Com o maior desplante, com falsos argumentos, evitando o contraditório, Costa ultrapassou o primeiro obstáculo - derrubou o governo que ganhou as eleições! Precisa agora de ser indigitado pelo presidente, objectivo que ainda não está assegurado. Conta para isso com a pressão do PCP e do Bloco, além da comunicação social que sempre lhe foi favorável. Se conseguir chegar a primeiro-ministro ganhará a parada.
O seu plano, na parte visível, é linear: - primeiro avançará com as medidas despesistas, popularuchas, aquelas que agradam a Jerónimo e Catarina. Mas que ao mesmo tempo lhe trarão popularidade. Depois, quando se tratar da Europa e houver necessidade de contrariar as expectativas dos seus parceiros de derrube, poderá então trai-los provocando novas eleições. E aí já terá feito o suficiente para as ganhar. Que ninguém pense que Costa deixará degradar a situação das contas públicas ao ponto de prejudicar a sua reputação. Ele agirá na hora própria.
O dano que fez ao país com a sua conduta é de outra ordem. Tem a ver com a democracia, com a manipulação do voto dos portugueses. Esse dano é irreparável mas demorará ainda algum tempo até que chegue o ajuste de contas. Entretanto só Cavaco Silva pode travar o plano de Costa. É duvidoso que o faça invocando apenas, como tem feito até agora, argumentos de natureza económica e financeira. O problema é mais grave, põe em causa a terceira república.
Saudações monárquicas
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