrem o regime republicano, caminham aos solavancos, com avanços e recuos, numa espécie de guerra civil permanente. Veja-se, a título de exemplo, o que acontece com a celebração das datas! Exaltadas por uns, condenadas por outros, são verdadeiras armas de arremesso dentro da comunidade!

Mas se os partidos apenas dividem e nunca unem, a existência de uma assembleia partidária como única representante do interesse nacional comporta ainda outros riscos. Riscos e escândalos que os jornais todos os dias noticiam! E isto tem a ver com duas realidades incontornáveis: - a crise das ideologias e a crise das soberanias. Neste contexto os partidos não oferecem políticas diferenciadas e só conseguem vender o seu produto, não pelo rótulo ideológico, mas pelos interesses corporativos (e ocultos) que no fundo representam! Esta é a nossa realidade democrática.

Falta pois uma câmara corporativa, ‘uma casa dos vinte e quatro’, onde os vários interesses (e lobbies) estejam representados, às claras, servidos por gente competente e interessada. Para que enfim seja possível definir e harmonizar uma política comum.

O problema é o que fazer com a assembleia da república?! Eu tenho uma ideia: - como aquilo é só esquerda e direita, bastavam meia dúzia de um lado e meia dúzia do outro que saía mais barato. Nos intervalos podiam treinar ‘ordem unida’ nos passos perdidos. Seria uma experiência interessante, com menos deputados a produção legislativa baixava, e estou convencido que o país avançava.


Saudações monárquicas