quinta-feira, dezembro 31, 2015

República irrevogável!

Já perceberam porque é que não há remédio, nem para os bancos, nem para o regime, nem para nós?! E bastou que se abrisse uma pequena janela de oportunidade para verificarmos isso mesmo. Uma janela a propósito, imagine-se, do futebol, sim do futebol, uma obsessão nacional, mas que não passa de uma indústria falida, dependente dos bancos, falidos, e das falidas autarquias!

Dizia eu, havia a hipótese de passar à prática a prometida centralização dos direitos televisivos, uma hipótese de seguir padrões europeus, de adoptar as regras das Ligas mais evoluídas e mais rentáveis, uma forma de todos ganharem na proporção dos seus méritos desportivos, tornando-se todos mais competitivos!

Nada feito, ninguém quer isso, queremos continuar assim, bem desiguais, com os três grandes a receberem tudo e os outros, resignados, a contentarem-se com as migalhas! Uma competição de senhores e de escravos é disso que o povo gosta. E o governo, que é do povo, também gosta. Portanto, não se intromete, com a desculpa esfarrapada da liberdade associativa!

Quando se trata de futebol, da esquerda à direita, ninguém pia, ninguém se lembra dos contribuintes. Nem da verdade desportiva.


Um Bom Ano.

domingo, dezembro 27, 2015

Postal de Boas Festas

Aqui chegados, abertos os presentes, constatámos que ainda não é desta que o Pai Natal satisfaz os nossos desejos.
Vamos olhar as ‘prendas’: - mais um banco para pagar, mais um governo de esquerda para aturar, mais funcionários públicos para sustentar, a electricidade que vai aumentar, mais uma guerra no médio oriente, pra variar! Ah, já me esquecia, e mais um livro sobre o Hitler que só Freud pode explicar!
Chocolates para adoçar.
Mas afinal o que é que pediste ao Pai Natal?!
O fim do Interregno, pra começar.


Boas Festas

terça-feira, dezembro 22, 2015

O pior dos dois mundos!

Vamos pôr a coisa assim: - o PCP quer nacionalizar o banco, o Bloco também. Salvam-se os postos de trabalho, e a economia de mercado que se lixe. O PS quer nacionalizar a economia de mercado, o PSD também. Salva-se tudo, ninguém vai à falência, os contribuintes que se lixem. O CDS não sabe o que é que quer!

Muito resumidamente é isto que se passa, o que quer dizer que o orçamento rectificativo vai passar. Com os votos do PS e com a abstenção do PSD. A esquerda apoiante de Costa vai votar contra. O CDS não sabe ainda como vai votar!
Ai, que falta nos faz um partido de direita, direita a sério. Tal como está continuaremos com todos os vícios do capitalismo e com todos os vícios do socialismo. Virtudes, nem vê-las.


Saudações monárquicas

segunda-feira, dezembro 21, 2015

A TAP e o destino português

Marcha atrás, marcha à frente, faz que anda mas não anda! Quando a corporação dos pilotos resolveu chantagear a companhia com greves e reivindicações ilegítimas, insurgi-me naturalmente como decerto muitos outros portugueses. E também expressei a opinião de que a gestão privada tem que ser a regra de qualquer empresa numa economia de mercado. Patrão estado, gestão pública, funcionários públicos com carreira assegurada, défices pagos pelos contribuintes, ausência de competitividade, isso era na falida união soviética e em outras utopias do género.

Dito isto é preciso assinalar que cada país tem as suas especificidades, e que não são mais de quatro ou cinco aqueles que deixaram atrás de si um território descontínuo ou um império cultural e linguístico que urge continuar a servir. Isto tem um preço que os portugueses não se negarão a pagar desde que o poder político se limite a defender o interesse nacional.

Ora o grande perigo nestas coisas é confundir o interesse nacional com interesses conjunturais ou corporativos. E Portugal é particularmente atreito a isso uma vez que não tem, ao contrário da Espanha ou da Inglaterra, um representante dos valores permanentes.
Daí pensar-se que incumbe ao estado proteger os postos de trabalho de uma empresa, seja ela a TAP ou a CP, e daí também a tentação ideológica, sempre passageira, que não permite vislumbrar o futuro.

Assim e sem mais delongas a TAP deve ser concessionada aos privados mantendo o estado uma posição accionista que lhe permita fiscalizar o integral cumprimento do caderno de encargos. Será sem dúvida um acordo difícil tanto mais que já se deram alguns passos contraditórios. Como em tudo, é preciso negociar, sem esquecer que o bom é inimigo do óptimo.


Saudações monárquicas


sábado, dezembro 19, 2015

Sócrates e a terceira república

Pode hoje dizer-se que o processo de Sócrates é o processo da terceira república! E depois da entrevista que o mesmo deu à TVI podemos acrescentar que a terceira república é sua prisioneira
Chegámos a este estado vindos directamente da Casa Pia, escândalo que como se lembram ameaçava liquidar o partido socialista. O que sucedeu a seguir é conhecido - Sampaio dissolveu a assembleia da república fazendo cair Santana Lopes e abrindo espaço para o consulado de Sócrates. O processo da Casa Pia foi então cirurgicamente intervencionado, e alguns dos suspeitos foram cirurgicamente inocentados. Isto é factual. A partir daqui Sócrates reinou como quis e toda a gente lhe deve favores.

Um contratempo político - a banca rota nacional - interrompeu o seu reinado! E um contratempo judicial aprisionou-o durante uns tempos em Évora! Mas o seu ascendente manteve-se. A cadeia da cidade tornou-se lugar de peregrinação, e todos os dias havia gente ilustre desejosa de prestar vassalagem ao grande líder!
Solto entretanto, e enquanto aguarda a acusação judicial, ele aí está de novo na crista da onda, a cobrar as dívidas do passado.

Sucede porém que Sócrates ainda não percebeu que está politicamente morto. Pensando que tudo lhe era permitido deixou-se enredar nas suas próprias armadilhas! E mesmo que saia disto inocentado, a verdade é que ninguém lhe perdoa o facto de ter vivido (faustosamente) da generosidade alheia. Ainda que isso possa ser uma enorme mentira. A sua carreira política portanto acabou. O que diga-se é um enorme alivio para António Costa. A única incerteza que paira no ar é se mesmo assim o PS cede à tentação de interferir novamente com a justiça! Nesse cenário a terceira república está condenada, não dura meia dúzia de anos.


Saudações monárquicas

quinta-feira, dezembro 17, 2015

Costa para durar. Passos e Portas…

A ideia de que Costa está refém do PCP ou do Bloco é todos os dias desmentida pelos factos. Catarina Martins está a viver uma lua-de-mel com que nunca sonhou! Qualquer dia muda-se para o Rato. E o PCP, embora o discurso pareça mais exigente, quer apenas manter o que lhe resta – o controle sobre os trabalhadores do estado e afins. Um sector que tem vindo a diminuir. Costa não se importa e faz-lhe essa concessão. Recebe em troca menos greves e melhores resultados em futuras eleições.

Mais aflitos andam Passos e Portas sem saberem como se hão-de divorciar! E para onde hão-de ir viver! O próprio anúncio da separação soou a falso. Passos, dizem, quer afastar-se da direita e ocupar o centro entretanto deixado vago pelos socialistas. Só há aqui um pequeno problema, um problema de natureza política - o centro só tem casas para arrendar na altura das eleições. No resto do tempo é um espaço inocupável. Tenho pena por Passos que revelou ser um político de confiança e com perfil para liderar um grande partido conservador.

