segunda-feira, outubro 12, 2015

Costa Tsipras

Parece que não me tenho enganado sobre o curso que as coisas vão tomando. Com efeito, tudo leva a crer que Costa vai copiar o percurso de Tsipras não se importando para isso de esfrangalhar o PS e comprometer o seu futuro.

O plano é conhecido, trata-se de ganhar o partido em referendo interno, afastar depois os incómodos e fazer tudo isso com a garantia de uma indigitação para formar governo.
Beneficia para tanto do lapso presidencial, que querendo ser tão claro e objectivo no seu discurso pós eleitoral, acabou por se tornar obscuro. É normal em Cavaco.

É pois Cavaco quem vai ter que descalçar a bota quando Costa lhe apresentar uma solução governativa dentro do quadro desenhado pelo próprio presidente da república! Estamos a falar de um governo minoritário do PS, com a garantia de apoio parlamentar maioritário da CDU e do Bloco de Esquerda. Governo que espera ter também os votos (patrióticos!) da coligação naquilo que for ditado de Bruxelas e que o PS (coitado!) terá de cumprir. Nem Maquiavel conseguiria urdir um plano assim!

Mas, como tudo na vida, aquilo que se torna demasiado complexo, acaba por ter uma solução simples. Para além do absurdo, da instabilidade e até da desconfiança que tal solução geraria, Cavaco nunca poderá empossar Costa como primeiro-ministro. Isso seria ir contra a vontade dos portugueses. A estas eleições, e por muita retórica que se gaste, concorreram apenas dois candidatos a primeiro-ministro – Passos Coelho e António Costa. Se os portugueses quisessem que fosse Costa teriam votado nele e no PS. Mas não, votaram em Passos Coelho e na coligação. O resto é conversa.

Quanto aos votos que foram parar ao Bloco de Esquerda, a leitura também é simples – são votos ‘gregos’! Não querem sair do euro mas também não querem cumprir as regras do euro. Por muito que Catarina Martins se esganice, são votos inconsequentes.

Saudações monárquicas


Nota: É óbvio que faz falta em Portugal um partido eurocéptico de direita. Um partido nacionalista dentro da nossa tradição multicultural. Esse partido tiraria muitos votos quer ao PCP quer ao Bloco de esquerda. E também à abstenção.

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