domingo, fevereiro 28, 2016

SNS e ADSE – socialismo à portuguesa!

Em nome da igualdade, quiçá da fraternidade, já que a liberdade não é para aqui chamada, os chineses inventaram ‘um regime dois sistemas’! O mundo dos cosméticos inventou o ‘dois em um’, champô e amaciador ao mesmo tempo! E o mundo soviético, que já tinha descoberto que somos todos iguais mas há uns mais iguais do que os outros, pôs em prática o ‘triunfo dos porcos’! Animais a explorarem outros animais da maneira mais democrática possível. Pela força e pelo terror.

No país dos brandos costumes Salazar deu umas benesses aos funcionários públicos a troco de salários baixos e daquele apoio difuso que todos os ditadores necessitam. Desde a gasolina mais barata para os militares, à garantia de não despedimento para todos, deu azo a um sistema de saúde próprio, práticamente de borla, chamado ADSE. Veio entretanto o 25 de Abril, com ele o entusiasmo pelo socialismo, e vá de nacionalizar todos os sistemas de saúde privados colocando-os num serviço nacional de saúde para todos! SNS - a jóia da terceira república!

Mas a ADSE foi permanecendo. Ou seja, os trabalhadores privados passaram obrigatóriamente para o SNS enquanto os funcionários públicos, podem continuar a optar pela ADSE. E porquê?! Porque o SNS presta melhor serviço?! Claro que não. Mas porque a ADSE tem protocolos com toda a medicina privada e o SNS não tem. Nem é da sua lógica, do seu orçamento, nem do seu tamanho, que tenha.

Surge agora a possibilidade de alargamento da ADSE aos familiares dos funcionários públicos e naturalmente aquilo que já era uma desigualdade, tornou-se um escândalo! Os privados protestam mas as comissárias do povo estão inflexíveis – medicina privada só para os funcionários públicos! Os trabalhadores privados têm o SNS, portanto não precisam de mais nada. E viva o socialismo.


Saudações monárquicas, pela minha saúde!

sexta-feira, fevereiro 26, 2016

As charlies do bloco

Numa provocação sem desculpa o Bloco de Esquerda resolveu instrumentalizar a imagem do Sagrado Coração de Jesus para efeitos da sua propaganda sórdida sobre a adopção de crianças por parelhas de homossexuais. Sabe que assim ofende a consciência de milhões de católicos mas também sabe que o pode fazer impunemente. É claro que não se atreveria a fazê-lo se houvesse a probabilidade de uma reacção mais vigorosa dos ofendidos. A isto chama-se cobardia. Mas um dia pode acontecer, tal como nas catilinárias, que a paciência se esgote.


Saudações monárquicas

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Estado clientelar

Esta é a expressão que melhor define o ‘estado social’, slogan esfarrapado que enche a boca das esquerdas, aqui e na união europeia. E foi nesta linha clientelar que o orçamento de estado para 2016 acabou por ser aprovado na assembleia da república. Houve quem votasse contra, uma espécie de direita, mas sem afrontar a clientela. A questão resume-se a mais ou menos um euro para os pensionistas, ou à reposição mais ou menos rápida dos salários na função pública. E fica enunciada a clientela que interessa para as próximas eleições – pensionistas e funcionários públicos. Para um país que vive, como todos os regimes republicanos, em permanente campanha eleitoral, está tudo dito sobre o orçamento. A discussão na especialidade é um pró-forma. Há-de servir para dar mais alguma benesse, não vá a respectiva corporação virar o dente. Falei em corporações mas devia ter falado em quem as representa – os partidos naturalmente. Foi um pequeno lapso, mas toda a gente percebeu.


Saudações monárquicas



Post-scriptum: Naquela ‘espécie de direita’ ouviu-se pela primeira vez Assunção Cristas, e não desfazendo, uma vez que a rapariga leva jeito, não me parece que esteja ali a nossa ‘dama de ferro’. A ver vamos.

terça-feira, fevereiro 16, 2016

Corrupção, desporto nacional!

Anda a par com o futebol, o equipamento é conhecido, limousine preta e colarinho branco, joga-se nos camarotes, o treino é à porta fechada. Tem observatórios, candidatos à presidência da república, artigos de fundo nos jornais, mas nada disso a incomoda. Como é omnipresente, é muito difícil dar por ela! Por estar em toda a parte é muito difícil condená-la. Às vezes é apanhada na rede de algum pescador desprevenido. Como é peixe graúdo dá cabo da rede e não se aproveita nada. O rasto é fácil de seguir. Oscila entre a política e o comentário na televisão. Como o futebol é a coisa mais importante deste país, ganha eleições à conta disso. A partir daí tem caminho aberto e pode fixar-se onde quiser. Normalmente escolhe uma autarquia, ou então, deriva directamente para os negócios. Enriquece. A lei, em que normalmente participa, não lhe toca. E se lhe toca, nada a impede de continuar a receber honras e medalhas. As coisas parecem estar a mudar um bocadinho mas até há pouco tempo o futebol era um dos terrenos mais seguros para a prática da modalidade. Tem é que ganhar campeonatos e manter-se no activo. A não ser assim torna-se vulnerável. Não me perguntem porquê.