Já quanto a Portas penso que perdeu uma enorme oportunidade para se justificar e justificar o CDS. Em lugar de seguir o PSD no seu apoio a Marcelo, deveria ter-se demarcado, escolhendo candidato próprio, alguém da sua área política, uma candidatura assumidamente de direita. Mas Portas está muito viciado no poder, e não arrisca a necessária travessia do deserto. Espera ainda ganhar eleições (à boleia) imaginando que Costa vai falhar em breve. Tenho pena pelo CDS que assim não sai da cepa torta.   



Saudações monárquicas

segunda-feira, dezembro 14, 2015

A ideologia das palavras

Realizou-se ontem a segunda volta das eleições regionais francesas e tal como se previa o movimento 'todos contra Marie Le Pen' acabou por vencer. Foi uma vitória curta e atendendo às alianças contra natura que entretanto se formaram, pode até considerar-se curtíssima! Os jornais noticiaram o assunto com menos ruído que o costume mas não se eximiram a catalogar o embate como uma batalha entre o bem e o mal! 
De um lado a 'frente republicana', como lhe chamam! E do outro, os maus, ou seja, a frente nacional! 

Não entro neste jogo idiótico. Para entrar teria que perguntar muito simplesmente se a frente nacional propõe nalgum capítulo do seu programa o regresso à monarquia?! Sabemos que não, e sendo assim tentar confundir o público (e o eleitorado) com chavões deslocados e ainda por cima mentirosos, não é próprio de gente honesta. Em resposta quase que apetece sugerir a Marie Le Pen que assuma então a monarquia fazendo um grande favor à França e um enorme favor à sua heroína preferida - Joana D'Arc!


Saudações monárquicas

terça-feira, dezembro 08, 2015

À espera do estado islâmico!

Hoje ainda é feriado mas já não é o dia da mãe. O estado laico e a sua propaganda transferiu esse dia para Maio, época primaveril, igualando a natureza humana aos pardais que fazem seus ninhos por essa altura. Instalada a divisão, de propósito, numa festa que dizia muito aos portugueses, fica aberto o espaço para a confusão. E é na confusão, semeando incertezas, que normalmente crescem e se fortalecem os que não vacilam nem têm dúvidas de identidade. Não admira pois que a França, republicana e laicista (tal como Portugal), tenha perdido de vista a sua matriz, e já se tenha esquecido de Poitiers! Atarantada, desfigurada, sempre a proclamar a ‘republique’, mete dó!
Portugal sofre do mesmo mal. Dominados pela franco-maçonaria há pelo menos duzentos anos vai ser muito difícil percebermos (a tempo) a origem da doença que nos afecta. Uma doença grave!

8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, rainha e padroeira de Portugal



Saudações monárquicas

segunda-feira, dezembro 07, 2015

Divergir cá e lá!

Está na moda culpar a Europa pelos males caseiros! Que devia ser solidária com os países mais pobres, mais periféricos, mais fracos. Esta é a narrativa da esquerda hoje protagonizada por António Costa.
Curiosamente este discurso não explica o que se passa em Portugal! A profunda desigualdade, a maior da união europeia, construída laboriosamente ao longo de quarenta anos! Construída com instrumentos conhecidos – a igualdade na ponta da língua e a constituição debaixo do braço.

Por isso a verdade é outra, e a verdade é que nunca fizemos as reformas internas, indispensáveis para convergirmos cá dentro, única maneira de podermos (depois) convergir na Europa.

Portanto a pergunta de um milhão de dólares é esta: - porque é que não fizemos nem tencionamos fazer o trabalho de casa?!

Só há duas respostas possíveis e vou arriscar uma delas – não fizemos porque os partidos do chamado ‘arco da governação’ nunca tiveram coragem para alterar a constituição acabando assim com os privilégios do regime. Privilégios de casta, de seita, e que pelos vistos justificam tudo – pré-banca rota, intervenções externas, diminuição de soberania, perda de independência!

Chegámos entretanto a um ponto crítico: - a Europa farta das mentiras gregas não vai concerteza ouvir agora as mentiras portuguesas. Dirá muito simplesmente – façam favor de se organizar, de fazer as reformas que prometeram fazer, sem as quais nunca conseguirão levantar a cabeça. E depois conversamos.



Saudações monárquicas 

quinta-feira, dezembro 03, 2015

Virar a página – reconfigurar a direita!

O debate de hoje pouco interessa, os dados estão lançados. Não vale a pena continuar a remoer uma derrota amarga, derrota previsível mas não prevista como fez questão de salientar António Costa. Há que virar a página e centrar o discurso nas causas da direita, aquelas que são distintivas, em lugar de prolongar o papel de bom aluno da troica, espiando e temendo que o governo socialista não cumpra o que prometeu! Que gaste o dinheirinho que juntámos! Uma estratégia incompreensível, em primeiro lugar porque menospreza as capacidades de Costa, o que quanto a mim é um erro crasso, e em segundo lugar porque se Costa falhar será obviamente penalizado em próximas eleições. Também não percebo a moção de censura se o objectivo é apenas ficar com uma foto de família da frente esquerda! O adversário principal da direita é o partido socialista e não os seus companheiros de jornada. PCP e Bloco são problemas de Costa, não nossos.

Aqui chegados, chegámos à parte mais difícil! Mas afinal quais são as causas da direita?!
Bem, este não é o local mais apropriado para elencar uma plataforma de combate político, ainda assim não será muito difícil definir alguns princípios comuns:

Antes de mais, a direita distingue-se na política pela seriedade e rigor. É um handicap em relação à esquerda, por natureza golpista, mas terá de ser assim. Depois, e olhando para dentro, a direita preocupa-se com o país real, não sendo portanto dada a grandes abstracções e utopias. A direita quer um estado forte e competente, não quer um estado gordo. Gordo de clientelas e inutilidades. A direita cultiva a tradição porque sabe de onde vem, logo sabe o caminho. Neste sentido e olhando para fora, reconhece as comunidades que ajudámos a construir sendo elas uma prioridade da nossa política. Na união europeia somos portugueses e somos parte de um projecto de países soberanos. Assim, nunca confundimos convergência com integração. Como pessoas de bem cumprimos os tratados e convenções que assinámos. Mas não abdicamos de os rever, ou sair deles, quando se tornem leoninos ou absurdos.
Por fim e face aos grandes desafios que se colocam no plano mundial, nomeadamente as ameaças aos valores que professamos, e que decorrem da matriz cristã que nos moldou, saberemos defendê-los, sem tibiezas, tal como já os defendemos no passado.

Estes são princípios e desígnios que neste momento não têm representação parlamentar e por isso reclamam uma reconfiguração da direita. Da direita que não temos.



Saudações monárquicas

terça-feira, dezembro 01, 2015

Independência, flâmula azul...



Independência, flâmula azul, doce epopeia, no largo mar, nos mares do sul!

Não te renegas! Que pena tenho Timor em não ser do teu tamanho!

Aqui ninguém se entende, nem compreende essa ousadia!

Celebrar a independência e o império no mesmo dia!

Aqui tudo se vende. A indigência e a hesitação, vivem paredes meias, com a ambição!


Se bem me lembro hoje é Dezembro, por todo o lado, mas ninguém sabe, 

nem quer saber, porque é feriado?!     

segunda-feira, novembro 30, 2015

Os Costas a comunicação social e o 25 de Novembro!

