A estratégia revolucionária de
base estalinista está escrita, não existem dúvidas a esse respeito. O imperativo
é chegar ao poder a qualquer preço. Nesse sentido haverá disponibilidade para
tudo, para todas as concessões. Suslov, um dos últimos ideólogos soviéticos
resumia o assunto da seguinte maneira: - ‘haverá propostas electrizantes e
depois esmagá-los-emos com o punho cerrado’. Costa pode ser o instrumento que
faltava para fechar o puzzle. Há gente na direita que desvaloriza a perfomance
de um governo do PS apoiado (ou integrado) por comunistas e radicais de
esquerda. Pode ser um engano. Contam com as dificuldades colocadas pela união
europeia, pelas regras do euro, mas esquecem a lição de Tsipras. Contam com a
desunião das esquerdas, com a fractura do PS, com a reacção dos mercados, mas esquecem
que o poder é fonte de união e apaziguamento. E subestimam as capacidades de
Costa. Há uma pergunta que fica no ar: - terá Costa condições para submeter o
PCP aos seus desígnios?! Para responder teremos que dar resposta a outra
pergunta: - terá o PCP mais alguma oportunidade para sobreviver politicamente face
aos avanços à sua esquerda?!
Uma vez no poder Costa restituirá
os feriados à população, devolverá os cortes à função pública e aos
pensionistas, congelará todos os processos judiciais que possam prejudicar a
classe política, preparando uma larga amnistia que a todos satisfaça. O défice
subirá mas enquanto houver a almofada que a coligação amealhou, isso não se
fará notar. E quando se fizer notar já Costa garantiu a sua sobrevivência
política. Que é o que lhe interessa.
Saudações monárquicas
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