quarta-feira, julho 29, 2020

A toxicodependência da SIC!


Ao fim de muitos anos e de muitos programas de aparente sucesso a SIC resolveu acabar com eles! Descobriu que eram tóxicos! E explicou que a sua toxicidade deriva fundamentalmente dos 'adeptos comentadores' que na defesa da sua dama contribuem para o clima de guerrilha instalado no futebol português! Um diagnóstico interessante mas que na minha opinião falha completamente o alvo. Nem sequer vai à trave, passe a imagem futebolística.

Não vou perder muito tempo a analisar programas onde só cabiam e cabem adeptos dos chamados três grandes! São programas que só existem em países pequenos, onde ganham sempre os mesmos. Programas que sempre foram assim, sem precisarem de ter lá os adeptos a comentarem. Os comentadores 'independentes' faziam e fazem o mesmo serviço. E como são cartilheiros até são mais fáceis de contratar. Se calhar é o que se prepara de novo! Por mim, prefiro com adeptos, é menos tóxico.

Mas não quero terminar sem chamar a vossa atenção para a coincidência e também para a analogia entre o fim dos debates quinzenais na assembleia da república e esta decisão da SIC. Porque as justificações são semelhantes: - 'alguns'* debates põem em causa o prestígio das instituições!

E assim entrámos definitivamente numa nova era. Onde o silêncio impera, o debate é ruído, e o partido único começa a fazer sentido.


*Uma comissão criada para o efeito analisará quais são os debates que fazem ruído e aqueles que não fazem.

terça-feira, julho 28, 2020

Republicanos arrependidos!


«Ainda não vimos nada!» Um dos exemplos parece ser o socialista António Barreto que num longo texto que me chegou às mãos pretende adivinhar o futuro! Mas não era preciso ser profeta bastava ter dois dedos de testa e alguma humildade para perceber que um dia, abertas as portas da traição, a história seria falsificada, e os símbolos da nossa identidade seriam destruídos.

Na verdade, quem aplaudiu a guilhotina e ainda hoje celebra a tomada da Bastilha, quem recita alegremente a trilogia liberdade, igualdade e fraternidade sabendo aonde isso nos leva, quem fez ou faz parte de alguma irmandade silenciosa e obscura que se entreteve a assassinar reis só pelo facto de o serem, quem esqueceu as suas raízes, renegou a sua religião, a sua cultura, a sua bandeira, quem descolonizou com cravos escolhendo ao mesmo tempo ser colonizado, não deveria estar surpreendido com o que está a acontecer. Nem devia fazer profecias. Mas pode sempre arrepender-se e colocar uma corda ao pescoço embora já não haja, infelizmente, um rei de Leão para o perdoar. Situação aliás deveras complicada. Como em tempos afirmei nem vamos perder tempo com referendos ou plebiscitos - os republicanos que ataram o nó, que o desatem.


sexta-feira, julho 24, 2020

Isto dá que pensar


'(…)
Por onde vamos? Sim, há parlamento, mas com debates espaçados. Sim, há liberdade de expressão, mas, nos estúdios das televisões subsidiadas, só para toda a gente poder expressar a mesma opinião. Sim, há pluralidade partidária, mas quase sempre com o mesmo partido no governo desde 1995. Sim, há mercado, mas o Estado é que diz onde se põe o dinheiro. Sim, há justiça, mas não para incomodar os políticos. Estão surpreendidos? As leis não vivem de si próprias. Uma democracia supõe uma sociedade civil forte e uma massa de cidadãos independentes perante o poder, isto é, uma economia aberta e dinâmica. Que deveríamos esperar de uma sociedade empobrecida e dependente, onde só o Estado tem dinheiro, extorquido aos contribuintes e à “solidariedade europeia”? A certa altura, é fatal que a oligarquia comece a achar irrelevantes todos aqueles procedimentos que sujeitam o poder ao escrutínio de deputados ou à escolha dos eleitores. Para quê, se os deputados não tem independência e os eleitores também não? Os oligarcas já começaram a ver “o que hoje isto é”. Não se admirem se amanhã, sem serem precisos dramas, tanques ou racismos, “isto” se transformar noutra coisa.'

Rui Ramos in Observador de 24 de julho 2020
(com a devida vénia)

quarta-feira, julho 22, 2020

A Europa é um vício!