Comecemos pela comunicação social, seguidista por natureza, perseguida pelo velho dilema – arriscar ou não o emprego, incomodar ou não o patrão - quando o patrão afinal não é bem patrão, é um lugar geométrico entre o estado, a banca e uma série de corporações, mais ou menos secretas! É assim que podemos assistir, no meu caso não assistir, ao irmão do Costa primeiro-ministro continuar a comandar mesas redondas sobre a situação política actual fingindo uma imparcialidade que evidentemente não pode ter. É um exemplo sobre uma comunicação social que adora Costa desde o início e não consegue esconder ou disfarçar o seu complexo de esquerda!

O 25 de Novembro vivi-o eu, tal como já tinha vivido o 28 de Setembro e espanta-me que 40 anos passados ainda não tenha ouvido ninguém dizer a verdade sobre esse dia! O Partido comunista, o grande conspirador desde sempre - desde Vasco Gonçalves, primeiro-ministro, até ao almirante Rosa Coutinho apoiante do MPLA, passando pela Quinta Divisão, órgão político das forças armadas, responsável pela agitação que então se vivia nos quartéis, sem esquecer as ocupações de terras e a guerra latente entre o norte e o sul do país – o partido comunista, dizia, acabou por ser ilibado graças ao gesto ‘magnânimo’ de Melo Antunes, que atirou com todas as culpas para a extrema-esquerda! E para o Otelo! Disse então Melo Antunes que o PCP fazia falta à democracia portuguesa!

Os verdadeiros vencedores, Jaime Neves, à frente dos Comandos, o general Ramalho Eanes que conduziu a resposta ao golpe, Pires Veloso e as populações católicas do norte que se opuseram aos comunistas, ouviram a proclamação de Melo Antunes em silêncio.


Esta é a história do dia 25 de Novembro.


Saudações monárquicas 

sexta-feira, novembro 27, 2015

Um governo familiar!

Familiar em todos os sentidos! Familiar porque o núcleo duro do governo já é conhecido dos portugueses desde a Casa Pia. As mesmas caras, as mesmas inclinações, o mesmo discurso arrogante, de quem se sente dono do país! A única diferença é que trouxeram agora as filhas, os filhos, as mulheres, os maridos, os afilhados, ou seja, a família toda. Nestas condições temo que seja difícil desalojá-lo! 

Mas este governo também nos é familiar na medida em que a grande maioria dos seus membros habita nas imediações do orçamento de estado. Nem sabem viver de outra maneira. A subida ao governo é apenas mais um passo na carreira. Não é de esperar portanto que desfaleçam nas decisões que venham a tomar para favorecer os seus colegas funcionários e equivalentes. Ficará tudo em família.

Para tapar o sol com a peneira temos os reformados. Mas aqui funcionam as percentagens. Assim enquanto as reformas de miséria receberão um eurito e tal, as do estado, sempre mais altas, recebem mais.  

Conclusão: - o monstro e a sua família vão bem muito obrigado.



Saudações monárquicas

terça-feira, novembro 24, 2015

Ontem, hoje e amanhã…

Roubei o título ao José Cid mas foi só o título porque a crónica segue longe, muito longe, de um romance para a vida! Estamos no terreno lamacento da política, da política à portuguesa. Ontem ainda havia uma certa esperança, a esperança de que o presidente da república fizesse jus ao semi presidencialismo constitucional, hoje porém rendeu-se a António Costa, e indigitou-o para formar governo.

Costa ganhou este primeiro combate e tudo indica que será incensado nos corredores do palácio do Rato, mas o país permanece em silêncio e o mais provável é que depois de um golpe bem sucedido, as pessoas caiam em si e olhem o dia de amanhã com mais dúvidas do que certezas.

O regime mudou, as contradições e os choques que esta crise revelou puseram a nu aquilo que havia sido escondido ou dissimulado para manter de pé o tal arco da governação. No fundo a alternância no poder de dois partidos iguais - o PS e o PSD. Costa acabou com isso. A alternância no futuro será entre a esquerda e a direita, uma direita que actualmente não existe mas que Costa inevitávelmente convocou.

A lei eleitoral terá obrigatóriamente de ser reformulada, para cumprir a constituição, e o semi presidencialismo será clarificado. O regime ou resvala de vez para o parlamentarismo, ou então, o que é menos provável, acentua a sua vertente presidencial. Neste meio-termo não fica. A monarquia depois do pó assentar e do cansaço que a crise permanente há-de provocar, poderá ter a sua vez. A alternativa é novamente um regime de chanceler com outro Salazar.



Saudações monárquicas

segunda-feira, novembro 23, 2015

A fraude compensa?

Estamos em vésperas de mais um 25 de Novembro, quarenta anos depois daquele que deu início a esta terceira república, e pelo que nos é dado observar também devemos estar próximos do seu fim.

Com efeito quando o presidente da república se vê forçado a entregar o governo a quem perdeu as eleições, porque de repente alguém nos quer convencer que os deputados têm a mesma legitimidade representativa que o presidente da república! E quando ao mesmo tempo um ex-primeiro ministro, indiciado por crimes graves, organiza almoçaradas de apoio não se sabe bem a quê! Quando tudo isto acontece com a maior das naturalidades! Temos que concluir que um país destes não pode ser levado a sério.

Sobre o golpe do Costa não é de mais lembrar que se trata de uma fraude. Já expliquei que embora a constituição diga que os eleitores votam em deputados, a verdade é que a lei eleitoral, habilmente arquitectada, ilude este princípio, acabando os eleitores por votar em partidos! Neste sentido podemos até dizer que a lei eleitoral é inconstitucional!

Na realidade os deputados são agrupados em listas e quem os escolhe para essas listas são os respectivos chefes partidários. Nestas condições os eleitores não podem responsabilizar os deputados pelo seu desempenho. A fraude está aqui. E é por isso que a assembleia da república, ao contrário do que sustentam os golpistas, não tem uma representação directa dos eleitores. Não há ali portanto nenhuma maioria óbvia a sustentar a vontade popular.

Cavaco Silva, esse sim, tem representação directa do eleitorado, mas colocou mal a questão desde o início. A questão é de fraude política, o eleitorado sente-se defraudado, e Cavaco insistiu em tratar o caso como se não houvesse golpe. Deveria ter cortado cerce a aventura do Costa usando argumentos de natureza política e sem medo de colocar em crise a capacidade dos deputados para impedirem o governo eleito de governar. Teria (ou terá!) de ser assim se queria salvar a ‘sua’ terceira república.

Quanto ao último episódio Sócrates, ele é tão penoso e tão triste que não me vou alongar em grandes comentários. Alerto apenas para a possibilidade de haver ligação entre o golpe do Costa e a agitação socrática.

Saudações monárquicas



Nota importante: Já depois de ter escrito este postal tomei conhecimento das exigências que Cavaco fez a Costa. Exigências por escrito. O PS diz que vai mandar uma carta a dizer que sim a tudo, enfim, uma brincadeira. Não sei se isto é para levar a sério mas Cavaco Silva tem uma derradeira oportunidade para sair bem deste filme. Nem que renuncie alegando o seguinte: que não dá posse a um governo que não se compromete verdadeiramente com nada; e que a sua renúncia é o processo mais rápido para devolver a palavra aos portugueses.
Mas pelo andar da carruagem não vai ser nada disto que vai acontecer. Cavaco não terá uma saída limpa e Costa terá a sua entrada suja. É o país que temos... e que queremos ter. 

sábado, novembro 21, 2015

‘Assumi a liberdade, arcarei com a responsabilidade’!

Era bom que assim fosse mas não é! A frase que escolhi para título é de Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça do anterior governo, actual deputada do PSD, e que votou, juntamente com a esquerda, a adopção de crianças por 'casais' do mesmo sexo.

