Alentejo adiante
Quis saber se existia
Arredio e errante
Um vestígio presente
Uma ideia remota
Que houvesse ficado…
O meu ser sepultado
No meu ser mais distante
A herança jacente
De algum antepassado
A lavoura imponente
Com parelhas e gado
A planície gigante
Um sol de brancuras
A ermida inocente
Gaviões nas alturas
Corri montes maiores
Sofri danos menores
Perguntei pelo pão
Ao suor do ganhão
À ceifeira que havia
Ao cão que latia
Inquiri lavradores
Perguntava e seguia
Os ouvidos à escuta
Ao sinal dos sentidos
Aos sobreiros despidos
Perguntei se sabiam
Ou se alguém me chamou…
Mas ninguém me chamou...
Nem um ai, nem um grito
A dizer… aqui estou!
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