Acabou a crónica de costumes, a
ironia é impossível quando o espírito está hipotecado aos mesmos interesses,
aos mesmos clichés! Na união soviética o humor não tinha graça e quem se ria
não tinha sentido de humor! As revistas do Parque Mayer acabaram porque deixaram
de ter graça e não há volta a dar: - o humor ou é universal (e troça de si próprio)
ou não é humor! As gargalhadas alvares que se ouvem em ruído de fundo são
apenas isso: - alvares! Para quem se tenha esquecido, alvar vem de burro!
Mas insisto, que bela crónica
daria, por exemplo, este frenesim nacional das compras e vendas de jogadores ao
minuto, até ao último minuto! Uma espécie de leilão dos tesos na feira de Carcavelos!
Sem ofensa à feira e a Carcavelos.
O episódio Rafa, esse então é
demais! É uma história circense, mete animais e palhaços! Podia começar assim:
- A águia, que faz agora de palhaço rico, quis humilhar o dragão decadente e vá
de arrematar o Rafa, sem precisar do Rafa para nada! Entretanto, o velho dragão,
que faz agora de palhaço pobre mas que ainda sabe fazer das suas, terá armadilhado
o negócio com um palhaço aprendiz lá do norte! E a verdade é que o negócio
ficou encalacrado! Entretanto, entraram em cena os leões e gerou-se o natural pânico!
Os miúdos agitam-se e com eles uns quantos palhaços que fazem de jornalistas! Mas
como são palhaços e não jornalistas, puxam a brasa à sua sardinha de modo a
salvar a face do palhaço que faz agora de rico! Como é que vai acabar esta
história?! Deve acabar mal. Faltam umas horas e já saberemos.
Saudações monárquicas
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