Tal como Paula Teixeira da Cruz houve mais dezanove deputados da chamada ‘coligação de direita’ que ‘adoptaram’ o mesmo procedimento. O PSD e o CDS tinham dado liberdade de voto, o que nas actuais circunstâncias da lei eleitoral significa apenas dispensa da disciplina partidária. Explico melhor:

Na realidade Paula Teixeira da Cruz não assumiu a liberdade, limitou-se a aproveitar a liberdade que o partido lhe concedeu para votar como quis. E não vai arcar com responsabilidade nenhuma porque nenhum eleitor lhe vai exigir essa responsabilidade. E não vai exigir porque nenhum eleitor a escolheu para ser deputada.

Paula Teixeira da Cruz foi apresentada aos eleitores, tal como todos os outros deputados, numa lista partidária e quem a escolheu foi o chefe do seu partido. A responsabilidade individual pressupõe uma escolha individual e isso não aconteceu em relação aos eleitores. Quando muito irá penalizar o partido nas próximas eleições mas isso tem pouco a ver com os seus temores.

A conclusão é óbvia e toca no cerne da nossa vida politica: - enquanto perdurar esta lei eleitoral a assembleia da república está diminuída. E está diminuída naquilo que é essencial - na liberdade e na responsabilidade. Duas condições essenciais à democracia.



Saudações monárquicas

quinta-feira, novembro 19, 2015

Costa longa vida – com prazo de validade!

O melhor iogurte do mercado! Quem disse que não éramos como a Grécia?! Vamos ser, sim senhor. A diferença é que o nosso Tsipras não precisa de ganhar eleições. Verdade se diga que também não vem da extrema-esquerda. Vem do PS, um partido menos delirante.

Mas a política portuguesa é uma caixinha de surpresas! Então não é que Cavaco Silva também vai levar a sua avante?! Isto vai ser assim: - ou ganham todos ou não ganha ninguém! Descodifiquemos o iogurte:

O primeiro ganhador será Costa o que prova que neste país a fraude compensa. Mas só compensa um bocadinho o que também faz parte da índole nacional. É tudo em ‘inho’! Costa será indigitado e aceitará agradecendo a Cavaco a oportunidade soberana para mostrar os seus dotes florentinos, especialmente a manilha de trunfo que lhe vai permitir manter os seus parceiros à esquerda em sentido e ao mesmo tempo exigir a colaboração de PSD e CDS sem estes torcerem o nariz. Cavaco oblige! É o melhor dos mundos e só tem contra si o pouco tempo do governo de transição e a quadratura do círculo que é o seu programa de governo! A legitimidade pessoal que (também) não tem, o golpe, e outras malfeitorias, serão pagas mais tarde, no tempo certo.

O segundo ganhador será Cavaco Silva que finalmente irá ver cumprida a sua grande aspiração: - teleguiar o próximo governo! Segundo consta irá indigitar Costa com algumas garantias: - que este se demitirá a breve prazo (o prazo não sabemos*) para que possa assim legitimar o seu governo de transição. Tsipras fez o mesmo e ganhou. Costa poderá não ganhar as próximas eleições. É o risco que tem que correr para ser agora indigitado.

A esquerda, PCP e Bloco, também ganham qualquer coisa. Ganham espaço para fazerem barulho durante uns tempos. Já não é mau se tivermos em linha de conta que a outra opção seria um governo de gestão com Passos, ou de iniciativa presidencial, que mesmo chumbando no Parlamento, ficaria também em gestão.

Passos e a coligação também ganham. Haverá a garantia de eleições antecipadas e apenas dependem da performance de Costa. Ficam entretanto obrigados (será uma exigência de Cavaco) a colaborar com o governo de Costa nas questões relacionadas com os nossos compromissos europeus e internacionais.

Marcelo finalmente também ganha. Se esta solução se concretizar já pode dormir descansado. A direita não vai insistir para que clarifique a sua posição sobre se dissolve ou não o Parlamento. A prometida demissão de Costa resolverá o assunto.

Inconvenientes?! Para já, vejo dois:
- A fraude eleitoral, embora mitigada pelo prometido tira-teimas, não se apagará da memória dos eleitores. A terceira república, nesse aspecto, ou se reforma rápidamente (estamos a falar da constituição) ou tem os dias contados.
 - Em segundo lugar a palavra de Costa não é segura além de que os acontecimentos (nomeadamente externos) podem entretanto dar uma reviravolta nisto tudo. Veremos.



Saudações monárquicas


(*) A data da demissão de Costa, no sentido de legitimar a solução governativa que tem vindo a propor, não pode deixar de ser em Abril do próximo ano, quando já for possível haver eleições legislativas. E a exigência que Cavaco certamente lhe fará de tornar público tal compromisso, não vai permitir que Costa volte com a palavra atrás. Penso eu de que...

quarta-feira, novembro 18, 2015

Os infiéis!

Os infiéis somos nós e já nem reclamamos! Noutros tempos, no tempo das convicções devolvíamos o insulto. Agora não, enfiamos a carapuça com gosto!
Também nos chamam cruzados mas é um exagero! Os nossos combatentes já não empunham a Cruz, já não têm fé, para o combate levam apenas bombas e drones! E uma religião de estado – o laicismo!

Religião sem Deus e cuja catequese é hoje ensinada com zelo nas escolas públicas europeias sob a supervisão dos comissários de Bruxelas. Aconselha a retirar os símbolos religiosos (os da nossa religião, entenda-se!) dos locais públicos e se algum ministro ou funcionário invocar Deus no exercício das suas funções deverá ser imediatamente censurado. Entretanto permite-se que se construam mesquitas por todo o lado!

Esta generosidade não foi inocente. O inimigo principal era o catolicismo e havia que o desvalorizar de qualquer maneira. Terão pensado que a seguir fariam o mesmo com os islamitas, mas enganaram-se. O rasto de vítimas inocentes prova exactamente o contrário. Grita-se então - aqui d’El Rei!
Bem precisávamos dele agora, como precisamos de uma Europa forte, convicta, uma Europa com alma, igual à que fez triunfar a civilização cristã sobre os infiéis!

Essa Europa, infelizmente, está desaparecida! O que se prepara é um contra ataque com um exército de humanóides, um exército descrente, enquanto na rectaguarda se vai cantando o ‘Imagine’ ou outra preciosidade do género! Tal exército será fácilmente vencido ainda que possua bombas para todos os gostos.


E o mais dramático é que nesta Europa farta e fútil, cheia de direitos e sem deveres, já nem os seus filhos querem ficar! Correm a alistar-se no campo inimigo que promete uma falsa eternidade, mas ainda assim eternidade. 

sexta-feira, novembro 13, 2015

A Legitimidade!

Numa entrevista à Rádio Renascença o Senhor Dom Duarte, Chefe da Casa Real Portuguesa invocou a lei para compreender a solução governativa representada por António Costa. É uma declaração importante e eu como monárquico devo tê-la em conta. Assim farei.

Tal não me impede de pensar e de escrever o que penso acerca dessa possibilidade. Possibilidade que continuo a considerar altamente perigosa pela instabilidade que poderá criar no País. País onde se incluem, não esqueçamos, as Regiões Autónomas.

É perigosa, não porque António Costa não tenha capacidade para tal, é perigosa porque o comum das pessoas, a sua grande maioria, votou convencida que o duelo eleitoral se travava entre Passos Coelho e António Costa, ou entre a Coligação e o PS. É o costume eleitoral, são quarenta anos de exercício. Para essas pessoas não existem dúvidas, nem preciosismos constitucionais. Para elas quem ganhou foi Passos Coelho e quem perdeu foi António Costa. Não podemos fugir a isto. Portanto, quando lhes falam na eventualidade de um governo liderado por quem perdeu, não aceitam e sentem-se naturalmente defraudadas.

