segunda-feira, fevereiro 28, 2011

A vitória do povo!

Era este o título do jornal ‘A Bola’ como se o povo fosse o Benfica e o Benfica fosse o povo! Se calhar é verdade e no outro lado estava o Marítimo, um clube que não é do povo, pertencerá possivelmente ao clero ou à nobreza, adjacente, se seguirmos o alto raciocínio daquele popular jornal.
Pela mesma ordem de ideias os fiscais de linha também eram do povo atendendo aos ‘empurrões’ que iam dando ao povo equipado de encarnado. Empurrões importantes na reviravolta do resultado. Mas acabou tudo em bem, o Benfica lá ganhou e se tudo continuar como até aqui será (para o jornal ‘A Bola’) campeão nacional ainda que fique em segundo lugar e a uns quantos pontos do primeiro. Quem é o primeiro? Um usurpador qualquer, inimigo do povo, a precisar de ser severamente punido... imagino eu.
Porque o povo unido jamais será vencido, aqui, nesta soviética praia à beira mar plantada.

domingo, fevereiro 27, 2011

É sempre assim…

Já sabíamos que após a queda do muro de Berlim o que iria suceder na Europa não tinha a ver com a democratização da Rússia, dos tártaros, dos mongóis, etc., de todos esses povos submetidos naquilo a que se chamou união soviética. Bem pelo contrário: o comunismo galgou o muro e instalou-se em Bruxelas, servido pelos jovens, agora adultos, ex-maoístas, ex-trotzkistas, estalinistas adocicados, todos eles reciclados, com fato cinzento, amicíssimos de milionários com vela de iate. Em suma, uma série de burocratas provincianos que vivem à grande e à francesa e vão cavando a desgraça da Europa. Dois objectivos já foram alcançados: - acarneirar a população europeia, e abrir um fosso cada vez mais profundo entre pobres e ricos, ou se quiserem, entre aqueles que podem tudo e aqueles que não podem nada.
Dito isto, resta Portugal, onde o desespero pelo TGV (que nos ligue à Europa) só é comparável à realidade cada vez mais periférica em que habitamos. Isto, depois de termos destruído (metódicamente) a centralidade com que ‘demos novos mundos ao mundo’! Destruição que tem nome, chama-se traição, e tem caras, responsáveis que andam por aí e, imagine-se, passam por heróis!
Boa imagem do nosso deserto, do espirito dependente e mendicante, é essa (aplaudida!) ‘Deolinda’ (a cacarejar) implorando que o Estado tome conta de nós, logo à saída da maternidade!
Nem Estaline (ou a revolução francesa), nos seus melhores sonhos, foram tão longe!

Saudações monárquicas

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

A febre islâmica

De onde vem?
A guerra fria acabou (por falta de comparência da união soviética) e como era previsível as novas gerações islâmicas deram-se conta que eram governadas por uns monos, coronéis, etc., que construíram o seu poder (e a sua gordura) umas vezes aliando-se a Moscovo, outras vezes aliando-se a Washington. O petróleo e a chantagem israelita constituíam a areia dessas alianças. O cimento era pouco. Cimento esse, que começou a abrir rachas por todos os lados.

E o que é que as novas gerações islâmicas pretendem?

Em primeiro lugar pretendem uma política de verdade, sem monos, e quando se fala em verdade, a palavra que surge a seguir chama-se… legitimidade. Daí que os manifestantes ergam, para surpresa geral, cartazes com as figuras do rei ou dos príncipes das dinastias entretanto afastadas do trono. A televisão portuguesa esconde esse facto, ou deturpa-o por ‘conveniência de serviço’, mas ele está lá, visível, para quem o entenda.

