O debate de hoje pouco interessa,
os dados estão lançados. Não vale a pena continuar a remoer uma derrota amarga,
derrota previsível mas não prevista como fez questão de salientar António Costa.
Há que virar a página e centrar o discurso nas causas da direita, aquelas que são
distintivas, em lugar de prolongar o papel de bom aluno da troica, espiando e
temendo que o governo socialista não cumpra o que prometeu! Que gaste o
dinheirinho que juntámos! Uma estratégia incompreensível, em primeiro lugar
porque menospreza as capacidades de Costa, o que quanto a mim é um erro crasso,
e em segundo lugar porque se Costa falhar será obviamente penalizado em
próximas eleições. Também não percebo a moção de censura se o objectivo é
apenas ficar com uma foto de família da frente esquerda! O adversário principal
da direita é o partido socialista e não os seus companheiros
de jornada. PCP e Bloco são problemas de Costa, não nossos.
Aqui chegados, chegámos à parte
mais difícil! Mas afinal quais são as causas da direita?!
Bem, este não é o local mais
apropriado para elencar uma plataforma de combate político, ainda assim não
será muito difícil definir alguns princípios comuns:
Antes de mais, a direita
distingue-se na política pela seriedade e rigor. É um handicap em relação à
esquerda, por natureza golpista, mas terá de ser assim. Depois, e olhando para
dentro, a direita preocupa-se com o país real, não sendo portanto dada a grandes
abstracções e utopias. A direita quer um estado forte e competente, não quer um
estado gordo. Gordo de clientelas e inutilidades. A direita cultiva a tradição
porque sabe de onde vem, logo sabe o caminho. Neste sentido e olhando para fora,
reconhece as comunidades que ajudámos a construir sendo elas uma prioridade da
nossa política. Na união europeia somos portugueses e somos parte de um
projecto de países soberanos. Assim, nunca confundimos convergência com integração.
Como pessoas de bem cumprimos os tratados e convenções que assinámos. Mas não
abdicamos de os rever, ou sair deles, quando se tornem leoninos ou absurdos.
Por fim e face aos grandes
desafios que se colocam no plano mundial, nomeadamente as ameaças aos valores que
professamos, e que decorrem da matriz cristã que nos moldou, saberemos
defendê-los, sem tibiezas, tal como já os defendemos no passado.
Estes são princípios e desígnios que
neste momento não têm representação parlamentar e por isso reclamam uma
reconfiguração da direita. Da direita que não temos.
Saudações monárquicas
Sem comentários:
Enviar um comentário