Fogo insidioso, que queima a
terra abandonada, que alimenta um regime, uma nomenclatura, só pode ser fogo posto e bem pago. Trata-se de
mais um filme português, igual aos outros, que não se liberta de si próprio. Provávelmente
ninguém quer que isso aconteça. Espécie de western, passado no Alentejo, algures no princípio do século passado, e podia ser um filme interessante caso o autor conseguisse situar-se
em terreno neutro, distanciar-se, contar apenas uma história evitando os
lugares comuns da propaganda republicana! Impossível. E desliguei quando um dos
personagens, carbonário pela certa, herói portanto, soltou esta pérola da sua
boca suja e terrorista – ‘se calhar temos que fazer a este (referia-se ao rei
Dom Manuel II) o mesmo que fizemos ao pai e ao irmão’! Ora aqui está uma bela
mensagem transmitida pelo canal dois da televisão pública! Pode julgar-se um
filme por uma frase?! Pode. Pode julgar-se um canal televisivo pelos produtos
que transmite?! Pode e deve.
Saudações monárquicas
Nota: Conseguir pôr na conta da
monarquia e do último rei (reinou apenas dois anos) o crime (que vitimou o irmão), os roubos (das ovelhas) e a desordem instigada pela maçonaria e praticada pela carbonária, é de facto um exercício de propaganda miserável e que não devia passar na televisão. Ainda por cima na televisão pública! Sobre a propaganda regicida, isso não tem classificação possível a não ser o ditado popular - 'diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és!
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