Patéticos, os Barrosos da união europeia, mais os seus altifalantes, bolçam palavras antigas… democracia, ‘eleições à maneira’, como se as jovens gerações islâmicas estivessem à beira da conversão ao estado laico, ao ateísmo ou a qualquer outra religião sem Deus.
Desenganem-se, o Islão não pretende deixar de ser Islão, pretende apenas firmar a sua verdadeira identidade, a sua cultura, e para isso procura os seus representantes legítimos. Estão fartos dos ‘monos’ que representam outros interesses que não são os seus. Sabem também que a legitimidade não se alcança através da fórmula ‘um homem, um voto’. Já descobriram a fraude que se esconde nesse simplismo. Porque é muito mais do que isso o respeito que devemos à vontade (ao voto) dos que nos antecederam. Para que posteriormente também sejamos respeitados.
Será assim tão difícil de perceber?

Saudações monárquicas


Post- Scriptum: Admito que pode passar pela cabeça de algum leitor a célebre frase de Winston Churchill (que os republicanos gostam de repetir) e que se resume no seguinte: - apesar de todos os defeitos ainda não foi encontrado melhor (e mais justo) sistema que a ‘democracia’.
Ora bem, como tenho também repetido, essa frase tem que ser entendida no contexto de uma monarquia (a inglesa) onde por via do rei e da sucessão já se encontram assegurados aqueles interesses que um eleito ocasional (por cinco ou dez anos) nunca poderá assegurar. Nem é para isso que é eleito.

domingo, fevereiro 13, 2011

Egipto e preconceito

Deixemos por agora o romance de Jane Austen e fixemo-nos, como todo o mundo, no Egipto. E porquê no Egipto?!
No Egipto porque… ‘estavas linda (Cleópatra) posta em sossego, de teus anos colhendo doce fruto’… quando, vinda dos lados da Tunísia, uma febre islâmica te apanhou de surpresa! A ti e a nós, americanos europeus ocidentais. E então descobrimos, de repente, que o Egipto vivia debaixo de uma maléfica ditadura, ditadura que era preciso exterminar, apesar de a termos apoiado, desde sempre, por causa dos nossos interesses e dos interesses de Israel.
E eis que surge, na televisão, a palavra-chave que nos habituámos a pronunciar (e a exportar) em caso de necessidade, e para salvar (de novo) os nossos interesses – a democracia!
A ideia é capturar o futuro líder egípcio para a causa ocidental, leia-se de Israel, haja ou não prejuizo, por esse facto, para a população egípcia! É assim que funcionamos e as eleições nestes países servem precisamente para isso.
Duas questões podem no entanto arrefecer a gula ocidental:
- Em primeiro lugar não me parece que o Egipto esteja cheio de democratas, como não me parece que as irmandades muçulmanas (naturais herdeiras do regime) adormeçam e acordem a sonhar com a tal democracia!
- Em segundo lugar, é preciso lembrar, a comunicação global tem dois sentidos, ou seja, os egípcios também vêem televisão e também se dão conta que o paraíso ocidental já não é o que era. Explico: ateu, apologista do aborto, da homossexualidade, e de outras perversões, o ocidente já não é exemplo. Não é portanto deste paraíso democrático que os egípcios andam á procura. Nem os egípcios nem ninguém.

Saudações monárquicas


PS: Curiosamente (ou talvez não) o Ocidente silenciou a hipótese do regresso da monarquia ao Egipto! Porque será?! Seria a melhor solução, a mais estável, aquela que melhor poderia controlar o radicalismo islâmico. Mas eu percebo o incómodo. Essa seria uma opção benéfica para os egípcios em prejuizo de alguns 'interesses' do ocidente. Além de que poderia questionar a bondade de alguns regimes republicanos europeus. Sim, esses em que estão a pensar, onde uma minoria engorda e a maioria emagrece.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Os heróis esquecidos

