Rezam as crónicas que os descobridores
trocavam com os nativos espelhos e recebiam ouro e prata, ou seja, cada um dava
aquilo que tinha. A história sorri da esperteza lusitana e zomba da ingenuidade
indígena. Porém, passado todo este tempo estou inclinado a dizer que não fomos
assim tão espertos pois os espelhos que demos estão agora a fazer-nos muita
falta. Por isso não reparamos nas figuras tristes que andamos a fazer!
A urgência é imortalizar contemporâneos,
de preferência futebolistas. Primeiro avança-se com a estátua em vida não vá a
eternidade esquecer-se dele. A saga comemorativa prossegue e aterramos com
pompa e circunstãncia no aeroporto Cristiano Ronaldo situado na Madeira! Onde
já existe estátua, largo, museu, e a pergunta impõe-se – para quando mudar o
nome da ilha?!
Mais tarde, convertido em herói
da república, enfia-se o homem no Panteão obrigando o defunto a conviver com
gente que ele não conhece de lado nenhum! E que provávelmente detestaria
conhecer.
É o que eu digo, não há espelhos
nesta terra!
Saudações monárquicas