sábado, março 23, 2013

Sócrates e Voltaire!

Por uma questão de higiene mental volto ao assunto do post anterior para refutar o 'argumento' do director de informação da RTP que assim justifica a contratação do 'comentador' José Sócrates! Invoca para tal Voltaire - "Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito a dizê-lo"!
Espantoso!
Então o homem não foi ministro do ambiente de Guterres?! Não foi primeiro-ministro deste país durante quase duas legislaturas?! Não disse e repetiu tudo o que lhe apeteceu?! Não tentou calar tudo e todos à sua volta, incluindo telejornais que o incomodavam?! Afinal o que lhe falta dizer (mais) que nós já não saibamos?!
Pobre RTP e pobres de nós.

Saudações monárquicas

Nota: Isto nunca aconteceria numa monarquia europeia. E não é Voltaire que o diz, sou eu.

quinta-feira, março 21, 2013

Previsões!

Prever e prevenir é próprio do homem, previsões não há quem as não faça, e pessimistas como somos (refiro-me aos portugueses), ainda bem que nem todas se cumprem. Mas esta que hoje me atrevo a avançar é daquelas que tem vastas probabilidades de se cumprir. A previsão é esta: - com o (previsto) regresso de Sócrates à vida pública (incluindo programa semanal na RTP!) acabou o sossego político-partidário, esperando-se a ocorrência de radicalizações e fracturas, que embora latentes, precisavam de um alento (ou detonador) para explodirem. A verdade é que Sócrates não deixou apenas o país na banca rota, deixou também muitos órfãos políticos. E deixou mais: - deixou lobies e interesses corporativos sem amparo; deixou as causas fracturantes (que é o que a gente precisa) sem patrocinador; e deixou uma série de coisas inúteis por fazer!

Ora bem, um homem destes deixa sempre saudades.





Saudações monárquicas

terça-feira, março 19, 2013

Começam as deserções…

E as traições, naturalmente. É assim desde o Viriato! Não é o caso do economista João Ferreira do Amaral que cedo percebeu que não podíamos viver com a moeda da Alemanha! E curiosamente (à semelhança do que escrevi no postal anterior) também compara a actual incapacidade para discutir e propor caminhos de futuro, com a mesma incapacidade que revelámos (que o regime revelou) para resolver com inteligência e honra a questão colonial!


Como sabem, Ferreira do Amaral advoga a saída do euro, mas uma saída de forma ordenada, com tempo, para que não aconteça aquilo que costuma acontecer quando se empurram os problemas com a barriga… Depois pode ser tarde de mais.


Mas, como digo, ressalvando Ferreira do Amaral, não tenho ouvido ninguém sugerir qualquer alternativa ao euro e à própria estadia na união europeia. Mais, ninguém teve ainda a coragem de reclamar o reposicionamento dos nossos interesses estratégicos, que são afinal os mesmos de sempre. Isto enquanto não mudar a geografia e a geopolítica! ‘É o mar de vez, é o mar que um dia já foi português...'!


Agora sem música: - há gente graúda a pedir a cabeça do governo! Querem mudar de primeiro-ministro para que tudo fique na mesma. Um primeiro-ministro que saiba alimentar o monstro como deve ser. E que mesmo assim possa receber o cheque lá de fora! O cheque que sustenta a república (soviética) portuguesa.


Veremos se Gaspar é o único que o consegue ou se Cavaco tem alguém em mente!




Saudações monárquicas

sexta-feira, março 15, 2013

A guerra orçamental

Cada república tem a sua guerra que acaba normalmente da mesma maneira – traída nos paços perdidos, é finalmente derrotada pela população. Seguem-se os tambores que anunciam a próxima república e a próxima guerra.

A segunda república, para dar um exemplo, durou mais treze anos do que era suposto, porque conseguiu mobilizar a população para a defesa do ultramar. Porém, como está escrito na história, as repúblicas têm uma capacidade de mobilização limitada, não apenas no tempo, mas também no argumento. E aconteceu o que se sabe, veio a traição dos próprios fazedores da guerra (leia-se, dos militares) e em resultado perdeu-se a guerra própriamente dita, perdeu-se nela o estado novo e perdemo-nos todos nós no labirinto onde nos encontramos.

Pois bem, esta terceira república já deu o que tinha a dar e só não caiu ainda porque, agarrada ao euro, iniciou (sob os auspícios da troica) uma guerra orçamental de futuro bastante incerto. Irá durar treze anos como a outra?! Não sabemos. O que sabemos é que a vamos perder.



