Marcha atrás, marcha à frente, faz
que anda mas não anda! Quando a corporação dos pilotos resolveu chantagear a
companhia com greves e reivindicações ilegítimas, insurgi-me naturalmente como
decerto muitos outros portugueses. E também expressei a opinião de que a gestão
privada tem que ser a regra de qualquer empresa numa economia de mercado.
Patrão estado, gestão pública, funcionários públicos com carreira assegurada,
défices pagos pelos contribuintes, ausência de competitividade, isso era na
falida união soviética e em outras utopias do género.
Dito isto é preciso assinalar que
cada país tem as suas especificidades, e que não são mais de quatro ou cinco
aqueles que deixaram atrás de si um território descontínuo ou um império
cultural e linguístico que urge continuar a servir. Isto tem um preço que os
portugueses não se negarão a pagar desde que o poder político se limite a
defender o interesse nacional.
Ora o grande perigo nestas coisas
é confundir o interesse nacional com interesses conjunturais ou corporativos. E
Portugal é particularmente atreito a isso uma vez que não tem, ao contrário da
Espanha ou da Inglaterra, um representante dos valores permanentes.
Daí pensar-se que incumbe ao
estado proteger os postos de trabalho de uma empresa, seja ela a TAP ou a CP, e
daí também a tentação ideológica, sempre passageira, que não permite vislumbrar
o futuro.
Assim e sem mais delongas a TAP
deve ser concessionada aos privados mantendo o estado uma posição accionista
que lhe permita fiscalizar o integral cumprimento do caderno de encargos. Será
sem dúvida um acordo difícil tanto mais que já se deram alguns passos contraditórios.
Como em tudo, é preciso negociar, sem esquecer que o bom é inimigo do óptimo.
Saudações monárquicas
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