Conseguida a verba para a próxima dose, lá vamos nós, envelhecidos e arquejantes, consumir tudo o que vier, apenas com a vaga promessa de bom comportamento e o tradicional 'Deus lhe pague'!

Em boa verdade a união europeia não passa de um vício para Portugal e para os portugueses. Andamos nisto desde que entrámos, recebemos milhões e milhões para nos desenvolvermos, na gíria europeia, para convergir, mas parece que estamos sempre no mesmo sítio, e como se não bastasse, acabamos sempre na banca rota!

As justificações para tanta infelicidade são muitas e vêm todas de fora. A crise financeira mundial com epicentro nos Estados Unidos ou o vírus que veio da China são exemplos da tragédia que tem atingido os brilhantes governantes que temos. Bolas de ouro das finanças que a justiça e o tempo hão-de imortalizar.

A única esperança, e é triste ter que o admitir, é a implosão desta Europa que sustenta vícios, alimenta dependências, e por esta via, aprofunda desigualdades. Implosão que este acordo não vai evitar tais foram as discussões que aconteceram e as divisões que persistem.

Curioso que ninguém se tenha lembrado de perguntar: - e o Reino Unido, coitadinho, sem esta 'bazuca' como irá sobreviver?!

Saudações monárquicas

Nota básica: Os viciados nunca têm alternativa e só vêem um caminho. O caminho do vício. 

domingo, julho 19, 2020

Rio critica TVI


A propósito das contratações milionárias que inundam as manchetes da comunicação social, Rui Rio veio a terreiro lembrar que provávelmente as ajudas governamentais ao sector poderiam não estar a ser bem aplicadas. Afinal as mesmas dúvidas que assaltam neste momento os 'países frugais' também eles com medo de serem assaltados pelos socialistas portugueses!

Como era de esperar choveram comentários pouco abonatórios insistindo que há temas mais importantes com que Rio se deveria preocupar. Discordo.

A intervenção de Rui Rio tem de enquadrar-se, não na oposição ao governo, que de facto não existe, mas sim na oposição de um homem sério à pouca vergonha reinante. Uma intervenção rara e contra a corrente na 'República dos Beneficiados do BES'! Que é o retrato de família do país de Abril. Cravos insolventes, corruptos, dependentes, sem abrigo e pedintes.

sexta-feira, julho 17, 2020

O 'não' que pôs o regime à defesa!


Alberto Gonçalves faz comentário político no Observador e 'desfaz ideias feitas' num podcast diário que costumo ouvir. E acertou na mouche, não é a primeira vez, quando afirma que o regime 'acordou' e se pôs à defesa, quando Passos Coelho ousou dizer 'não' ao todo poderoso Ricardo Salgado! O que estava em causa para o banqueiro era continuar a dirigir o polvo que ia sugando, a benefício da nomenclatura, os escassos recursos de um país exausto. O que estava em causa para o primeiro ministro era ser primeiro ministro em representação do povo que o elegeu. E disse naturalmente que não.

A partir daí, e como bem nota Alberto Gonçalves, os 'beneficiados do BES', cerraram fileiras e silenciosamente passaram ao ataque. Passos era o inimigo a abater. Contra ele inventaram-se geringonças, alianças contra natura, e o poder voltou a mãos amigas. Passaram entretanto seis anos e há agora uma acusação contra o Ali Babá português. Curiosamente, entre os vinte e cinco ladrões acusados não encontrámos nenhum político! A pergunta impõe-se: - o banqueiro organizou todas as falcatruas de que é acusado só com o pessoal do banco?! Duvidamos. 

O que temos a certeza é que a lista de conivências e beneficiados é tão grande e tão variada, vai da esquerda à direita, com futebol incluído, que este processo só pode dar em nada. E daqui a muitos anos, se ainda cá estivermos, saberemos alguma coisa.

Saudações monárquicas

sábado, julho 11, 2020

Rato no museu!


Mais um museu republicano, mais uma ferida reaberta, e assim vamos entretendo os dias com efemérides que distraiam a população do essencial. Desta vez é para celebrar a liberdade e a resistência embora não me pareça boa ideia encerrá-las num museu! Se calhar para os actuais promotores isso não faz diferença, e para os futuros visitantes, certamente também não fará. A única objecção até agora prende-se com o perfil da candidata ao lugar - Rita Rato, militante do PCP!