Acresce que a hipótese de um governo de frente esquerda (é assim que as pessoas o veem) foi deliberadamente escondida dos eleitores. E foi escondida porque haveria o justo receio de que os resultados eleitorais penalizassem tal entendimento. E mais uma vez estamos perante uma fraude eleitoral. Uma segunda fraude.

Pois bem, a história ensina que as grandes confrontações começam normalmente por incidentes que julgamos menores. Não será preciso recordar os motivos da guerra civil entre D. Pedro IV e seu irmão D. Miguel, bisavô do actual pretendente. Basta atentarmos na primeira república e nas tropelias eleitorais do partido republicano. Curiosamente liderado por um Costa! Basta recordarmos a guerra civil de Espanha e a fraude eleitoral que a despoletou. São apenas exemplos onde a legitimidade esteve em causa.



Saudações monárquicas

quinta-feira, novembro 12, 2015

Os intérpretes constitucionais!

Eles são tantos e tão variados que o melhor é meter a constituição na gaveta. Não serve, serve interesses partidários, e pese as várias revisões já efectuadas, nunca se libertou da sua origem esquerdista. Não representa portanto o todo nacional. Além do mais, perseguindo a utopia de ser perfeita (um tique de esquerda) é demasiado longa, acabando assim por se tornar obscura! Daí a razão de haver tantos intérpretes e tantas interpretações.

Em momentos de crise absoluta, momentos que se adivinham cada vez mais frequentes, somos obrigados a tentar interpretá-la, e fazemo-lo, naturalmente, de acordo com os nossos interesses. Assim, para um monárquico a questão essencial é sempre a legitimidade. Neste caso a legitimidade de quem ganhou as eleições. E estamos a falar de legitimidade política porque é nesse terreno que as coisas se devem colocar. Invocar a legalidade formal para impor soluções políticas é baralhar as questões. É subverter no parlamento a vontade expressa nas urnas. Dizer, como alguns sugerem, que um governo minoritário* do PS liderado por António Costa representa a vontade maioritária dos eleitores é um embuste. E um embuste, se for legal, quer apenas dizer que a lei que lhe dá cobertura pode até existir, mas não vigora. Qualquer estudante de direito aprende isso no primeiro ano. E todos devem resistir a uma lei desse género. A começar pelo presidente da república. Ele jurou a constituição mas não na parte em que possa acolher a manipulação das eleições.

Sabemos que uma decisão de Cavaco Silva que não satisfaça os desejos da frente esquerda e os interesses de alguns oportunistas, pode causar alguma instabilidade e protesto na assembleia da república. No entanto é preferível circunscrever a instabilidade a 230 deputados do que alargá-la a toda a nação. Não tenhamos dúvidas, a viabilização de uma solução politicamente ilegítima é uma ferida que nunca cicatriza. E infectará tudo à sua volta.

Termino - Costa, faça os milagres que fizer, desfaça ou não, e é provável que desfaça, quer o Bloco quer o PCP, ninguém, no fim, lhe agradecerá coisa nenhuma. Todos se hão-de lembrar que tudo o que conseguiu é o resultado de um saque, de uma traição imperdoável.

E agora, como nunca, tem a palavra o presidente da república.



Saudações monárquicas


* Não se faz aqui referência à 'posição conjunta', símbolo da falta de acordo entre PS, Bloco e PCP, porque isso seria faltar ao respeito aos leitores deste blogue. O que não existe, não existe. 

quarta-feira, novembro 11, 2015

De poder a poder!

A expressão é tauromáquica e corresponde àqueles momentos em que perante a violência das forças adversas é necessário responder com todo o poder de que dispomos. Neste sentido a pergunta é legítima - e se Cavaco romper também ele com as convenções?! E se resolver ser inédito e pensar apenas em salvar o que é mais valioso?! E não há nada mais valioso que a democracia, que a vontade livremente expressa pelos portugueses em 4 de Outubro passado. Vontade clara, sem manipulações ou sofismas!
Porque ninguém ignora, nem ele por certo, que uma solução governativa que contrarie aquela vontade é sempre ilegítima, nenhuma constituição democrática a pode justificar. E também sabemos que o que é ilegítimo não tem cura, terá que ser relegitimado em novas eleições. A não ser assim a terceira república estará ferida de morte.

Por consequência, o dilema é simples: - Cavaco Silva ou fica na história por ter sancionado um embuste, ou pelo contrário, marcará o seu tempo e o futuro de Portugal pelas melhores razões. As razões em que ele de facto acredita.



Saudações monárquicas

A parte invisível

No postal anterior referi-me à parte visível do plano Costa. Falta a outra parte, a invisível, aquela que se oculta na estranha unanimidade socialista e no estranho comportamento do candidato presidencial da 'direita'!

Comecemos pela primeira estranheza: - é normal que a perspectiva de poder arrefeça rivalidades internas, atire para o esquecimento a 'ética republicana' ou produza inesperadas afinidades. O que não é normal é o PS aceitar correr enormes riscos numa aliança inédita e com parceiros (até à data) indesejáveis! Isso só é compreensível à luz de um perigo maior, como por exemplo, os processos judiciais em curso contra Sócrates. Não vejo outra lógica. É preciso não esquecer que a acusação do processo principal está para breve, e é expectável que surjam factos, nomes e conivências que atingirão naturalmente o partido. No fundo, e com Costa no poder, os socialistas esperam que aconteça o mesmo que aconteceu ao processo da Casa Pia.

A outra estranheza prende-se com a atitude do candidato presidencial da 'direita' face ao sentido de voto dos portugueses! E o que disse Marcelo?
Disse que é favorável à estabilidade e que não é apologista de eleições de seis em seis meses para a assembleia da república! Declarações que a direita não gostou de ouvir mas que funcionaram como o santo e a senha para Costa prosseguir nos seus esforços para chegar ao poder. A garantia estava dada - o (único) candidato presidencial da direita não o incomodaria. Por coincidência ou não, Costa apressou-se a retribuir a gentileza declarando que o PS dava liberdade de voto aos seus militantes no que toca às eleições presidenciais. Não me lembro se foi depois disso que Marcelo anunciou a sua candidatura...

Em suma, se juntarmos o visível ao invisível podemos concluir que com Costa ninguém pode estar seguro!!!



Saudações monárquicas

terça-feira, novembro 10, 2015

Que fazer com este Costa?!

Com o maior desplante, com falsos argumentos, evitando o contraditório, Costa ultrapassou o primeiro obstáculo - derrubou o governo que ganhou as eleições! Precisa agora de ser indigitado pelo presidente, objectivo que ainda não está assegurado. Conta para isso com a pressão do PCP e do Bloco, além da comunicação social que sempre lhe foi favorável. Se conseguir chegar a primeiro-ministro ganhará a parada.

O seu plano, na parte visível, é linear: - primeiro avançará com as medidas despesistas, popularuchas, aquelas que agradam a Jerónimo e Catarina. Mas que ao mesmo tempo lhe trarão popularidade. Depois, quando se tratar da Europa e houver necessidade de contrariar as expectativas dos seus parceiros de derrube, poderá então trai-los provocando novas eleições. E aí já terá feito o suficiente para as ganhar. Que ninguém pense que Costa deixará degradar a situação das contas públicas ao ponto de prejudicar a sua reputação. Ele agirá na hora própria.

