A lógica do poder republicano é de fácil apreensão, basta olhar para as três repúblicas que já levamos - se há votos, como na primeira e agora na terceira há que contentar as corporações e os grupos de interesses com peso eleitoral; os outros que aguentem; se não há votos há que contentar na mesma aquelas corporações e grupos de interesses, que se votassem, teriam grande peso eleitoral. Ou seja, não há diferença nenhuma.
Na segunda república Salazar congelou as rendas de Lisboa e Porto pois bem sabia que há mais inquilinos que senhorios. Se o mercado de arrendamento iria sofrer com isso no futuro, esse era um problema que a república, enquanto regime do transitório, não tem vocação para resolver. Noutro âmbito e uma vez que a economia privada funcionava e crescia, o funcionalismo público era pouco procurado, pois ganhava menos em igualdade de circunstâncias. A segunda república só veio a ter problemas com os funcionários devido ao prolongamento da guerra em África. E como seria de esperar o xeque-mate veio das forças armadas. Questões salariais, bem mesquinhas diga-se de passagem.
Com o 25 de Abril regressámos aos votos e ao pendor socializante da primeira república. Inevitávelmente o estado (improdutivo) aumentou de volume e gordura. Assim temos vivido, a votar imenso, a pedir imenso dinheiro emprestado, em estado de pré-falência, e parece que agora falimos mesmo. A quadratura do circulo cumpriu-se.
No entanto, indiferente à realidade, a lógica do poder republicano prossegue a sua marcha como se nada fosse. Continua a pensar nas eleições! Contam-se os funcionários públicos - são mais de três milhões de votantes num universo de sete - renovam-se as desigualdades, as benesses, e pronto. Como se vê, é simples.
Há um pequeno pormenor a atrapalhar - quem sustenta esta situação (básicamente os credores) já estão fartos de caloteiros e mentiras. É pena, estava tudo a correr tão bem...
Saudações monárquicas
Sem comentários:
Enviar um comentário