quarta-feira, julho 25, 2018

República bananal


Já não sou só eu que se incomoda com as ligações perigosas entre os deputados e os clubes de futebol. Para sermos mais rigorosos estamos a falar dos três clubes chamados 'grandes' e não de nenhum dos outros que pelos vistos ainda não têm assento parlamentar!

Assim e com a responsabilidade que lhe advém de ser o principal opinador do jornal Público, João Miguel Tavares escandalizou-se (ontem) com a prática, creio que única no mundo civilizado, que consiste em criar dentro da assembleia da república ´núcleos de adeptos' dos tais três clubes de futebol! A actividade destes núcleos ainda não é totalmente conhecida mas sabemos que recebem candidatos em campanha para além do almoço (ou jantar) anual onde os 'deputados adeptos' (passe a sugestão regimental) confraternizam com os respectivos presidentes em exercício. Presidentes dos clubes, já se vê. 

Mas vale a pena transcrever a síntese de João Miguel Tavares: - "É preciso não ter nada na cabeça para achar que em 2018 o Parlamento é o lugar certo para promover núcleos futebolísticos e ouvir candidatos de clubes em campanha eleitoral".*

Concordo.

Saudações monárquicas

*(Jornal Público de 24/07/2018)

sexta-feira, julho 20, 2018

No molhe da Caparica...



No molhe da Caparica
Dá vontade de zarpar
Mas já não sei onde fica
O meu reino de além-mar!

Perto de mim passa gente
Que tem a vida que invento
Trazem bonanças por fora
E tempestades por dentro!

Corre à praia maré-cheia
Corre à linha pescador
Quem tem saudades da terra
Nunca passa o Bojador!

Nasce uma estrela no céu
Fez-se luz no firmamento
Mas o molhe entardeceu
Fiquei só eu e o vento!


quarta-feira, julho 18, 2018

Seleccionador da Croácia disse...


"Escrevo estas linhas por causa da difícil situação da Croácia. A Croácia é o país mais pobre da União Europeia, governado por pessoas más, por por membros de uma organização que já foi declarada criminosa. O povo foi conduzido ao abismo, à miséria, milhões de pessoas abandonaram a sua pátria nos últimos 20 anos.

Hoje na Croácia os nossos reformados não conseguem fazer face às suas necessidades mais básicas, os jovens não conseguem pagar a educação, os cuidados de saúde estão em colapso, o sistema judicial protege o grande capital e é corrupto.
Por isso, peço aos políticos e a todos os representantes das autoridades que levaram o nosso povo ao inferno da miséria, ao desespero e à pobreza, que se afastem da equipa de futebol da Croácia. Não são bem-vindos ao nosso balneário, não queremos fotos com vocês nem apertar a vossa mão. Foram vocês que fizeram da Croácia o país mais pobre da Europa. A Croácia tem mais de mil quilómetros de costa e temos crianças que nunca viram o mar! Temos crianças que vão para a cama com fome porque os seus pais, que estão desempregados, não têm como dar-lhes de comer.

As pessoas que fizeram isto ao nosso país não são bem-vindas. Por favor, respeitem a nossa decisão, não vistam camisolas de futebol nem usem o nosso êxito para a vossa promoção. Só desvalorizam o nosso trabalho e não queremos que o povo da Croácia nos ligue a vocês.  
A equipa informa que todos os prémios ganhos no mundial da Rússia serão depositados num fundo especial para as crianças da Croácia. Esse fundo vai financiar férias de crianças que nunca viram o mar Adriático.
Os jogadores da selecção estão com o povo croata e vão fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar as pessoas mais vulneráveis.”

(Lido no Record on line)



domingo, julho 15, 2018

Os presidentes adeptos!

Isto foi antes das medalhas - Macron a saltar e a croata resignada. Nas medalhas deram largas à imaginação - houve beijos e abraços de ambos, segredinhos em francês, lágrimas e suspiros croatas. Campanha eleitoral sempre. Nem vou discutir se está bem ou se está mal, posso apenas imaginar Marcelo e Costa  nestas andanças! Também imagino que caso fosse a Inglaterra a vencer Isabel II não estaria ali. Nem sequer a primeira ministra May. Talvez o presidente da federação inglesa de futebol. Sem campanha eleitoral.

sexta-feira, julho 06, 2018

Touradas...


O partido dos animais e os seus peões de brega, Bloco e Verdes, querem proibir as touradas em Portugal. E chegam a invocar textos eclesiásticos, incluindo excomunhões papais, em defesa da sua tese! Embora tudo leve a crer que este súbito apego à religião seja coisa passageira. Na base da proibição está o sofrimento dos animais para além de alguns direitos que possam estar a ser violados. Por exemplo o direito a pastarem livremente na lezíria sem serem incomodados.

Não ocorreu ao partido dos animais (e plantas) que a lezíria, o pasto, a selecção natural, a bravura de um touro, e no vértice, o espectáculo taurino, tudo isso faz parte de um todo em que faltando uma das partes, deixa de existir. Deixa de existir na natureza. Ou seja, acabar com as touradas é acabar com os touros tal como existem hoje. Poderá talvez arranjar-se um jardim zoológico ou um museu para guardar a memória de uma espécie animal entretanto desaparecida. Mas não mais do que isso.

Mas há ainda um aspecto desta tentativa de proibição que não podemos deixar passar em claro. Refiro-me à própria proibição em si mesma, uma arrogância fascizante digna de nota! E começamos a resvalar para um país desconhecido onde meia dúzia de idiotas sediados nos partidos põem e dispõem das nossas vidas (ou dos nossos costumes) consoante lhes dá na gana. É preciso dizer basta a estes animais.

terça-feira, julho 03, 2018

A política do espectáculo!


Não, não vou às Janelas Verdes, o meu carro está nas últimas, prefiro estacioná-lo longe do antigo palácio do Ramalhete. Não era meu?! Seja de quem for tenho medo da EMEL, essa polícia secreta das viaturas, armada de trancas e reboques. Também não vou ao Rock in Rio, e se Deus me der saúde, espero nunca ir. Xutos e Pontapés só em última análise. O resto do espectáculo são as reprises da CMTV sobre o incontornável Bruno! Agora que está morto querem enterrá-lo não vá o rapaz lembrar-se de se recandidatar! A democracia tem regras! Fora do espectáculo mediático temos o Verão ameno que nos calhou em sorte. Menos mal. Ah, a selecção... pois, e agora?!