O dano que fez ao país com a sua conduta é de outra ordem. Tem a ver com a democracia, com a manipulação do voto dos portugueses. Esse dano é irreparável mas demorará ainda algum tempo até que chegue o ajuste de contas. Entretanto só Cavaco Silva pode travar o plano de Costa. É duvidoso que o faça invocando apenas, como tem feito até agora, argumentos de natureza económica e financeira. O problema é mais grave, põe em causa a terceira república.

Saudações monárquicas

segunda-feira, novembro 09, 2015

A farsa – últimos capítulos!

À hora a que escrevo ainda não começou na assembleia o pseudo debate sobre o ‘programa do governo que ganhou as eleições’ (PGGE), sigla porque ficará a ser conhecido para o distinguir do outro – o ‘programa de governo de quem perdeu as eleições’ (PGPE). Portugal, neste aspecto, pode ser pobre em tudo, menos em programas de governo e fome de governar! Com efeito, dois governos simultâneos, dois programas de governo, duas promessas de felicidade, à escolha, convenhamos que os portugueses não se podem queixar.

Não vou tentar adivinhar a próxima cena, tão evidente parece o chumbo do PGGE. Mas o desenrolar da peça, o seu guião, não é difícil de prever! Em Hollywood produzem-se muitos filmes com o mesmo enredo: - três meliantes assaltam um banco com sucesso. A seguir cada qual pretende ficar com o saque só para si e nesse sentido todos têm um plano para eliminar os outros dois. Um cinéfilo calejado sabe que o fim é mau para os três. E no caso de algum sobreviver só no exilio poderá gozar da fortuna. O único interesse reside na forma como tudo se vai processar. A substância está á vista de todos.


Saudações monárquicas

sexta-feira, novembro 06, 2015

Nuvens no horizonte

Estou hoje bastante mais céptico do que o costume. Alguma esperança que tenho alimentado nestes dias, esperança de que enfim triunfasse o bom senso, que os que ganharam as eleições governassem, e os que perderam se constituíssem como oposição, enfim aquilo que é normal se quisermos respeitar o sentido de voto dos eleitores, mas não, pelo rumo que as coisas estão a tomar não me parece que Cavaco Silva tenha coragem para não empossar o Costa. A sede de poder é muita, há-de aparecer um acordo, um acordo de ocasião, pois como diz o ditado, 'a ocasião faz o ladrão'! 

No fundo isto tinha que acontecer. Rebuscando nos meus escritos há muito que previ que esta terceira república acabaria como a primeira. Só não esperava que fosse desta forma, com uma sabotagem tão escandalosa ao acto eleitoral!

Depois é simples. A demagogia galopante, o devorismo do poder, a guerra civil latente, instabilidade, banca rota, e a perda definitiva de qualquer espécie de soberania. É dos livros, quem não sabe governar-se, terá que ser governado por outros. No nosso caso, pelos credores.

E cumpre-se uma lei da física - a atracção pelo abismo existe mesmo!


Saudações monárquicas

quinta-feira, novembro 05, 2015

O verbo enganar!

Em Portugal este verbo tem muito que se lhe diga. Desde a moçoila que foi enganada pelo namorado e gostou, até ao pobre coitado que foi desenganado pelos médicos e acabou por morrer, o verbo vai cumprindo a sua função enganadora e chega aos nossos dias, pujante, com mais uma série de enganados!

São os enganados do BES, como já foram os enganados de outros bancos, são os desenganados da política que se abstêm de votar em grande número (43%) e temos agora os enganados das eleições! Entre os quais me conto!

E a floresta de enganos prossegue e não se vê forma de acabar com o verbo. Está tudo nas mãos de Cavaco Silva. Só ele pode evitar que um bando de enganadores, engane um país inteiro! Sr. Presidente não nos desengane!

Saudações monárquicas



Nota: Já depois de escrito o postal pus-me a pensar se os portugueses merecem ou não ser enganados?! A verdade é que nos pomos a jeito. 

quarta-feira, novembro 04, 2015

Afinal o governo de gestão já é possível!

Depois de sermos metralhados pelos golpistas (e seus companheiros de viagem) que o governo de gestão era uma coisa péssima, impensável, que o país ía à ruína, inclusivé, que o Passos Coelho não aceitava, etc. etc, afinal esse cenário volta a ter consistência perante a eminência de um desgoverno ilegítimo, pior que péssimo, e com a garantia de levar mesmo o país à ruína! Por isso venho repetindo – Cavaco só dará posse a Costa se quiser!

E se quiser, ou pensar que não tem outra alternativa, ficará para sempre ligado à subversão do regime, que é o menos, mas sobretudo ao completo desrespeito pela vontade dos portugueses, que é o mais importante.

E já que as 'maiorias' agora se expressam pela negativa, também estou autorizado a afirmar peremptóriamente: - nas urnas, a maioria dos eleitores disse que não queria que o PS fosse governo e que o Costa fosse primeiro-ministro!



Saudações monárquicas


Notícias do mundo: - Segundo um ranking organizado anualmente pelo 'Legatum Institute do Reino Unido', nos trinta países mais prósperos, considerando na prosperidade uma série de índices que vão do rendimento até ao bem estar dos respectivos cidadãos, Portugal aparece na vigésima sétima posição. A análise reporta-se a 142 países. 
Escusado será acrescentar que nos dez primeiros lugares estão nada mais, nada menos, do que sete países que vivem em monarquia! Aqui vão eles e por ordem - Noruega, Suiça, Nova Zelândia, Dinamarca, Canadá, Suécia, Austrália, Finlândia, Holanda e USA. 
Mais, quase todas as monarquias conhecidas (Reino Unido, Luxemburgo, Bélgica, Japão, Espanha) estão nestes trinta lugares!    

segunda-feira, novembro 02, 2015

Acordo secreto faz sentido!

Tenham paciência, são as normas da casa. Vocês sabem perfeitamente que os partidos, quase todos eles, são dominados por sociedades secretas, maçonarias para todos os gostos, e estas agremiações têm o seu peso. Portanto faz todo o sentido que o acordo seja secreto. E quando for revelado não o será na totalidade. Os profanos apenas conhecerão aquilo que as suas capacidades puderem alcançar. Parece brincadeira mas não é. Veja-se o silêncio dos notáveis! Veja-se  gritaria dos neófitos! São tudo indícios seguros de que o acordo está de acordo. Com quê não sabemos nem temos nada que saber. Só não percebe isto quem for mal intencionado.

A única dúvida são os comunistas.

Quando  URSS existia e o PCP era filial do PCUS, os seus membros estavam proibidos de pertencer a qualquer maçonaria. Para não dividir obediências. Mas desde que a Sede faliu as coisas mudaram e já houve alianças. Hoje o PCP é um partido reaccionário que se agarra à vida como pode! Conseguiu algum enraizamento em determinadas zonas, ainda domina sindicatos importantes, mas não tem margem para crescer. É um partido residual. Este acordo com os seus concorrentes eleitorais (PS e Bloco) é perigoso. Pode ser mortal. Por isso reserva-se. É o ponto nebuloso do acordo.

E nós?! Cá vamos vivendo. Entre nuvens e segredos o povo fica de lado. E Portugal adiado. Rimou.

Saudações monárquicas

sábado, outubro 31, 2015

Cavaco Silva só indigita Costa se quiser!

Neste último discurso, sem querer (ou talvez não), Cavaco Silva deu uma ajudinha às negociações do Costa! O regozijo do Galamba, logo a seguir, não deixa dúvidas. Ao ser tão meticuloso nas linhas vermelhas da estabilidade, da credibilidade e, muito importante, da coerência, o presidente da república encostou o Bloco e o PCP às cordas. Estes, obviamente, não gostaram do discurso. O ‘acordo’ está agora mais periclitante.