Saudações monárquicas

quarta-feira, fevereiro 10, 2016

Ventos da direita

Hesitei no título, podia ter escrito, a hora do CDS, mas não é líquido. Muito ligado a Paulo Portas, uma figura da terceira república, com tudo o que isso implica, vai ser difícil ao CDS libertar-se da sua tutela e este aspecto pode limitar a sua natural ascensão. Porque o tempo corre a favor da direita, não do bloco central, para onde os eternos migrantes do PSD e do PS se hão-de encaminhar à procura de emprego e sobrevivência. Aliás já se ouviu de Passos Coelho o retorno á social-democracia, ponto de encontro com o futuro Costa depois do divórcio e da óbvia falência da quadratura do círculo.

Neste ponto, todas as dúvidas! Terá Cristas pedalada para perceber que a direita não é o centro?! E que o PSD é o seu maior rival?! Duvido. Mas o CDS tem lá gente com jeito para a política, assim queiram pôr em causa o rumo seguido pelo seu antigo líder. O problema é o golpe de asa…


Saudações monárquicas



Nota. A discussão do orçamento para 2016 que está a decorrer confirma o que afirmei. E estou como o outro a propósito das últimas eleições: - o CDS só não é a verdadeira oposição a este governo de António Costa, se não quiser.
A oposição faz-se à direita, no caso da união europeia, retirando ao PCP as suas bandeiras 'patrióticas'; no caso dos trabalhadores defendendo todos e não apenas os funcionários públicos como faz a esquerda.

quinta-feira, fevereiro 04, 2016

A lógica das ditaduras

A lógica do poder republicano é de fácil apreensão, basta olhar para as três repúblicas que já levamos - se há votos, como na primeira e agora na terceira há que contentar as corporações e os grupos de interesses com peso eleitoral; os outros que aguentem; se não há votos há que contentar na mesma aquelas corporações e grupos de interesses, que se votassem, teriam grande peso eleitoral. Ou seja, não há diferença nenhuma. 

Na segunda república Salazar congelou as rendas de Lisboa e Porto pois bem sabia que há mais inquilinos que senhorios. Se o mercado de arrendamento iria sofrer com isso no futuro, esse era um problema que a república, enquanto regime do transitório, não tem vocação para resolver. Noutro âmbito e uma vez que a economia privada funcionava e crescia, o funcionalismo público era pouco procurado, pois ganhava menos em igualdade de circunstâncias. A segunda república só veio a ter problemas com os funcionários devido ao prolongamento da guerra em África. E como seria de esperar o xeque-mate veio das forças armadas. Questões salariais, bem mesquinhas diga-se de passagem.

Com o 25 de Abril regressámos aos votos e ao pendor socializante da primeira república. Inevitávelmente o estado (improdutivo) aumentou de volume e gordura. Assim temos vivido, a votar imenso, a pedir imenso dinheiro emprestado, em estado de pré-falência, e parece que agora falimos mesmo. A quadratura do circulo cumpriu-se.

No entanto, indiferente à realidade, a lógica do poder republicano prossegue a sua marcha como se nada fosse. Continua a pensar nas eleições! Contam-se os funcionários públicos - são mais de três milhões de votantes num universo de sete - renovam-se as desigualdades, as benesses, e pronto. Como se vê, é simples. 

Há um pequeno pormenor a atrapalhar - quem sustenta esta situação (básicamente os credores) já estão fartos de caloteiros e mentiras. É pena, estava tudo a correr tão bem...

Saudações monárquicas 

segunda-feira, fevereiro 01, 2016

Temos memória!

Os povos que perdem a memória, ou que a falsificam, o que vem a dar no mesmo, pensam poder viver sem o passado, sem uma raiz que os justifique! Enganam-se. Quem renega o berço, quem se esquece de onde vem, está pronto a seguir viagem com o primeiro que lhe apareça. Há quem não se aflija com isto, e até ache graça a uma nova aventura. O problema é que não será uma nova aventura mas uma nova escravidão. Será naturalmente absorvido e indexado ao destino de quem lhe dá boleia. A história está cheia de exemplos.


Em 1 de Fevereiro de 1908 um grupo de traidores atentou contra a nossa memória. Sobre esse crime implantaram um regime falso como Judas. Desde aí Portugal tem vindo a reduzir-se à condição de ‘estado exíguo’! Um estado inútil, desnecessário.