sábado, outubro 31, 2015

Cavaco Silva só indigita Costa se quiser!

Neste último discurso, sem querer (ou talvez não), Cavaco Silva deu uma ajudinha às negociações do Costa! O regozijo do Galamba, logo a seguir, não deixa dúvidas. Ao ser tão meticuloso nas linhas vermelhas da estabilidade, da credibilidade e, muito importante, da coerência, o presidente da república encostou o Bloco e o PCP às cordas. Estes, obviamente, não gostaram do discurso. O ‘acordo’ está agora mais periclitante.

Mas deixemos o ‘acordo’ que há-de justificar o assalto ao poder, acordo que nem sabemos se existe, fixemo-nos antes no plano urdido na sombra para lá chegar! Estou a falar da campanha de intoxicação que degrau a degrau estabeleceu um facto quase consumado. O facto quase consumado de que Costa e a sua coligação negativa têm legitimidade para governar. Falta o quase, está nas mãos de Cavaco, e corresponde ao título deste postal.

Primeiro foi preciso ultrapassar esse pequeno (grande) obstáculo, a saber: - a vontade expressa pelos eleitores nas urnas!
Discutiu-se a muito a questão, a maior parte das vezes com grande sobranceria, estabeleceu-se que a legalidade se sobrepunha à legitimidade, vingando por fim a tese (extraordinária!) que a constituição ‘acomodava’ uma solução que (todos) os eleitores desconheciam e que portanto nela não votaram! Este foi o salto mortal que nos obrigaram a dar, com a conivência, como sempre acontece, de alguns ingénuos e muitos espertalhões.

A partir daqui nada mais interessa. Acordo assim ou assado, gestão boa ou má, são tudo trocos, moedas de tostão. Pois se a vontade dos eleitores não conta, pois se constituição serve para tudo e para nada, só um acto individual de grande coragem pode evitar a fraude que se perspectiva. Não chegam linhas vermelhas, isso não vai resgatar as eleições. Ser chefe de estado tem os seus riscos…


Saudações monárquicas

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