Hoje, não sei se para celebrar alguma data ou por mero acaso, a SIC Notícias abriu o seu programa ‘opinião pública’ a um debate sobre a situação dos ex-combatentes, e a forma (miserável) como têm sido tratados após o 25 de Abril de 1974. Convidado, nem de propósito, Fernando Dacosta, ele que foi um dos mais tenazes defensores da descolonização (tal como aconteceu) mas que, como outros, encetou nos últimos tempos vertiginosa reciclagem, ao ponto de se tornar num íntimo biógrafo de Salazar, provávelmente contra a vontade do morto. Mas como dizia, este Fernando Dacosta metia dó! Um ar lacrimejante, piedoso mesmo, face aos testemunhos (tremendos!) de alguns dos que combateram em defesa de uma ideia de Pátria que lhes foi transmitida por pais, avós, os ‘egrégios avós’ de que nos fala o hino.
As justificações de Dacosta eram as do costume, destruturantes, sem lógica, naquela linha de que devíamos ter evitado a guerra colonial, que a guerra é um horror, etc., até ficarmos com a sensação de que nunca devíamos bater-nos por aquilo que consideramos serem os nossos interesses vitais, por aquilo que achamos que nos pertence, que nos foi legado, ou que simplesmente nos comprometemos a guardar?! Será isso?!
Nem se esqueceu de esgrimir o esfarrapado argumento de que aquela guerra não era nossa, mas sim das grandes potências, e que portanto o melhor seria não nos metermos nisso!
O que apetecia perguntar a este Dacosta e a outros, com ou sem costas, era se amanhã aparecer (e já esteve mais longe) uma ‘frente de libertação do algarve’ com sotaque mourisco, se começarem a rebentar bombas e minas, se devemos defender-nos ou será melhor sentarmo-nos à mesa das negociações e ceder tudo e mais alguma coisa?! Não vá haver baixas ou os ‘horrores da guerrra’.
De facto, com Dacostas destes, até o Condado Portucalense pode estar em causa!

Saudações monárquicas

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Alentejo adiante…

Alentejo adiante
Quis saber se existia
Arredio e errante
Um vestígio presente
Uma ideia remota
Que houvesse ficado…
O meu ser sepultado
No meu ser mais distante

A herança jacente
De algum antepassado
A lavoura imponente
Com parelhas e gado
A planície gigante
Um sol de brancuras
A ermida inocente
Gaviões nas alturas

Corri montes maiores
Sofri danos menores
Perguntei pelo pão
Ao suor do ganhão
À ceifeira que havia
Ao cão que latia
Inquiri lavradores
Perguntava e seguia

Os ouvidos à escuta
Ao sinal dos sentidos
Aos sobreiros despidos
Perguntei se sabiam
Ou se alguém me chamou…
Mas ninguém me chamou...
Nem um ai, nem um grito
A dizer… aqui estou!

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

‘São tantos… que não podem ser tantos’

Fernando Pessoa imortalizou a expressão aludindo à impossibilidade de sermos todos iguais, pese a fraqueza geral que nos leva a querer ser todos iguais, ou seja, iguais a zero. A doença piora quando nos damos conta que esta fraqueza aparece disfarçada de força, sempre que pode e quando convém! A verdade (verdadinha) é que bastou abrir a televisão, meia dúzia de segundos, se tanto, para surpreender os três canais noticiosos enfiados num hotel de Vila Nova de Gaia onde se hospeda, imagine-se, o Benfica! Mais, uma locutora, visivelmente emocionada, para não dizer outra coisa, virou-se na cadeira com tanto entusiasmo que vi jeitos da senhora partir também para o dito hotel!
Mas o que é isto? É só alienação? Ou é mais qualquer coisa?
Enfim, fico espantado com tanta anormalidade, e eu, que sempre frequentei o futebol (que fui praticante federado na minha juventude) começo afastar-me deste fenómeno verdadeiramente doentio, que não tem nada a ver com futebol e com quem o entende numa óptica de normalidade desportiva.
Lá está… “são tantos, que não podem ser tantos”!

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Pobre país…

Hoje
Um dia que é noite
De homens honrados
Amigos
Mesmo inimigos
Sacodem culpados
Não escondem a culpa
Que é de todos nós
Mas não
É tudo ao contrário
Estridentes desculpas
Repousam nas arcas
Em arcas fechadas
Onde o crime é herói
E o herói do crime
É herói do regime!