sábado, dezembro 14, 2019

Uma questão de transparência


Rui Rio confrontou os outros dois candidatos à liderança do PSD sobre o facto de pertencerem ou não a alguma maçonaria e eu acho que fez bem. É claro que logo apareceram vozes, José Miguel Júdice, por exemplo, a criticarem Rio com aqueles argumentos que já todos conhecemos: – ataques pessoais, jogo sujo, e comparações com Donald Trump. Argumentos que distorcem a realidade, e que no fundo, são sempre a favor da opacidade, que é o contrário da transparência!

A ver se nos entendemos, o problema não é pertencer à maçonaria, seja ela qual for, de facto uma decisão do domínio privado e cada um faz o que quer da sua vida. Desde que evidentemente o faça dentro da legalidade vigente. Acontece porém, que ao contrário de outras organizações de filiados ou adeptos, os maçons, não se identificam como tal, nem existe nada que identifique a sua ligação a este tipo de organizações! Organizações que como sabemos cultivam o secretismo, e que existem como se não existissem! Daí as suspeitas sobre os seus verdadeiros objectivos e métodos. Suspeitas que recaem naturalmente sobre aqueles que suspeitamos serem seus adeptos ou membros.

É por esta ordem de razões e não por outras que Rui Rio confrontou Montenegro e Pinto Luz. Razões simples de entender porque o que está em causa não é da vida privada de ninguém mas sim a vida pública que os candidatos pretendem assumir. Cargos públicos que envolvem a representação de terceiros, e onde facilmente podem surgir conflitos de interesses. E nestas circunstâncias subsiste sempre a dúvida sobre os interesses que prevalecem! Serão aqueles pelos quais foram eleitos?! Ou serão outros, secretos, de uma agenda que os eleitores desconhecem?!

Nada como um bom exemplo: - quando um padre católico se candidata a determinado cargo público, os eleitores sabem, primeiro, que ele é padre, segundo, que em caso de conflito de interesses entre a obediência a Deus e a obediência aos homens, ele optará por Deus. E ninguém sai enganado.

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