Em nome da igualdade, quiçá da
fraternidade, já que a liberdade não é para aqui chamada, os chineses
inventaram ‘um regime dois sistemas’! O mundo dos cosméticos inventou o ‘dois
em um’, champô e amaciador ao mesmo tempo! E o mundo soviético, que
já tinha descoberto que somos todos iguais mas há uns mais iguais do que os
outros, pôs em prática o ‘triunfo dos porcos’! Animais a explorarem outros
animais da maneira mais democrática possível. Pela força e pelo terror.
No país dos brandos costumes Salazar
deu umas benesses aos funcionários públicos a troco de salários baixos e daquele
apoio difuso que todos os ditadores necessitam. Desde a gasolina mais barata
para os militares, à garantia de não despedimento para todos, deu azo a um
sistema de saúde próprio, práticamente de borla, chamado ADSE. Veio entretanto o
25 de Abril, com ele o entusiasmo pelo socialismo, e vá de nacionalizar todos
os sistemas de saúde privados colocando-os num serviço nacional de saúde para
todos! SNS - a jóia da terceira república!
Mas a ADSE foi permanecendo. Ou
seja, os trabalhadores privados passaram obrigatóriamente para o SNS enquanto
os funcionários públicos, podem continuar a optar pela ADSE. E porquê?! Porque
o SNS presta melhor serviço?! Claro que não. Mas porque a ADSE tem protocolos
com toda a medicina privada e o SNS não tem. Nem é da sua lógica, do seu orçamento, nem do seu tamanho, que tenha.
Surge agora a possibilidade de
alargamento da ADSE aos familiares dos funcionários públicos e naturalmente aquilo que já era uma desigualdade, tornou-se um escândalo!
Os privados protestam mas as comissárias do povo estão inflexíveis – medicina privada
só para os funcionários públicos! Os trabalhadores privados têm o SNS, portanto
não precisam de mais nada. E viva o socialismo.
Saudações monárquicas, pela minha
saúde!