Quem a contesta refere a sua ignorância histórica, além do facto de ter sido uma nomeação em vez de um concurso público. Ninharias digo eu, pois confesso que não vejo escolha mais acertada! Se formos pelo lado da liberdade quem melhor que uma militante de um partido de raiz soviética para saber o que isso é?! Se formos pelo lado da resistência também somos obrigados a concluir que o PCP é o último partido comunista europeu com alguma relevância eleitoral! Por fim o apelido da senhora, no caso de museus com cheiro a bafio, também ajuda.

Nota básica: - Esqueci-me de referir que Rita Rato faz parte daquele grupo de 'deputados do Benfica' que confraternizam anualmente com o presidente do clube... na assembleia da república!

quarta-feira, julho 08, 2020

O corona não anda de comboio!


Aproveitando esta última reunião com o Infarmed, Marcelo esclareceu a população sobre um estudo científico que afasta o vírus dos comboios! Pois parece que o corona prefere contagiar os portugueses no respectivo domicílio. Uma boa notícia para os passageiros, que podem continuar apinhados, e menos boa para o excelente negócio das carruagens em segunda mão, que pelos vistos já não serão necessárias.

Entretanto, noutro planeta, tem sido amplamente divulgado, inclusivé pela OMS, que o vírus afinal pode contagiar através de aerossóis suspensos no ar alargando assim as possibilidades de acontecer um contágio em qualquer sítio. Isto destrói a tese dos comboios seguros, e para mim que sou leigo reforça a necessidade de muito arejamento e uso de máscara.
Penso eu que não me chamo Marcelo nem faço fretes ao governo.


sábado, julho 04, 2020

Do milagre à lista negra!


A mentira tem perna curta, a propaganda é o que se sabe, e a incompetência socialista não tem limites, eis a grande lição a tirar destes quatro meses de pandemia. Os personagens desta triste rábula são conhecidos. Estão sempre na televisão e parece gozarem de grande popularidade... por enquanto. Mas o pior vem aí. Entretidos com a propaganda, obcecados com as sondagens, ninguém fez o trabalho de casa, e como de costume, chutámos o problema para debaixo do tapete. Agora é preciso fazer tudo o que não foi feito. Uma 'novidade' que parece ter acordado nos espíritos dos 'especialistas' amigos, dos comentadores de cartilha, e da comunicação social subsidiada. Um exemplo: - só agora é que se descobriu que o combate à pandemia era uma guerra do Solnado – parava ao fim de semana! Como dava jeito todos se calaram, incluindo os actores principais desta farsa. E também só agora é que descobriram que mandar os positivos para casa sem controlar a restante família (e contactos) é andar a brincar com o vírus! O SNS não tem condições para mapear e controlar (no terreno) os surtos infecciosos?! Pois que assumam isso e arranjem uma solução. Ou então demitam-se. Se não se querem demitir, ao menos poupem-nos aos entusiasmos da Champions, ao choradinho da traição inglesa, ou outras balelas semelhantes. Um último favor: - ponham a ministra e a sua ajudante de quarentena. E o boletim diário da propaganda também. Pode ser que a saúde melhore.

sexta-feira, julho 03, 2020

TAP, a última colónia!


São as voltas que o mundo dá! Até parece que voltámos aos tempos do 'condicionamento industrial', velha doutrina do estado novo!
O esquema é simples, o estado subverte as leis do mercado, escolhe um accionista privado para lhe fazer companhia, promete-lhe condições de gestão muito favoráveis, e quando for preciso mete lá dinheiro. Digamos que investe. Isto não é feito assim, de caras, por causa das normas de concorrência da união europeia, mas vai dar ao mesmo.

A esquerda entra em delírio com esta espécie de nacionalização! Os liberais ficam contentes com esta espécie de parceria público-privada! E os conservadores aceitam a continuidade de uma empresa de bandeira que garante a ligação às antigas colónias! Ficam todos contentes e os contribuintes no fim pagam a factura.

Podia ser de outra maneira?! Da maneira que as coisas estão seria muito difícil, para não dizer impossível. A descolonização da TAP iria abrir mais uma ferida no corpo daquele Portugal que apesar de tudo ainda existe. Um país que sempre teve enormes dificuldades face ao mercado aberto, e que para voar mais alto precisa das asas do estado. Foi assim no passado das descobertas e será assim no futuro.