Tão novinho e já com tanto
paleio! É a imagem que fica do italiano Renzi que dentro da melhor tradição
socialista queria domesticar a democracia e reduzir a Itália a uma campina rasa
e devidamente centralizada. É no fundo a ideia liberal, napoleónica,
estalinista, de um homem, um voto, e depois mandamos nós, os ‘eleitos’, e o
rebanho que vá pastar! Mas de que tratava então o referendo italiano?! Nada de
especial e só me dou ao trabalho destas linhas porque pelas notícias e pelos comentários
não se fica a perceber patavina! Ora bem, o nosso Renzi quis (e quer) fazer uma
reforma constitucional visando acabar com os ‘riscos’ do ‘populismo’! E o que é
o ‘populismo’?! O ‘populismo’ para a esquerda bem pensante é tudo aquilo que democraticamente
a possa arredar do poder. A democracia em última análise é sempre um ‘populismo’
se os resultados forem contra as suas expectativas. São assim ‘populismos’ a
decepção do Brexit, a vitória de Trump, a ameaça conservadora em França, a hipótese
Grilo em Itália, etc.! Uma das soluções previstas para contrariar o povo seria
uma emenda na lei eleitoral seguindo o exemplo grego que atribui uma
percentagem adicional de votos a quem fica em primeiro lugar nas eleições. E assim,
por acrescento, acabavam-se com regionalismos inúteis que só atrapalham os
grandes líderes do futuro! Como Renzi pensa que é.
Já perceberam?! Eu também não. Mas posso
perceber que em Portugal nada disto é necessário porque nós já fizemos esta
reforma há muito tempo! Por essa reforma fomos dispensados de nos pronunciarmos sobre a adesão à união europeia, ao euro, ou a qualquer outro assunto de interesse nacional! 'Eles' decidem por nós. Em contrapartida temos coisas boas. Por exemplo, ainda é possível assistir ao vivo, em Almada, a
uma encenação do comité central do Partido Comunista Português como se
estivéssemos em Moscovo na revolução de Outubro! Não me digam que isto não é bonito! Parece um filme!
Saudações monárquicas
Saudações monárquicas
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