Mas deixemos o ‘acordo’ que há-de justificar o assalto ao poder, acordo que nem sabemos se existe, fixemo-nos antes no plano urdido na sombra para lá chegar! Estou a falar da campanha de intoxicação que degrau a degrau estabeleceu um facto quase consumado. O facto quase consumado de que Costa e a sua coligação negativa têm legitimidade para governar. Falta o quase, está nas mãos de Cavaco, e corresponde ao título deste postal.

Primeiro foi preciso ultrapassar esse pequeno (grande) obstáculo, a saber: - a vontade expressa pelos eleitores nas urnas!
Discutiu-se a muito a questão, a maior parte das vezes com grande sobranceria, estabeleceu-se que a legalidade se sobrepunha à legitimidade, vingando por fim a tese (extraordinária!) que a constituição ‘acomodava’ uma solução que (todos) os eleitores desconheciam e que portanto nela não votaram! Este foi o salto mortal que nos obrigaram a dar, com a conivência, como sempre acontece, de alguns ingénuos e muitos espertalhões.

A partir daqui nada mais interessa. Acordo assim ou assado, gestão boa ou má, são tudo trocos, moedas de tostão. Pois se a vontade dos eleitores não conta, pois se constituição serve para tudo e para nada, só um acto individual de grande coragem pode evitar a fraude que se perspectiva. Não chegam linhas vermelhas, isso não vai resgatar as eleições. Ser chefe de estado tem os seus riscos…


Saudações monárquicas

sexta-feira, outubro 30, 2015

O dilema do regime

Como tenho afirmado joga-se nestes dias o destino do regime, entendendo por regime, a terceira república, a respectiva constituição e o seu semipresidencialismo. Para além de outros desastres anunciados. Não é por acaso que Mário Soares se tem mantido num prudente silêncio!

Expliquemo-nos. O semipresidencialismo português tem resultado graças a um conjunto de circunstâncias irrepetíveis, a saber: - todos os presidentes constitucionais, à excepção de Cavaco Silva, ou foram protagonistas da revolução ou têm um passado esquerdista. Esse facto, em momentos crise, tem proporcionado um razoável relacionamento com a assembleia da república. Assembleia onde predomina o pensamento de esquerda, incluindo nessa esquerda os sociais-democratas espalhados pelo PS e pelo PSD.

Surge agora um primeiro momento de grande fricção constitucional e que vai pôr á prova o famoso semipresidencialismo. E não tenho dúvidas, trata-se de mais uma máscara de Abril que está prestes a cair. Só há semipresidencialismo quando convém. Desde logo nas interpretações literais da constituição como se ela fosse um corpo morto à nascença. Pois se está morta enterrem-na!
Depois todo esse coro de comentadores que todos os dias limitam os poderes presidenciais, e a respectiva capacidade de manobra! Como se ele fosse um autómato, um boneco articulado!

E termino com um repto à Jerónimo de Sousa – Cavaco Silva só dará posse a António Costa se quiser!
Se não o fizer defenderá o regime, fará jus ao semipresidencialismo constitucional, que só é entendível à luz de um acordo entre a vontade do presidente e a vontade da assembleia. Não basta dizer que se aceita a indigitação de Passos Coelho para logo a seguir rejeitar o seu programa de governo. Porque quem votou Passos também votou para ele governar.


Saudações monárquicas

quinta-feira, outubro 29, 2015

Fronteiras da decência - o suplício

Se vier a acontecer, como era inevitável que acontecesse, teremos obviamente que suportar uma série de dislates, incongruências, verdadeiras aberrações, que farão desta terceira república (nos mesmos termos que a primeira) um exemplo a não seguir. Durará meia dúzia de anos, nem tanto. Mesmo assim é demasiado. Neste intervalo o maior suplício será conviver com a indecência, com a idiotice, com a traição.

Sem ir á questão de fundo - a previsível banca rota, o acirrar da guerra civil permanente, a queda do que resta de uma comunidade com história – limitando-me apenas aos efeitos epidérmicos, será ainda assim um suplício!

Podemos desligar a televisão, deixar de ler os jornais, fingir que estamos contentinhos, que a memória, e o espírito que nunca adormece, irão trazer-nos as imagens que repudiamos. Exemplos: - o dedinho espetado de Catarina Martins a dar lições de moral a quem a queira aturar; o sorriso golpista do Costa; a sua comitiva de desempregados públicos a bolsar banalidades e mentiras. Imagens difíceis de apagar. Serão o nosso suplício.


Saudações monárquicas

quarta-feira, outubro 28, 2015

Os últimos dias…

As últimas frases

As palavras ocas

Os rostos sombrios

A traição latente

Cem mil artefactos

Os mil candidatos

A vergonha ausente

Não tenho a certeza

Se é da natureza

Mas é indecente!

segunda-feira, outubro 26, 2015

Política doméstica

‘(…) Cabe aos deputados decidir se o governo deve assumir as suas funções em plenitude (…) ‘. Eis o enigma do discurso presidencial!

A partir daqui, e como já foi salientado por alguns comentadores, podemos concluir que Cavaco Silva, no caso do programa de governo ser chumbado, ainda terá alguma margem de manobra. Pondo de parte por ora a hipótese (possível) de um governo de iniciativa presidencial, cenário que Cavaco sempre excluiu, o que se afigura mais provável é a seguinte alternativa:-

- O presidente chama de novo os partidos a Belém e volta a indigitar Passos Coelho para formar novo governo. Um governo que inclua personagens (europeístas) próximas do PS. Governo que se for também chumbado, poderá então permanecer, não em plenitude de funções, mas em gestão até novas eleições. Cumprindo-se assim a ‘ameaça’ que Cavaco terá feito aos deputados na frase acima citada.

É claro que falta aqui uma condição essencial, a saber: - Passos (e Portas) terão que aceitar esta solução. Em nome dos superiores interesses do país.
Aceitarão?!



Saudações monárquicas

domingo, outubro 25, 2015

O fim do centrão

Adeus fonte luminosa, adeus Mário Soares, adeus partidos de alterne, irmãos gémeos a enganarem os clientes, adeus, adeus. E tudo isto graças a um Costa, da linhagem dos Costas, num ‘país de costas’ como dizia pejorativamente o poeta!

A ‘fonte luminosa’ já poucos sabem o que significa. Foi o grande lance de Mário Soares, que lhe deu fama e glória, e que à época evitou uma deriva de esquerda, uma nova ditadura a seguir ao 25 de Abril.

Mas o 25 de Abril acabou. Portugal é hoje um estado exíguo, completamente dependente dos fundos europeus e das regras dos credores. O problema de fundo (e de fundos) é esse. E nesse problema, o centrão, os dois partidos de alterne, têm grandes responsabilidades.

São essas responsabilidades que devem agora ser encaradas de frente. Sem derivas nem subterfúgios. Para ao menos encerrarem o regime de uma forma digna. Antes do adeus. Os portugueses merecem isso.



Saudações monárquicas 

sexta-feira, outubro 23, 2015

Cavaco trava assalto ao poder!

Mais duro, mais claro que o habitual Cavaco Silva fez aquilo que tinha que fazer: - indigitar Passos Coelho para primeiro-ministro de Portugal. E disse aquilo que tinha que dizer: - disse que desconfia de uma solução governativa inédita, oportunista, e que não foi a votos.

A dita solução, dizem os seus promotores, baseia-se num acordo, mas a verdade é que até á data ninguém conhece esse acordo! Não o conhecem as bases dos respectivos partidos, não o conheciam os respectivos eleitores! Isso não impede que o referido ‘acordo’ continue a ser ‘noticiado’ e ‘discutido’ por entusiásticos comentadores como se fosse a pedra de toque, o milagre que há-de salvar o país! Este secretismo, esta marca leninista, também diz muito sobre o golpe e sobre os golpistas.