Saudações monárquicas

quinta-feira, março 14, 2013

Sensações papistas

O festival mediático a contrastar com o recolhimento dos Cardeais, a excitação popular como se da eleição de um César se tratasse, uma estranha orfandade para quem diz acreditar, os mil em e um comentários que se produziram a contrastar com o Pai Nosso e a Avé Maria que o novo Bispo de Roma propôs, simplesmente, aos fiéis. Tudo isto foram sensações que experimentei no dia de ontem.

Mais tarde apreciei o nome escolhido – Francisco – inspirado no Apóstolo das Índias! Nem outra coisa seria de esperar de um jesuíta, de um evangelizador.

A esquerda (pouco) católica, que por estes dias tomou conta da televisão, preferiu ver nele um franciscano que não é. E proferiu todos aqueles slogans estafados que sempre profere: - quer ver os padres casados, quer ver as mulheres ordenadas, quer ver o Vaticano fora do Vaticano, quer escolher o Papa por sufrágio directo e universal, quer assaltar a Igreja, quer obviamente destruir a Igreja.

Que Deus nos defenda e tenha compaixão de mim.

segunda-feira, março 11, 2013

As medidas e a medida!

Recebo invariávelmente muitos e.mails onde se sugerem imensos cortes, possíveis e imediatos, que a serem levados a cabo resolveriam, segundo cada autor, o problema do défice da nação. Costumo ler mas a partir da 'trigésima' sugestão de corte, em mais uma mordomia, em mais um instituto, em mais um deputado, desisto porque na realidade o que aquele extenso rol consubstancia é no fundo uma mudança de regime. E mudança de regime não é, ao contrário do que nos querem fazer crer, mudar de república, inaugurando outra, que agora passaria a chamar-se quarta ou quinta, consoante os gostos!
Não, mudar de regime é mudar de regime mesmo, é mudar da república para a monarquia, porque como a ciência política nos ensina, quando se fala de regimes políticos as coisas reconduzem-se sempre a dois - monarquia ou república. Não há, nem foi ainda inventado nenhum outro.
Ora bem, aqui chegados, todos aqueles que vêm sugerindo os tais cortes, as tais reformas, as tais poupanças, calam-se ou então levantam-se em uníssono a cantar o hino e a aclamar a república! No fim de contas querem a árvore mas não gostam dos frutos! Pois é, assim não dá.


Saudações monárquicas

sábado, março 02, 2013

Arménio Carlos guarda-redes!

Deixa-me rir, só faltava esta, a jogada popularucha na altura própria. A ver se nos entendemos, o Belenenses é o meu clube, é neste momento um clube simpático no pior sentido do termo, ou seja, serve para perder, esmagado que foi pelo casalinho verde-rubro, por coincidência, as cores do regime, as cores da bandeirinha republicana! Mas diz ele que foi guarda-redes do Belenenses, e digo eu, pena não ter seguido a carreira, seria sem dúvida mais proveitosa que a actual.

O problema do Arménio Carlos é o mesmo da Intersindical e o mesmo do PCP: - nunca sabemos se têm uma agenda oculta! Antigamente eram lacaios da união soviética, internacionalistas convictos, não tinham Pátria própria. Lutaram contra a ditadura de Salazar, mas em nome dos… ‘povos de todo o mundo, uni-vos’! Uma utopia como qualquer outra. Hoje em dia mudaram de cara, aparecem em toda a parte com um discurso nacionalista, que às vezes até a mim me confunde! Bem gostaria que fosse sincero. O problema, repito, é o passado. A agenda oculta. A dúvida.

Vá Arménio Carlos, defende lá esta.





Saudações monárquicas

sexta-feira, março 01, 2013

Sound bite!

O zumbido insuportável, o matraquear constante, nos jornais, na televisão, os palradores profissionais, os políticos habituais, em coro contra a crise, contra a recessão, contra o desemprego que sobe, contra o governo, contra a tróika que nos empresta o dinheiro para sustentar o estado de que eles (os que mais protestam) são afinal os grandes beneficiários! Sim, são na sua maioria funcionários públicos (ou semi-públicos), vivem de facto do orçamento do estado, não correm o risco do desemprego, não querem por isso quaisquer mudanças, seja na constituição, seja nas funções do estado. Para eles o estado assim, gordo, é que está bem! Mas não perdem a pose, e manifestam-se a favor dos desempregados que o sector privado se vê forçado a despedir! E vê-se forçado a despedir porque o estado (improdutivo) consome todos os recursos disponíveis. 'Eles comem tudo e não deixam nada...' cantava um baladista de Abril. Tinha razão... ao contrário. Portanto, amanhã, é o dia das lágrimas de crocodilo. Entre os manifestantes estarão muitos desempregados mas quem os enquadra não está verdadeiramente interessado em alterar a situação. O seu único fito é garantir o emprego (no estado) para si e para a sua tribo. O resto é sound bite.

Saudações monárquicas