A
continuar assim o CDS tem tendência a desaparecer e o pior é que
ninguém dará pela sua falta. Depois da iniciativa para mudar a lei
das incompatibilidades tornando-a completamente inócua, depois de
mais uns comentários nos painéis do futebol indígena, eis que
surge Mota Soares a apoiar a requisição civil decretada pelo
governo. Uma medida eleitoralista e desproporcionada face aos
serviços máximos já decretados. Os argumentos de Mota Soares - as
férias dos portugueses, a economia a sofrer, etc,. - resumem-se a
uma boa oportunidade para estar calado.
O
CDS nesta greve tinha duas hipóteses: - ou fazia-se de morto
evitando perder mais votos nas próximas eleições, ou então, por
uma vez, podia comportar-se como um partido de direita e ganhar aí
algum espaço de manobra. Um partido da direita (que não temos e faz
falta) contestaria o conceito esquerdista de greve tal como está
plasmado na actual constituição da república e seria naturalmente
contra qualquer greve dos funcionários públicos e afins.
No
caso de greves no sector privado, como esta, um partido de direita
aproveitava o ensejo para denunciar a total dependência da rede
rodoviária de transporte de mercadorias, sejam perigosas ou não!
Estamos a falar de um país marítimo cuja grande autoestrada tem que
ser o mar! E não perdia a oportunidade para perguntar como vai a
célebre 'bitola' da rede ferroviária a haver!
Concluía:
- esta greve apenas pôs a nu a fragilidade dos vários governos e da
chefia republicana do estado. Amanhã, um qualquer conflito entre
franceses e espanhóis, um fecho de fronteiras, paralisa o país. Não
há requisição civil que nos valha.* E nunca foram tão verdadeiros
os versos (cantados) que são bandeira deste blogue – é o mar,
estúpidos!
Saudações
monárquicas
*
Talvez os ingleses, já livres da união europeia, venham cá
descarregar uns bifes.
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