Por tudo isto e muito mais, o presidente da república avisou os portugueses, avisou os deputados, que não estava disponível para viabilizar uma solução governativa nestas condições. E fez bem.
Já não ficou tão claro se manterá o governo de Passos Coelho em regime de gestão no caso de ser rejeitado pela ‘coligação negativa’ que entretanto se implantou na assembleia da república.

Pela minha parte penso que é a melhor solução. Porque é aquela que tendo os seus custos devolve a palavra aos portugueses.
Mas afinal quem tem medo das eleições?!


Saudações monárquicas

quinta-feira, outubro 22, 2015

Governo de gestão ou fraude eleitoral?! (Prós e contras)

Passos será indigitado, não tenho dúvidas, formará governo e se, como tudo indica, cair com base numa moção de rejeição, as hipóteses que restam ao presidente da república são apenas duas: - ou manter o governo de Passos em gestão até ser possível convocar novas eleições, ou dar posse a um governo minoritário do PS, encabeçado por António Costa e apoiado no parlamento pelo PCP e pelo Bloco de esquerda.

A favor da primeira hipótese o argumento decisivo prende-se com a legitimidade eleitoral. Os eleitores votaram sem que lhes tenha sido apresentada previamente a solução governativa que está agora a ser desenhada. Trata-se de uma ‘frente de esquerda’, uma proposta original, que em quarenta anos de democracia nunca foi apresentada, havendo por isso a forte convicção de que se o fosse, os resultados eleitorais seriam diferentes.

A outra vantagem de um governo de gestão seria garantir, com um mínimo de custos, que todo o esforço de contenção orçamental e todos os sacrifícios pedidos aos portugueses nestes últimos quatro anos não iriam por água abaixo.

Finalmente e ainda no campo das vantagens, não fica mal lançar aqui um argumento maquiavélico: - se António Costa desdenha e afasta sempre a hipótese de um governo de gestão… então é porque o governo de gestão não deve ser assim tão mau.  

Os inconvenientes de um governo de gestão são conhecidos: - não pode prolongar-se por muito tempo, além da usura que inevitávelmente provocaria na coligação em termos eleitorais.

A favor da segunda hipótese apenas se vislumbra a sobrevivência política de António Costa. A clarificação do leque partidário, essa, ficou feita a partir do momento em que Costa preferiu aliar-se à sua esquerda. É uma vantagem para o futuro mas não pode servir para comprometer o presente.

Inconvenientes são vários e todos eles graves. Em primeiro lugar enganar os eleitores desta maneira não é coisa de somenos. É o próprio regime democrático que está posto em causa. Quanto à solução governativa, ela é tudo menos estável. Pode durar mas sempre á custa do aumento da dívida pública. Será um governo reaccionário, incapaz de fazer qualquer reforma e por isso, o ‘monstro’ a que chamamos estado, tornar-se-á cada vez maior.

Tem a palavra Cavaco Silva…


Saudações monárquicas

quarta-feira, outubro 21, 2015

Boas e más notícias

A boa notícia é a clarificação do espectro partidário, ou seja, a partir de agora o PS passa a ocupar o seu verdadeiro lugar. Um partido socialista, com poucas hipóteses de pescar ao centro, cabendo-lhe sim, federar e liderar os pequenos partidos à sua esquerda. Isto quer dizer que terá que assumir as grandes causas até agora entregues ao Bloco e ao PCP. Escuso-me de as enumerar, mas passam pelo aumento da despesa pública e pelo aumento do estado. No que toca aos compromissos europeístas, Costa encarnará em Tsipras. O discurso é conhecido – a Europa é que tem que mudar, tem que nos ajudar para podermos convergir.

As más notícias neste caso serão naturalmente para o PCP e para o Bloco. O PS tenderá a ser o depositário do voto útil e aqueles dois partidos verão a sua base de apoio cada mais reduzida.

Boas notícias para um futuro partido de direita, nacionalista à portuguesa, eurocéptico quanto baste. Partido que há-de cativar os votos que a Coligação, demasiado europeísta, deixa fugir para a esquerda e para a abstenção.

Más notícias para a Coligação, que terá a breve prazo de se clarificar também. Tornando-se num grande partido conservador com objectivos para além do défice. Para isso terá que deixar cair os tiques sociais democratas. Que são de esquerda.



Saudações monárquicas


Nota básica: Quando me refiro a boas e más notícias não estou a caucionar a trapaça eleitoral que se vem desenvolvendo às claras e está a deixar os eleitores estupefactos. Estou apenas a dizer que, aconteça o que acontecer, nada será como dantes no que toca ao xadrez partidário. 

terça-feira, outubro 20, 2015

Ingenuidades, esperanças vãs…

A estratégia revolucionária de base estalinista está escrita, não existem dúvidas a esse respeito. O imperativo é chegar ao poder a qualquer preço. Nesse sentido haverá disponibilidade para tudo, para todas as concessões. Suslov, um dos últimos ideólogos soviéticos resumia o assunto da seguinte maneira: - ‘haverá propostas electrizantes e depois esmagá-los-emos com o punho cerrado’. Costa pode ser o instrumento que faltava para fechar o puzzle. Há gente na direita que desvaloriza a perfomance de um governo do PS apoiado (ou integrado) por comunistas e radicais de esquerda. Pode ser um engano. Contam com as dificuldades colocadas pela união europeia, pelas regras do euro, mas esquecem a lição de Tsipras. Contam com a desunião das esquerdas, com a fractura do PS, com a reacção dos mercados, mas esquecem que o poder é fonte de união e apaziguamento. E subestimam as capacidades de Costa. Há uma pergunta que fica no ar: - terá Costa condições para submeter o PCP aos seus desígnios?! Para responder teremos que dar resposta a outra pergunta: - terá o PCP mais alguma oportunidade para sobreviver politicamente face aos avanços à sua esquerda?!
Uma vez no poder Costa restituirá os feriados à população, devolverá os cortes à função pública e aos pensionistas, congelará todos os processos judiciais que possam prejudicar a classe política, preparando uma larga amnistia que a todos satisfaça. O défice subirá mas enquanto houver a almofada que a coligação amealhou, isso não se fará notar. E quando se fizer notar já Costa garantiu a sua sobrevivência política. Que é o que lhe interessa.


Saudações monárquicas

segunda-feira, outubro 19, 2015

A ‘operação marquês’ e as coincidências!

Se o PS chegar ao governo seja através do convite (excessivo) da coligação, seja pela via tortuosa de uma ‘frente popular’ de última hora, é minha convicção que alguns processos judiciais podem sofrer sérios contra tempos. Digo ‘contratempos’ para não ser, também eu, excessivo.

Baseio as minhas dúvidas na experiência do passado, nomeadamente no que aconteceu ao processo da Casa Pia, mas também porque vejo, no presente, os mesmos personagens à volta de Costa!

Poderá, repito, ser coincidência, como pode ter sido coincidência a ascensão de Sócrates ao poder e coincidência maior a gratidão de que o mesmo é alvo por parte de alguns notáveis socialistas. Pode ser.

Porém, suceda o que suceder, espero que a procuradora geral da república se mantenha, como espero que se mantenham nos seus lugares e funções quer o procurador Rosário Teixeira quer o juiz Carlos Alexandre. Espero finalmente pela acusação o mais breve possível.

A bem da justiça.



Saudações monárquicas