Puxo pela memória, cruzo os dados
e o meu motor de busca leva-me aos finais do século dezanove! Dom Carlos tinha
chegado ao poder. Insisto na geografia, na irremediável geopolítica, e no ecrã surge
a enorme dívida portuguesa! E surge também a necessidade imperiosa de a
renegociar! As nossas colónias seriam a garantia. Os interessados em comprá-la eram
basicamente dois – a Alemanha, potência emergente, e que ambicionava ter uma
posição em África e a Inglaterra que não queria concorrência naquele continente.
O governo português, imprevidente, de vistas curtas, esqueceu-se da geopolítica,
esqueceu-se da velha aliança atlântica, e aproximou-se da Alemanha. Londres
avisou Portugal, mas o governo português ignorou os avisos até que veio o
ultimato. O ultimato e uma série de consequências negativas que ainda hoje
sofremos.
O tempo passou entretanto, já não
preciso da memória, nem do motor de busca, basta-me olhar a realidade! Estamos
em 2016, a Inglaterra afastou-se da união europeia, Trump venceu nos Estados
Unidos, e nós recebemos ordens de Bruxelas (leia-se, da Alemanha) através de um governo imprevidente e
de vistas curtas. A dívida é descomunal e já não temos
colónias! Vamos renegociá-la com quem?! A troco de quê?! Da independência
obviamente.
Escrevo isto poucos dias depois
de ter sido inaugurada uma estátua ao Santo Condestável herói de Aljubarrota e símbolo
da nossa independência! Não por acaso, o monumento fica defronte da Igrejinha
de São Jerónimo e à vista da Torre de Belém. Diz-se inclusivé que foi ali, em
São Jerónimo (ou numa capelinha próxima) que Vasco da Gama rezou antes de
embarcar para a Índia. São sinais do destino. É a história à nossa procura!
Saudações monárquicas
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