Há por aí alguns comentadores que
gostam de comparar os vícios do presente com os vícios do passado (do tempo da
outra senhora como lhe chamam!) fazendo disso grande alarido como se o actual
regime estivesse livre desses pecados! Ou fosse diferente! Mas não é. No
essencial o regime é o mesmo. E nem a evidência de termos um presidente da
república que é filho de um ministro de Salazar e afilhado de outro, os
convence! Eu percebo, é gente desenganada da política, gente que na sua juventude
terá sido comunista ou coisa parecida e neste percurso de regresso à
normalidade ainda não consegue ver as coisas a direito. Não é por isso que
deixo de os ler até porque são combativos e dizem umas verdades.
Vem isto a propósito de um artigo
de Helena Costa que li no Observador onde a autora se insurge contra a actual censura
prévia, contra o ‘lápis azul’ que esconde as notícias incómodas enquanto vai
plantando outras que interessam à propaganda do regime. Mas qual é a surpresa e
qual é a dúvida?!
Nenhuma dúvida sobre uma comunicação social unânime*, comité
de propaganda de interesses obscuros! E digo obscuros porque quando se esconde
a realidade, o motivo há-de ser sempre obscuro. Também nenhuma surpresa para
quem conhece a história universal da república – começa com um golpe e acaba
numa ditadura.** E as ditaduras nunca dispensam a censura.
Saudações monárquicas
*O Correio da Manhã e o Sol escapam,
por enquanto, a esta unanimidade.
**As ditaduras actuais são (quase)
todas republicanas. E 'democráticas'!
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