Os
problemas do Ventura são os de qualquer oposição face a um regime
instalado, ao governo que lhe corresponde, num país demasiado
pequeno para haver oposição, ainda por cima a viver de amigos...
europeus. Neste contexto sobram algumas minudências para discordar,
algumas verbas para discutir, ou alguns escândalos de corrupção
que o dito governo não quer discutir.
Vamos
por partes. Quando digo 'regime instalado' refiro-me ao regime
republicano, devidamente suportado pelas corporações do costume,
pelas maçonarias habituais, que controlam quase tudo, desde a
justiça à comunicação social.
Um
regime destes, e nestas condições, produz naturalmente governos
socialistas peritos em distribuir aquilo que não produzem,
garantindo ao mesmo tempo as clientelas que hão-de assegurar futuras
reeleições.
Neste
quadro Ventura teve um minuto e meio para contestar o socialismo
esquecendo-se (ou ignorando) que o socialismo não é causa mas a
consequência do regime que ele não contesta. Nesta matéria o
máximo que propõe é uma república presidencialista. Que sendo
mais transparente, no essencial nada muda. Deixo-lhe alguns avisos.
Traz um crucifixo no bolso mas a república só lhe concede essa
liberdade por enquanto. Um dia poderá talvez ostentar esse crucifixo
em sua casa, fora do espaço público, tal como a primeira república
concedia que as procissões não ultrapassassem o adro da Igreja. Os
tempos são outros, dirá! O problema é que o ser humano, como é
patente naquela assembleia, não mudou assim tanto.
Saudações
monárquicas
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