Numa entrevista à Rádio Renascença o Senhor Dom Duarte, Chefe
da Casa Real Portuguesa invocou a lei para compreender a solução governativa representada
por António Costa. É uma declaração importante e eu como monárquico devo tê-la em
conta. Assim farei.
Tal não me impede de pensar e de escrever o que penso acerca
dessa possibilidade. Possibilidade que continuo a considerar altamente perigosa
pela instabilidade que poderá criar no País. País onde se incluem, não
esqueçamos, as Regiões Autónomas.
É perigosa, não porque António Costa não tenha capacidade
para tal, é perigosa porque o comum das pessoas, a sua grande maioria, votou
convencida que o duelo eleitoral se travava entre Passos Coelho e António
Costa, ou entre a Coligação e o PS. É o costume eleitoral, são quarenta anos de
exercício. Para essas pessoas não existem dúvidas, nem preciosismos constitucionais. Para elas quem ganhou foi Passos Coelho e quem perdeu foi António
Costa. Não podemos fugir a isto. Portanto, quando lhes falam na eventualidade
de um governo liderado por quem perdeu, não aceitam e sentem-se naturalmente
defraudadas.
Acresce que a hipótese de um governo de frente esquerda (é
assim que as pessoas o veem) foi deliberadamente escondida dos eleitores. E foi
escondida porque haveria o justo receio de que os resultados eleitorais
penalizassem tal entendimento. E mais uma vez estamos perante uma fraude
eleitoral. Uma segunda fraude.
Pois bem, a história ensina que as grandes confrontações
começam normalmente por incidentes que julgamos menores. Não será preciso recordar os motivos da guerra civil entre D. Pedro IV e seu irmão D. Miguel, bisavô do actual pretendente. Basta atentarmos na primeira república e nas
tropelias eleitorais do partido republicano. Curiosamente liderado por um Costa!
Basta recordarmos a guerra civil de Espanha e a fraude eleitoral que a
despoletou. São apenas exemplos onde a legitimidade esteve em causa.
Saudações monárquicas
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