quarta-feira, agosto 14, 2019

O CDS não acerta uma!


A continuar assim o CDS tem tendência a desaparecer e o pior é que ninguém dará pela sua falta. Depois da iniciativa para mudar a lei das incompatibilidades tornando-a completamente inócua, depois de mais uns comentários nos painéis do futebol indígena, eis que surge Mota Soares a apoiar a requisição civil decretada pelo governo. Uma medida eleitoralista e desproporcionada face aos serviços máximos já decretados. Os argumentos de Mota Soares - as férias dos portugueses, a economia a sofrer, etc,. - resumem-se a uma boa oportunidade para estar calado.

O CDS nesta greve tinha duas hipóteses: - ou fazia-se de morto evitando perder mais votos nas próximas eleições, ou então, por uma vez, podia comportar-se como um partido de direita e ganhar aí algum espaço de manobra. Um partido da direita (que não temos e faz falta) contestaria o conceito esquerdista de greve tal como está plasmado na actual constituição da república e seria naturalmente contra qualquer greve dos funcionários públicos e afins.

No caso de greves no sector privado, como esta, um partido de direita aproveitava o ensejo para denunciar a total dependência da rede rodoviária de transporte de mercadorias, sejam perigosas ou não! Estamos a falar de um país marítimo cuja grande autoestrada tem que ser o mar! E não perdia a oportunidade para perguntar como vai a célebre 'bitola' da rede ferroviária a haver!

Concluía: - esta greve apenas pôs a nu a fragilidade dos vários governos e da chefia republicana do estado. Amanhã, um qualquer conflito entre franceses e espanhóis, um fecho de fronteiras, paralisa o país. Não há requisição civil que nos valha.* E nunca foram tão verdadeiros os versos (cantados) que são bandeira deste blogue – é o mar, estúpidos!


Saudações monárquicas


* Talvez os ingleses, já livres da união europeia, venham cá descarregar uns bifes.

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