segunda-feira, outubro 07, 2019

Razões de um voto


Votei em Rui Rio e não me arrependo. Devo fazer parte daqueles 4% que levaram o PSD dos 24 aos 28% e retiraram a maioria absoluta ao PS. E por consequência ensombraram os sonhos do Costa e da restante corja.
Mas há outro objectivo que não foi alcançado pela corja, a saber: - Rio perdeu as eleições mas não foi humilhado e em cada um dos seus adversários/inimigos, sentiu-se isso. A partir de agora vão ter que contar com um adversário político de respeito. Temível no debate, seja em que matéria for, Rio é alguém que diz a verdade aos portugueses, que não entra em manobras de Tancos ou operações Marquês, alguém que não frequenta os camarotes da bola (e da corrupção), nem mete a família no governo.

É neste contexto que vamos assistir ao desgaste constante do próximo governo socialista a cada passo desmascarado por um opositor que não tem nada a perder. Como sempre frisou, está ali em primeiro lugar para servir o país e não precisa de tachos porque tem outra vida lá fora. Aliás e a provar que a estratégia de Rio é correcta veja-se como o PS na própria noite eleitoral se refugiou na esquerda, que é o seu lugar, propondo alianças a toda a gente. Sem querer deixou o centro que mais tarde ou mais cedo vai cair nas mãos de Rio.

E agora uma palavra sobre a demissão de Assunção Cristas. Chefe de um partido que nunca soube nem quis ocupar a direita, o CDS não era alternativa a ninguém, e sem saber já tinha morrido. Foi a enterrar no cinco de Outubro, um dia antes das eleições. Como curiosidade a filha de Adriano Moreira, outro antigo líder centrista, dava gritos de contente a cada passagem do discurso de vitória de António Costa! Quanto aos deputados centristas que ficaram desempregados vamos vê-los certamente nalguma televisão a fazer comentários de futebol. Uma prática que Cristas não soube (ou não quis) proibir. E devia.

E falta falar dos pequenos partidos, aqueles que elegeram pela primeira vez deputados, no caso um deputado cada um:

Iniciativa Liberal – um partido interessante que no Parlamento vai fazer oposição ao socialismo e conta nos seus quadros com gente capaz. Tem o problema de se chamar liberal como já em tempos frisei. Mas se conseguir ir para além do liberal, ir para além da economia e finanças, pode ser uma das bases de um futuro grande partido de direita.

Chega – André Ventura tem vocação e pode aspirar a uma carreira política. Mas isso só acontecerá no dia em que se afastar do futebol em geral e do Benfica em particular. Pode continuar a ser do Benfica, desde que não diga, e pode gostar do Vieira, desde que os eleitores não saibam. Incluindo os eleitores benfiquistas. Se conseguir fazer isso e rápidamente penso que tem futuro. Até porque já mete medo a alguns comentadores de esquerda.

Livre – podia dizer que a gaguez compensa mas estaria a ser injusto para a beleza da agora deputada. Além de outras qualidades menos visíveis e que não consegui entender num debate a que assisti na televisão. Só percebi que é mais uma deputada de esquerda.


Saudações monárquicas

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