quinta-feira, julho 04, 2013

O amigo da esquerda

Quem, por puro masoquismo, estiver cinco minutos a ouvir o que dizem as ‘notícias’ percebe, se quiser perceber, que a estratégia da ‘central de informação no poder’ é a seguinte: - defender Portas e atacar Passos e Cavaco! Ou seja, ilibar o responsável pela crise e culpar os que pretendem manter alguma estabilidade política! Qual é o objectivo?! Bem, isso agora cada um pensa o que quiser.


Pela minha parte, posso apenas avançar uma hipótese: - mal ou bem, com ou sem reforma do estado, a credibilidade do país perante os credores está (estava) assegurada; não é ainda a retoma da economia, mas o pior já passou; o desemprego começa a descer ligeiramente; enfim, vislumbram-se alguns sinais positivos no horizonte. Mas claro, tudo isto é circunstancial, e para se tornar consistente, exige de facto uma profunda revolução política, logo constitucional, e a partir daí, a urgente necessidade de desmantelar (há quem lhe chame reformar) o estado socialista que nos asfixia a todos. Asfixia, que se tornou modo de vida da grande maioria dos portugueses, para gáudio dos seus mentores (e beneficiários), a saber: - as lojas e lojinhas de conveniência, onde se acoita a jacobinagem que nos calhou por herança.


Ora bem, pensam eles, está na altura de prevenir que a tal reforma do estado nunca se execute. Isso iria limpar o sistema, isso iria desparasitar o regime. E como os parasitas somos nós (pensam eles e têm razão) é preciso correr com este governo e pôr lá um governo de confiança. Um governo que seja amigo da esquerda.


E é aqui que entra o Portas. De cognome ‘o direitinha’, está afinal sempre disponível para prestar serviços à tal jacobinagem. Jacobinagem de onde, no fim de contas, provêm. A troco de quê?! Da proeminência que a sua inestimável vaidade necessita.


O primeiro grande serviço que Portas presta (todos os dias) á esquerda é o facto de ser ter tornado dono de um partido que finge ser de direita mas cujo propósito é impedir que surja um verdadeiro partido de direita. Daí que o actual CDS/PP nunca ouse propor medidas que ponham em causa o estado socialista vigente. Entretém-se com sugestões pontuais, pela rama, estilo unidose. O outro grande serviço que Portas (e a sua troupe) prestam à esquerda, é esta esperança, por estes dias renovada, de um namoro e casamento (contra natura) entre o PS e o CDS/PP.

Pois é, mas de coisas contra natura estamos nós fartos.




Saudações monárquicas


Post Scriptum: Já terminado o postal, lembrei-me que talvez fosse útil ir ao baú das memórias e recuperar alguns episódios (e personagens) do CDS que, também eles, protagonizaram este romance com o PS. Basílio Horta e Freitas do Amaral não fizeram a coisa por menos, a dada altura, passaram-se mesmo para o 'inimigo' irresistível! Afinal eram socialistas desde pequeninos! Tivemos, lembram-se, o queijo de Ponte de Lima! E temos agora esta porta aberta, noiva permanente, doida para se atirar para os braços de quem de facto detém o poder.

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