quinta-feira, março 26, 2015

Um candidato republicano

Henrique Neto, 78 anos, antigo empresário, tanto quanto sabemos, socialista, apresentou a sua candidatura à presidência da república. Fê-lo seguindo os cânones, a título pessoal, sem apoios prévios, por um dever de consciência. Disse ao que vinha frente ao Padrão dos Descobrimentos! Apontou rotas, as mesmas que no século XV construíram a nossa grandeza! Só por isso merece este postal.

Como era de prever, o sistema partidário (ou quem nele manda) não gostou e escarneceram do candidato. Têm medo da independência que revela. Têm medo do projecto. Têm medo que a sua eleição possa mudar alguma coisa. E vão-se unir contra o intruso.
Henrique Neto não terá hipóteses. E mesmo que tivesse…


Saudações monárquicas   

terça-feira, março 24, 2015

Continuando…

Agora é república para a esquerda, república para a direita, ética republicana em toda a parte e, como diria o poeta, os discursos oficiais continuam a invocar a república com ‘orgulho e erro’! Como se não bastasse ainda temos o governo com a bandeirinha republicana na lapela! Isto é um bocadinho demais, não acham?! E merece obviamente um correctivo! Vamos então puxar pela memória. Era uma vez um centenário e três repúblicas:

- A primeira, implantada em 1910, durou dezasseis anos e quarenta governos! Um record de instabilidade e terror!
- A segunda república derrubou a primeira em 1926 e foi uma longa ditadura de mais de quarenta anos. Teve o mérito, hoje inegável, de manter o país independente, assegurando as fronteiras que havia recebido!
- A terceira república derrubou a segunda em Abril de 1974 e rápidamente reduziu Portugal ao território que ocupava nos primórdios do século XV – o rectângulo e as ilhas adjacentes! E a fúria descolonizadora foi tal que ela própria se transformou em região europeia! Por má gestão perdeu autonomia e é hoje governada por Bruxelas!

Portanto, se isto é verdade, e eu temo que seja, a simples menção ao regime republicano deveria ser evitada, quanto mais não seja por uma questão de pudor. Mas o pudor, pelos vistos, tem pouco a ver com a ética republicana!


Saudações monárquicas

segunda-feira, março 23, 2015

Ser ou não ser republicano!

Não sou eu que simplifico a questão, são eles, os republicanos, jacobinos ou montanheses de hoje, e o apelo do socialista Manuel Valls não engana ninguém! Diz o actual primeiro-ministro francês depois de mais um revés eleitoral – votem nos republicanos, sejam eles de direita ou de esquerda! Sarkozy obviamente agradece e aproveita para atacar Marine Le Pen que lhe faz sombra à direita!

Mas agora pergunto: - Que raio de confusão é esta?! Será que a extrema direita e a extrema esquerda francesas são afinal monárquicas?! Quem anda a enganar os franceses?!
As respostas são as mesmas de sempre e não me canso de as repetir, especialmente para aqueles que ingenuamente amam ‘la revolution’ e a sua marselhesa! Deixem-se disso. Tenham vergonha. Digam a verdade.

De facto a velha dicotomia existe – monarquia ou república – mas não tem nada a ver com a esquerda jacobina ou a direita montanhesa. Ambas genuinamente republicanas. E que se chegarem ao poder vão continuar a ser republicanas. O resto é conversa.


Saudações monárquicas


Nota básica: Estamos, não temos dúvidas, perante uma campanha publicitária, não só em França, mas noutras repúblicas como Portugal, campanha essa que visa reciclar a expressão e dar-lhe um significado que contraria a realidade! No fundo pretende-se associar a ideia de república ao 'regime ideal', à 'democracia perfeita', e assim, tudo o que não for republicano é mau! Enfim, percebe-se o embaraço de um regime que já provou que não funciona, mas o desespero é mau conselheiro. Com efeito não me parece curial que os herdeiros do terror, da guilhotina, e mais tarde fervorosos adeptos das invasões napoleónicas, queiram agora mistificar a história e confundir as populações. Além do mais, não é bonito. 

sexta-feira, março 20, 2015

Esclarecimento!

No anterior postal optei pela ironia, atendendo a que o tema só pode ser levado a sério num país a brincar! Foi um erro, no fundo pensei que apesar de tudo estávamos mais crescidinhos. Não estamos e já temos duas demissões! Portanto fui ver se a minha opinião era um caso isolado, um tiro ao lado, mas também não é. Há mais gente a pensar como eu! Por exemplo, o director do jornal 'Sol' também acha esta polémica ridícula. Transcrevo com a devida vénia:

'A polémica sobre a existência de uma 'bolsa VIP' de contribuintes é insólita. Mas alguém defende que os funcionários andem a espiar os processos fiscais das pessoas (VIPs ou não)? Sendo assim, é natural que, em relação a pessoas com mais notoriedade, os mecanismos de defesa sejam reforçados. Ou não?'

E mais à frente, no mesmo jornal, o insuspeito Vicente Jorge Silva, segue a minha linha de pensamento, inclusivé no título - ´A política dos casos'. Diz, em resumo: - 'A politica dos casos ameaça tornar irrespirável a atmosfera da vida pública portuguesa'.

