Numa
curiosa deslocação de interesses, que a psiquiatria estuda e
reconhece, os portugueses vibram com as façanhas dos seus emigrantes
(lá fora) como se fossem façanhas dos seus nacionais cá dentro. E
depois é claro segue-se o ritual do costume – a medalha na
primeira oportunidade e o panteão da república, na última.
Entretanto somos todos do Flamengo, da Juventus, do Atlético de
Madrid, quando ainda há pouco éramos do Real, sem esquecer o
recente Tottenham, ou o mais longínquo Mónaco. A regra básica
nesta matéria, a cargo da comunicação social, é tentar meter na
conta de Benfica, Sporting e Porto, por esta ordem, os créditos dos
novos heróis. Por exemplo, se o João Félix marca um golo em Madrid
os adeptos encarnados festejam como se tivesse sido marcado no
estádio da Luz! Já na recente conquista da Libertadores Jesus é
aclamado por benfiquistas e sportinguistas... no país inteiro. Sem
esquecer o pessoal de Braga que é do Benfica.
Dito
isto, pergunta-se: - já desistimos de ver os 'nossos heróis' a
jogar ou a treinar cá dentro?! Em Portugal?! Ou perguntando de outra
forma: - porque é que o nosso campeonato não tem níveis de
seriedade e competitividade, por forma a reter os melhores?! Isto
quando se sabe que os países do leste europeu já são mais
atractivos do que nós! Continuando com as perguntas: - será que
nada disto tem a ver com a corrupção* que nos empobrece todos os
dias?!
Responda
quem souber ou quem estiver interessado. Estamos a falar do futebol
mas as perguntas e as respostas aplicam-se ao resto.
Saudações
monárquicas
*Leia-se - regime corrupto.
*Leia-se - regime corrupto.
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