O melhor iogurte do mercado! Quem
disse que não éramos como a Grécia?! Vamos ser, sim senhor. A diferença é que o
nosso Tsipras não precisa de ganhar eleições. Verdade se diga que também não
vem da extrema-esquerda. Vem do PS, um partido menos delirante.
Mas a política portuguesa é uma
caixinha de surpresas! Então não é que Cavaco Silva também vai levar a sua
avante?! Isto vai ser assim: - ou ganham todos ou não ganha ninguém!
Descodifiquemos o iogurte:
O primeiro ganhador será Costa o
que prova que neste país a fraude compensa. Mas só compensa um bocadinho o que
também faz parte da índole nacional. É tudo em ‘inho’! Costa será indigitado e aceitará
agradecendo a Cavaco a oportunidade soberana para mostrar os seus dotes
florentinos, especialmente a manilha de trunfo que lhe vai permitir manter os
seus parceiros à esquerda em sentido e ao mesmo tempo exigir a colaboração de
PSD e CDS sem estes torcerem o nariz. Cavaco oblige! É o melhor dos mundos e só
tem contra si o pouco tempo do governo de transição e a quadratura do círculo que é o seu programa de
governo! A legitimidade pessoal que (também) não tem, o golpe, e outras malfeitorias, serão
pagas mais tarde, no tempo certo.
O segundo ganhador será Cavaco
Silva que finalmente irá ver cumprida a sua grande aspiração: - teleguiar o
próximo governo! Segundo consta irá indigitar Costa com algumas garantias: -
que este se demitirá a breve prazo (o prazo não sabemos*) para que possa assim
legitimar o seu governo de transição. Tsipras fez o mesmo e ganhou. Costa
poderá não ganhar as próximas eleições. É o risco que tem que correr para ser
agora indigitado.
A esquerda, PCP e Bloco, também
ganham qualquer coisa. Ganham espaço para fazerem barulho durante uns tempos.
Já não é mau se tivermos em linha de conta que a outra opção seria um governo
de gestão com Passos, ou de iniciativa presidencial, que mesmo chumbando no
Parlamento, ficaria também em gestão.
Passos e a coligação também
ganham. Haverá a garantia de eleições antecipadas e apenas dependem da
performance de Costa. Ficam entretanto obrigados (será uma exigência de Cavaco)
a colaborar com o governo de Costa nas questões relacionadas com os nossos
compromissos europeus e internacionais.
Marcelo finalmente também ganha.
Se esta solução se concretizar já pode dormir descansado. A direita não vai insistir
para que clarifique a sua posição sobre se dissolve ou não o Parlamento. A
prometida demissão de Costa resolverá o assunto.
Inconvenientes?! Para já, vejo
dois:
- A fraude eleitoral, embora
mitigada pelo prometido tira-teimas, não se apagará da memória dos eleitores. A
terceira república, nesse aspecto, ou se reforma rápidamente (estamos a falar
da constituição) ou tem os dias contados.
- Em segundo lugar a palavra de Costa não é
segura além de que os acontecimentos (nomeadamente externos) podem entretanto dar
uma reviravolta nisto tudo. Veremos.
Saudações monárquicas
(*) A data da demissão de Costa, no sentido de legitimar a solução governativa que tem vindo a propor, não pode deixar de ser em Abril do próximo ano, quando já for possível haver eleições legislativas. E a exigência que Cavaco certamente lhe fará de tornar público tal compromisso, não vai permitir que Costa volte com a palavra atrás. Penso eu de que...
(*) A data da demissão de Costa, no sentido de legitimar a solução governativa que tem vindo a propor, não pode deixar de ser em Abril do próximo ano, quando já for possível haver eleições legislativas. E a exigência que Cavaco certamente lhe fará de tornar público tal compromisso, não vai permitir que Costa volte com a palavra atrás. Penso eu de que...
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