A visita dos reis de Espanha doeu-me como me doem as feridas que não saram. Doeu-me pela república que sofremos. Doeu-me pela felicidade dos outros. Doeu-me mais porque há qualquer coisa na memória do tempo que a torna real e próxima de acontecimentos funestos. E porque me doeu afastei-me da felicidade geral, dos sorrisos deslumbrados, da sucessão de eventos sem significado nem história. Mas na sociedade da informação ninguém consegue alhear-se totalmente daquilo que não gosta! Por isso soube da homenagem ao Fundador e soube do jantar oferecido aos reis de Espanha nos Paços dos Duques de Bragança em Guimarães. Soube e teria preferido não saber. Explico: - Afonso Henriques não teria compreendido a homenagem e o Duque de Bragança nunca pode ser convidado para sua casa.
Sei do lirismo e do bom senso, da extravagância e do sentido de estado, e sei de muitas palavras que satisfazem as conveniências do momento. Mas há um momento em que é preciso, com lança ou sem ela, 'riscar no chão o tamanho do nosso coração'. O dia da independência é um desses momentos.
Saudações monárquicas
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