sábado, agosto 28, 2010

Vídeo vigilância

Precisamos de vídeo vigilância, eu pelo menos preciso, preciso que alguém vigie os meus passos, alguém que se antecipe aos meus erros, que me evite a casca de banana, preciso de um berço, com grades, porque senão eu salto, e faço asneira, sou irresponsável, incontinente em tudo, menos nas fraldas, tenho uma inclinação para o mal, fui expulso do paraíso, lembram-se!
Quem me vigiará?! O Estado, e não há melhor vigia, não me conhece, será portanto imparcial, terei notas de desempenho, mensais ou semanais, consoante, e no fim do ano serei premiado ou castigado, também consoante. O pior castigo será o degredo, deixar de ser vigiado, o Estado desinteressa-se de mim. Deixa-me em paz, em liberdade, deixa de me olhar como um número, uma estatística, um perigo, um gasto desnecessário, não foi para isso que criei o Estado.
Se calhar, prefiro o degredo.

domingo, agosto 22, 2010

Rosas em Agosto!

Nasci entre rosas
Uma floriu depressa,
Murchou depressa,
Sem eu saber…
Outra, rosa perene,
Flor do meu sangue,
Há-de florir
Se Deus quiser…

quarta-feira, agosto 18, 2010

O Zé a arder...

Sobre fogos e como venho dizendo, não sendo possível colocar um guarda-florestal, um bombeiro, ou mesmo um soldado atrás de cada pinheiro/eucalipto, pelo menos durante o Verão, (recordemos que segundo a protecção civil mais de 90% das ignições têm origem humana), e não sendo também possível continuarmos a gastar neste combate inglório cerca de 200 milhões de euros/ano, um número que vale o que vale pois estamos perante gastos que escapam completamente ao controle governamental, concluímos que a solução terá que passar pela redução da floresta para fins industriais, um investimento que não faz qualquer sentido num pequeno país como Portugal. Os argumentos invocados para o florestamento, orografia e pobreza dos solos, esqueceram que o país já levava muitos séculos de vida nessas condições, esqueceram que o Douro vinícola tinha sido obra humana, e só se lembraram do negócio mais fácil e lucrativo. No fundo, lembraram-se apenas do dinheiro. Pois agora está na altura de não se esqueceram desse pormenor – do dinheiro. Não temos dinheiro para este ‘apaga-acende’ anual, a não ser que debitemos os custos aos grandes beneficiários deste esforço inútil – à indústria da pasta de papel, à indústria dos parques naturais e às cadeias de televisão, cujos noticiários se mantêm em permanente rescaldo. Sem esquecer obviamente a indústria aeronáutica. Eu é que não quero pagar mais este filme repetitivo, que tudo leva a crer (com tantos beneficiários) é filme de longa-metragem.

quinta-feira, agosto 12, 2010

Temos que decidir

Ou pinheiros ou gente! Quando no lugar dos pinheiros havia gente, a gente cuidava das matas, quando os rebanhos pastavam pelas serras não podia haver pinheiros, mais tarde eucaliptos, quando os pastores tentaram contrariar a política de florestação governamental, incendiando as plantações, para salvar os rebanhos, eles sabiam que era isso ou abandonar a aldeia serrana onde viviam (ou sobreviviam) e emigrar para a cidade. Viver num dormitório, trabalhar por conta de outrém e ser proprietário de meia dúzia de pinheiros, numa cedência final ao negócio de madeireiros e celuloses. E é a estes milhares de proprietários pobretanas que o governo (e os emigrantes em ‘vacanças’) exigem a limpeza de matas e pinhais?! Com que dinheiro?! Com o que sobra do subsídio de desemprego?!
Portanto, temos que decidir, ou pinheiros ou gente. Ou então o regresso daqueles reis povoadores que em lugar de enxotar as pessoas para o litoral as fixavam no interior do país, na altura desértico, como hoje!
É uma ideia.

terça-feira, agosto 10, 2010

O New York Times fala de nós...

Notícia encomendada ou não, a verdade é que aquele conceituado jornal americano faz eco da aposta portuguesa nas energias renováveis. E vai mais longe, afirma que o exemplo é para levar a sério. Ora bem, não sendo um especialista na matéria não me parece difícil argumentar que o constante aumento do preço do petróleo (bem escasso e arma de arremesso dos países produtores) acabará por viabilizar a opção pelas energias renováveis. Depois estamos a falar de energias limpas com todas as vantagens inerentes, podemos portanto concluir que o governo de Sócrates andou bem quando deu prioridade a estes investimentos. O problema surge depois, na incapacidade de unir a população em torno das boas ideias e dos bons projectos. Porque todos desconfiam de todos, e isto é assim porque a república nasceu da mentira e vive da propaganda. Daí eu ter iniciado o texto com uma dúvida: – notícia encomendada ou não...
Ou seja, não se discute o mérito da coisa mas a ideia de que a coisa já vem inquinada.
Nas sociedades em que tudo depende do voto (ou em que nada depende do voto, o que é práticamente o mesmo) não há outra saída a não ser esta guerra civil permanente.

quinta-feira, agosto 05, 2010

A nossa rainha de Inglaterra!

Veio das berças, com os complexos do costume e as comparações são dramáticas, dizem tudo sobre aquilo que somos, identificam-nos. Primeiro, a rainha de Inglaterra não é nomeada pelo Cavaco por proposta de Sócrates, se assim fosse, não seria rainha de Inglaterra, não teria o infinito poder de ser livre, livre de dependências, livre de nomeações e livre de proponentes. Se o Dr. Fernandinho não percebe isto, paciência.
Mas quer mais poderes! Tudo bem, e isso até percebemos. Seria uma maneira de ficar tudo em família, de não haver processos incómodos para a família! Evitavam-se a destruição de provas, a eternização da justiça, uma série de coisas. Só que para isso acontecer temos que mexer na bendita da constituição! O que segundo ouvi dizer é tarefa muito complicada. A não ser que de repente, sem mais nem menos, tudo se tenha tornado mais fácil!
Se calhar tocou a reunir…