quinta-feira, agosto 15, 2013

Finalmente!

Férias, varrer a testada, baldear o convés, limpar a cidadela dos últimos micróbios, sentir a frescura da maré, dizer a tudo que sim, quase tudo, fechar os olhos para ver mais longe e pronto.
‘Cesse tudo o que a musa antiga canta…’, cesse o ruído de fundo que a TV transmite e se não é a TV é quem a viu na véspera, sigam (sem eu os ver ou ouvir) os jogos infantis, florais, tudo a fingir, siga a marcha triunfal para lugar nenhum, siga tudo isso, que eu estarei aqui, ausente, nas minhas férias grandes, que deviam ser eternas, iguais á promessa do paraíso. A quebrar a disciplina (eu disse disciplina?!) desta pequeníssima aventura, a mórbida necessidade deste anúncio! Questão de hábito.


Saudações (por uma vez… sem ser monárquicas) 

terça-feira, agosto 13, 2013

O vício autárquico

'Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita' e por isso a lei de limitação de mandatos irá ser contornada, com a razão de uns e sem a razão de outros. Com a razão daqueles que invocam a vontade dos eleitores como suprema razão para não haver limitação de mandatos e sem a razão daqueles que aceitam a limitação de mandatos e resolvem candidatar-se no concelho do lado! Ou até mais longe, como se fossem profissionais autárquicos, um pouco à maneira dos técnicos de contas, dos médicos ou dos jogadores de futebol que podem representar qualquer clube e jogar em qualquer campo! Mas se isto não é trair completamente o espírito de uma candidatura local, então vale tudo, e já nada distingue uma eleição autárquica de uma eleição para a assembleia nacional! Pois foi aqui que o pau nasceu torto e ninguém o quer endireitar. Porque ninguém tem coragem para retirar os partidos políticos das suas coutadas eleitorais, coutadas que são o contrário da democracia.
Portanto, estejam descansados que não haverá surpresas.

Saudações monárquicas

sexta-feira, agosto 09, 2013

Os éticos…

Esta história da ética começou antes, nasceu longe do coração dos homens, bem perto das vísceras onde habitam os vermes. Os vermes existem, fazem parte da lógica fatal que nos consome, renascem todos os dias, e renasceram este ano na prova de português. Os dois textos escolhidos para os alunos decifrarem foram: - um excerto dos Lusíadas, e o ‘Felizmente há luar’. Resumindo, um texto patriótico, a puxar pela auto-estima dos portugueses, e um texto de propaganda maçónica, para lavar o cérebro aos alunos. Para quem não saiba, o pedreiro livre Gomes Freire de Andrade, serviu no exército de Napoleão Bonaparte, e nessas circunstâncias foi acusado de alta traição à Pátria, sendo por isso executado. ‘Felizmente há luar’ é frase que o autor (Sttau Monteiro) atribui aos executores no sentido de que a claridade dessa noite terá facilitado a dita execução. Esta é a parte mórbida da história real que Sttau Monteiro aproveita para vitimizar o réu, amigo dos invasores, e ao mesmo tempo diabolizar quem o sentenciou. E assim, em Lisboa, o traidor tem nome de rua, e é por um triz que o invasor napoleónico não tem nome de praça ou avenida! Ou se calhar tem e eu não desconfio!
É por estas e por outras que os alunos recusam o conhecimento e instintivamente se afastam das patranhas que lhes querem impingir. E é por estas e por outras que os actuais pedreiros livres não largam mão do conceito ‘educação pública’. Leia-se antes - propaganda ético-republicana. Estilo século dezanove!


Saudações monárquicas

segunda-feira, agosto 05, 2013

O ‘Royal baby’ que não temos!

Que não temos porque não queremos! Mas que adoramos ter o que é dos outros! Que nos derretemos a ver, a comprar revistas, para copiar ou simular que temos… aquilo que não temos! E não queremos porque a minoria que domina o país não quer, pois isso poderia pôr em risco os (seus) interesses instalados. Interesses que há muito ocupam o aparelho de estado, que há muito detêm o poder político e judicial. E de facto, seria um enorme risco, coabitar com alguém (o rei) que por natureza, não é subornável, nem se deixa condicionar. Não é subornável porque não deve o seu lugar a ninguém, a nenhum partido, a nenhum colégio eleitoral, a nenhuma maioria (sempre transitória), a nenhum lobby, a nenhuma corporação ou irmandade. Deve o seu lugar a um vínculo, vínculo esse, que nasceu com a própria comunidade. E a todos representa. Os vivos, os que já morreram, os que ainda não nasceram.
Portanto e concluindo, não temos o futuro garantido porque não queremos. E chegámos à triste situação de protectorado porque nos recusamos a responsabilizar (e a rever) o sistema político que temos, preferindo culpar os mercados, a Alemanha, o vizinho, etc.! Mas sabemos que isso não é verdade. É a nós próprios, voltados para o espelho, que devemos pedir responsabilidades.
Com um ‘Royal baby’ teríamos estabilidade, unidade, independência, e voltaríamos a ser (de novo) ‘um imenso Portugal’!


Saudações monárquicas

sexta-feira, agosto 02, 2013

Governantes, precisam-se!

Penso que está na altura do governo pôr um anúncio deste tipo: - precisa-se de governante, para qualquer pasta, desde que reúna as seguintes condições – não precisa ser competente, basta que tenha um passado limpo e entende-se por passado limpo, não ter feito nada na vida. Pois é essa a melhor garantia de nunca ter feito nada que desagrade à esquerda. E o que é desagrada à esquerda?! Isso varia muito. Por exemplo, os swaps são hoje altamente suspeitos e tóxicos! Mas não eram quando o partido socialista era governo! Pede-se ainda ao candidato que inclua no seu processo todos os elementos que consiga recolher, sobre a sua infância, se comia a sopa toda, opiniões dos colegas de turma, comportamento no recreio, etc.

Saudações monárquicas



Nota: Tudo isto me faz lembrar o filme do Peter Sellers – ‘Bem-vindo Mister Chance’ – filme retirado de uma obra de ficção em que um anormal, sem passado, foi considerado a melhor escolha para candidato à presidência dos Estados Unidos. Em Portugal já não é ficção.