Concluindo, temos que mudar de vida e decidir o que queremos. Se queremos ter sigilo fiscal há que fazer alguma coisa por isso. Se queremos ter segredo de justiça, idem. Se não queremos enriquecimento ilícito, a mesma coisa. O que não podemos é ter tudo e o contrário de tudo consoante as conveniências eleitorais ou partidárias. Isso não é possível. Como não é possível passar a vida a invocar a 'bendita constituição de Abril', sob pena de ficarmos estacionados no tempo. Há quem goste!

Saudações monárquicas

quinta-feira, março 19, 2015

A democracia dos ‘casos’

Foi assim no rotativismo monárquico, e desembocou no regicídio. Foi assim na primeira república, e tantos foram os governos e os casos, que acabou em ditadura. E continua a ser assim nesta terceira república, que só não acaba da mesma maneira, porque a união europeia não deixa. Ou seja: – não paga.
Vejamos então qual é o último ‘caso’:

Anda a oposição indignada, desorientada mesmo, porque a autoridade tributária tem (ou anda a organizar) uma lista VIP em termos de protecção informática do sigilo fiscal. Um escândalo, afirmam, uma discriminação inadmissível, pois todos os portugueses devem ter direito a igual tratamento! E prosseguem exigindo a demissão do governo! Nem mais, nem menos.

Ora bem, pensava eu, anónimo cidadão, que os meus dados fiscais estavam mais protegidos que os do Cristiano Ronaldo, mais protegidos até que os do socialista António Costa, candidato a primeiro-ministro, mas não, afinal estamos em igualdade de circunstâncias! E sendo assim também protesto. E vou mais longe! Noutra vertente, em termos de segurança de pessoas e bens, exijo guarda-costas e polícia à porta de casa, tal como o presidente da república. Nem mais, nem menos.

Enfim, eu sei que já estamos em campanha eleitoral, portanto, gritem, barafustem, mas depois não se queixem das quebras do sigilo fiscal, da devassa da vida privada, das notícias nos jornais. E já agora das violações ao segredo de justiça. Está bem?!


Saudações monárquicas

quarta-feira, março 18, 2015

Memória do Interregno

Quatrocentos

É apenas um número e corresponde ao número de postais que levo escritos neste interregno, um caminho que se aproxima a passos largos dos três anos de idade e quem sabe, do seu limite. Olhando para trás tenho a sensação que passei o tempo a escrever o mesmo postal! E com um único título – “Deus, Pátria, Rei”.
Relembro que o interregno é essa ausência, a ausência de Deus na cidade dos homens, que reduz a dimensão (e o valor) da vida humana à economia dos seus aspectos utilitários, onde não entra a noção de eternidade. A apregoada separação entre a Igreja e o Estado esconde afinal o divórcio entre o homem e Deus. Nestas circunstâncias deixam de existir valores permanentes, tudo é efémero, e os poucos que resistem, porque não têm representação adequada, relativizam-se e tornam-se descartáveis. Assim a Pátria é hoje uma vaga memória colectiva, susceptível de ser vendida ou alocada, de acordo com a melhor oferta. Não admira que o Príncipe tenha sido expulso ou assassinado, ele era a figura humana da Pátria, a sua defesa, a sua representação política, portanto, um empecilho para os apetites das grandes potências, um alvo a abater pelos traidores. É preciso esclarecer que Portugal não é um hino, ou um monumento ao passado, é a vida da própria comunidade, a sua história, a sua cultura, é território, é independência conquistada em mil batalhas, e em outros tantos gestos de nobreza!
Nem todos os povos ou nações conseguiram construir pátrias livres e independentes, faltou-lhes por certo algum dos pilares que enunciei, faltou-lhes sobretudo a vontade que hoje nos vai faltando.


Interregno, 18/10/07

terça-feira, março 10, 2015

Face oculta - segundo capítulo!

Esgotadas as manobras e os incidentes, os pequenos sacrilégios – a detenção na manga do avião, o insultuoso tratamento pelo nome próprio e apelido, a proibição do cachecol do Benfica – esgotadas as pressões mediáticas, por mais mediáticas que sejam, esgotado enfim o turismo eborense, resta lançar mão das artimanhas processuais. Artimanhas já usadas e abusadas em anterior processo, tudo o que for possível para não haver julgamento!

Rebater os fortes indícios em plena sala de audiência está fora de questão! Provar a sua inocência no local próprio nem pensar!
Em Portugal há gente que não pode ser julgada em público. Daí o extenso e capcioso reportório legal que a prestimosa assembleia da república tem vindo a aprovar, um emaranhado de leis que fazem as delícias de qualquer advogado. E aqui não há diferenças partidárias mas sim uma verdadeira união nacional! União para a redução de riscos, já se vê, ‘não vá o diabo tecê-las’!

Assim, estamos todos a assistir a uma desesperada tentativa para destruir provas, inventar nulidades, numa frase, dar cabo da investigação! Tudo apoiado e cozinhado por especialistas na matéria. Sempre os mesmos, aliás.



Saudações monárquicas

segunda-feira, março 09, 2015

Pior do que isto…

Está na moda compararmos tudo com a Grécia mas isto aqui, o Portugal de hoje, é incomparável! No pior sentido do termo. Não me fica bem dizer mal da Pátria mas fechar os olhos, fingir que vamos no bom caminho também não é solução. Há uma doença infantil e uma esperteza saloia que misturadas transformam tudo numa intragável mistela. Há uma intelectualidade bacoca que arruína todas as ideias. Exemplos ao acaso, sem ordem nem grandeza:

Comecemos pelos dias mundiais 'não sei de quê'!
Ora bem, é visível que os dias internacionais são o máximo para as nossas elites de esquerda! E justificam, amplamente, que os dias nacionais que representaram algo de palpável na nossa história, e que por azar coincidam no calendário, sejam remetidos para o ecoponto! O dia da independência nacional menorizado pelo dia da Sida; o dia de São João de Deus, santo português que inspirou hospitais e misericórdias, substituído pelo dia internacional da mulher não se sabendo ao certo se é a maternidade ou a igualdade dos sexos que se quer celebrar! Veja-se em abono da dúvida o atleta Nelson Évora, recente medalhado no triplo salto, de saltos altos em ridícula homenagem, presumo, aos saltos altos!

Entretanto a intriga prossegue na televisão. Num dos canais pontifica Marcelo Rebelo de Sousa, eminência parda do regime, um católico republicano (!), incansável doutrinador, incansável na sua ambição, administrador perpétuo da Casa de Bragança, bens privados que Salazar nacionalizou, pois bem, Marcelo dá conselhos a Costa enquanto vergasta correligionários! Passos Coelho pelos seus pecados fiscais, Cavaco pela desvalorização do facto. E assim vai tecendo a sua candidatura à presidência da república. Seria a cereja no topo do bolo! A quarta república revisitada por um afilhado de Marcelo Caetano!

E termino com mais um sintoma preocupante! Não lhe quero chamar intelectualidade, que não existe, talvez infantilidade seja o termo apropriado. É assim – o último festival da Eurovisão foi ganho por uma mulher com barba. Pois bem, a RTP não quer ficar atrás e responde com uma concorrente octogenária. O que é que tem de mal?! Nada. Não convém contrariar as crianças, podem fazer birra.


Saudações monárquicas  

quinta-feira, março 05, 2015

Católico e republicano!

Granadeiro, em linguagem corrente ex-patrão da PT, foi depor à Comissão do BES. Mais um, de um rol interminável onde a inocência e a falta de memória andam de mãos dadas. E para garantir outra veracidade às suas declarações fê-lo sob juramento ao abrigo, segundo afirmou, da sua ‘crença religiosa’ e das suas ‘convicções republicanas’! Melhor seria que não tivesse dito nada.
Em Portugal e para que conste, católico e republicano são duas condições que se excluem, a não ser para os ignorantes ou para os espertos. Não sei efectivamente a que categoria pertence o antigo administrador da PT mas deduzo que conheça quer a história, quer as afinidades do partido republicano português. Para além da estreita ligação à maçonaria, obediência incompatível com a fé católica, e ao seu braço armado, a Carbonária, ninho de terroristas e regicidas, o partido republicano pretendia não apenas submeter, mas erradicar a religião católica do espaço português. Digamos que quase o conseguiu.
Portanto a convicção não é feliz e a invocação da crença também não. A não ser na parte em que confessou uma pequena parte dos negócios ruinosos.

Saudações monárquicas



Nota básica: Eu sei que o teor do postal, nomeadamente no que se refere à incompatibilidade entre catolicismo e republicanismo, é susceptível de incomodar muita gente. Mas nestas questões não posso ser simpático ou omitir factos históricos. Por isso, e também em nome da verdade, não vale a pena introduzir conceitos sobre a ‘república’ que não são para aqui chamados. Afirmar-se republicano em Portugal, mesmo nos dias de hoje, tem um conteúdo próprio que não podemos escamotear. Conteúdo diferente dos tempos da Roma antiga, e diferente também do título de ‘Defensor da república’ ostentado pelos reis de Portugal. Nada de confusões.

quarta-feira, março 04, 2015

Encalhados!

Encalhámos em estranho mar, em dura rocha, sem homem do leme, sem rumo a seguir! Antigamente andámos à volta do mundo, agora andamos às voltas sem sairmos do mesmo sítio. A tripulação, ensimesmada, discute as qualidades fiscais do primeiro-ministro! Desde a nascença! Se as fraldas que usou pagaram IVA, se o leite materno era de boa qualidade, ou se na adolescência atravessou alguma passadeira proibida! E estamos próximos de um veredicto: - quem no passado se esqueceu de pagar à segurança social, não pode, no presente, obrigar ninguém a pagar. Logo, homem ao mar!
O imediato também não está em bons lençóis! Consta que, apesar da sua recente paixão helénica, terá aconselhado os chineses a investirem em Portugal! Foi um sarilho, uma traição à lógica socialista!
Só falta uma frase grandiosa – encalhados sim, e viva a república!



Saudações monárquicas